|
Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Presidente da CBF expõe esvaziada candidatura brasileira já pensando na terceira Copa do século 21
Brasil-2006 cria cenário para 2010
RODRIGO BUENO
da Reportagem Local
A campanha brasileira para ser
sede do Mundial de 2006 vive hoje
seu dia mais importante. O presidente da CBF, Ricardo Teixeira,
estará expondo na sede da Fifa,
em Zurique, na Suíça, o projeto
do Brasil para receber a Copa.
Porém, diante das remotas
chances de sucesso para 2006, o
máximo dirigente do futebol brasileiro já está trabalhando em
uma candidatura forte para 2010.
O Brasil disputa o direito de
abrigar o segundo Mundial do século 21 com África do Sul, Alemanha, Inglaterra e Marrocos. Hoje,
brasileiros e alemães apresentam
seus projetos. Os demais concorrentes fizeram suas exposições
ontem.
África do Sul, Alemanha e Inglaterra aparecem como principais candidatas a receber o evento. Os sul-africanos têm o apoio
da Fifa e de quase todo o continente africano. Os europeus possuem ótima infra-estrutura e fazem poderoso lobby pelo mundo.
Dos 24 membros do Comitê
Executivo da Fifa -eles decidem
qual será o país-sede do evento-,
apenas 3 devem escolher o Brasil:
o próprio Ricardo Teixeira, o argentino Julio Grondona, presidente da Associação de Futebol
Argentino, e o paraguaio Nicolás
Leoz, presidente da Confederação
Sul-Americana de Futebol.
Diante disso, Ricardo Teixeira,
que admite uma Copa na África,
avança seu projeto para 2010.
A África do Sul, que vem sendo
encarada como ""sede natural"
após a Copa de 2002 na Ásia, tem
pelo menos cinco votos garantidos, inclusive o do presidente da
Fifa, o suíço Joseph Blatter.
O máximo dirigente do futebol
defende a rotatividade de continentes na organização das Copas,
uma idéia de seu antecessor, o
brasileiro João Havelange. Em
1994, o Mundial foi na América.
No ano passado, aconteceu na
Europa. Em 2002, será disputado
na Coréia do Sul e no Japão.
Alemanha e Inglaterra rivalizam na tentativa de montar um
bloco europeu e no lobby na Fifa e
em outros continentes.
A candidatura brasileira só tem,
até agora, mais força que a candidatura de Marrocos, país que não
se rendeu à candidatura unificada
da África, proposta atestada por
Joseph Blatter, e está isolado.
Dificuldades
O projeto brasileiro para 2006
apresenta uma série de problemas
estruturais e políticos.
O Brasil teria que reformar todos os seus estádios para organizar o evento. O Maracanã, principal palco do evento, já terá que ser
remodelado para o Mundial de
clubes da Fifa, em janeiro de 2000.
A Fifa exige estádios com assentos para todos os torcedores, o
que é pouco comum no Brasil.
Poucos estádios no país possuem
iluminação adequada aos padrões pedidos pela entidade que
rege o futebol mundial.
Pelas dimensões do país, o sistema de transporte deveria oferecer
mais opções para atender torcedores de 31 equipes visitantes.
Segundo o projeto brasileiro, o
apoio governamental -o presidente Fernando Henrique Cardoso deu seu aval para o torneio-
resolveria os problemas estruturais encontrados hoje.
O projeto brasileiro aposta no
sucesso do programa de privatizações do governo, especialmente
no setor de telecomunicações.
Também confia na rede hoteleira
do país, que ofereceria 20 mil acomodações em 14 cidades.
Acompanharão hoje Ricardo
Teixeira os capitães das últimas
conquistas mundiais da seleção,
Carlos Alberto Torres e Dunga, e
Zico, que criou projeto de modernização no futebol brasileiro.
O presidente da CBF, porém, já
recebeu várias negativas. Os capitães de 58 e 62, Bellini e Mauro,
não aceitaram o convite para promover o torneio no Brasil.
Pior: Pelé, maior nome do esporte brasileiro, critica publicamente a campanha brasileira.
Próximo Texto: Frases Índice
|