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VÔLEI
Fora do pódio nos Jogos de Atenas, equipe deve ter novo técnico para 2005
Zé Roberto vira exclusivo e deixa a seleção feminina
DA REPORTAGEM LOCAL
José Roberto Guimarães, 50,
oficialmente não é mais treinador
da seleção feminina de vôlei.
O Osasco, que aceitou dividir Zé
Roberto com a Confederação
Brasileira de Vôlei desde julho do
ano passado, informou ontem
que daqui em diante ele será exclusivo do clube paulista.
Questionado pela Folha sobre
como fica sua situação com a seleção, o técnico foi seco: "Não fica".
Na seqüência, após breve pausa,
resolveu se estender no assunto e
emendou: "Estive [na seleção]
emprestado. Ficar com os dois
não dá certo. Meu acerto com a
CBV era de maio até agosto. Agora sou técnico só do Osasco até
abril de 2005. Depois do final do
contrato, volto para o mercado".
A equipe de Osasco já iniciou
sua participação no Estadual, mas
Zé Roberto, que ganhou folga da
equipe após os Jogos Olímpicos
de Atenas, só deve reassumir o comando nos próximos dias.
O time é o atual bicampeão da
Superliga (torneio que corresponde ao Brasileiro) e busca o tetra do
Paulista -no ano passado, ganhou o tri desfalcado do técnico,
que estava com a seleção.
Ontem, Zé Roberto ainda se
mostrava decepcionado com a
atuação do Brasil na Grécia.
Depois de apresentações convincentes e seis vitórias seguidas,
a equipe teve sete match points na
partida semifinal contra a Rússia.
Porém desperdiçou todos eles e
perdeu a chance de atingir uma
inédita decisão olímpica.
Na decisão do terceiro lugar,
com as jogadoras visivelmente
abaladas pelo revés diante das
russas, a seleção teve desempenho
pífio contra Cuba e ficou sem o
bronze, que havia sido conquistado nos dois Jogos anteriores
(Atlanta-96 e Sydney-00).
Zé Roberto, que encarou como
um fracasso pessoal não conseguir conduzir o time de novo ao
pódio, reavaliou seu trabalho e
concluiu que tirou o máximo da
equipe no tempo que teve para
treiná-la -cerca de um ano.
Bernardinho, que levou a seleção masculina ao bicampeonato
olímpico, teve quase quatro anos
para preparar seus jogadores.
"Só aceitei assumir porque naquele momento a seleção estava
necessitando de um técnico", afirmou o treinador do Osasco, aludindo à crise por que passou a
equipe com Marco Aurélio Motta,
que teve desentendimentos com
várias titulares (Walewska, Fofão,
Érika, Elisângela), sacou-as do time e obteve resultados pífios.
A CBV, então, desistiu de Motta
e apostou em Zé Roberto, que,
movido pelo desafio de uma nova
glória olímpica (foi campeão com
o time masculino em Barcelona-92), convenceu a direção do Osasco a dividi-lo com a seleção.
A confederação, agora, espera
um relatório do treinador sobre o
período à frente da equipe feminina e diz não ter pressa em definir
o substituto, pois a seleção não joga mais torneios neste ano.
O calendário indica que haverá
um: em 2005, os primeiros treinos
da seleção -para participar do
Grand Prix e do Sul-Americano- estão previstos para abril,
mês em que o contrato de Zé Roberto com o Osasco ainda vigora.
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