São Paulo, sexta-feira, 10 de setembro de 2004

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FUTEBOL

Para treinador, seleção falha coletivamente ao ficar pouco com a bola

Brasil tem defeitos, diz Parreira

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A BERLIM

Depois de quase dois anos e mais de duas dezenas de partidas, o treinador Carlos Alberto Parreira afirmou que a sua seleção brasileira ainda não está pronta.
"Muitas vezes a gente ainda não consegue jogar como uma equipe. Temos uma base, mas falta bastante para sermos um time de verdade coletivamente", disse.
O técnico afirmou isso em Berlim, antes de sair para um passeio com os outros membros da comissão técnica pela cidade alemã.
Parreira, declarou que seu time ainda tem vários defeitos. Um deles está na rapidez com que a seleção se livra da bola.
Nas eliminatórias, segundo o Datafolha, o time troca em média 350 passes por jogo. Em 1994, quando conquistou o Mundial dos EUA, eram mais de 500.
"Esse é um dos nossos grandes problemas. Preciso passar isso para os jogadores."
Para justificar a falta de entrosamento da equipe, o treinador dá a surrada desculpa da falta de treinos. "Jogamos para treinar", afirmou o técnico, naquele que virou seu bordão predileto.
Apesar de dizer que ainda há muito o que fazer, o técnico já tem algumas certezas.
Edmílson, por exemplo, não atuará mais como zagueiro. Para o técnico, ele é volante e disputará vaga com Gilberto Silva.
Contra a Bolívia, Edmílson atuou como zagueiro. Diante dos alemães, foi o primeiro volante e deixou Gilberto Silva no banco.
Outra convicção de Parreira é a de que o time não pode mais atuar com dois atacantes como Ronaldo e Adriano. Pela análise do técnico, a equipe fica fragilizada defensivamente com a presença da dupla. No jogo de anteontem, o Brasil sofreu no primeiro tempo.
E o ataque quase não ameaçou. Com Ronaldo e Adriano, o time brasileiro teve seu pior desempenho ofensivo na era Parreira.
Foram oito chutes no gol adversário, apenas dois certos.
A seleção agora volta a se reunir somente no dia 5 de outubro, em Teresópolis, para a partida contra a Venezuela pelas eliminatórias da Copa-2006 no dia 9 ou 10.
Na seqüência, o Brasil viaja a Maceió, onde enfrentará, no dia 13, a Colômbia na capital alagoana, também pelo qualificatório.
Para a partida de novembro com o Equador, em Quito, os brasileiros devem viajar para uma cidade ao nível do mar, talvez Guayaquil, e só na véspera do jogo para a capital equatoriana, com altitude de 2.800 m.


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