São Paulo, domingo, 10 de setembro de 2006

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São Paulo se cala e pressiona Muricy

Tropeço no clássico de hoje pode dificultar a situação do treinador, que, mesmo líder, tem sido cobrado pelos torcedores

Clube, que já derrubou 14 técnicos corintianos, proíbe atletas de provocar rivais, admite tensão, e dirigente fala em crise programada

DA REPORTAGEM LOCAL

O que se tornou regra no Corinthians x São Paulo nos últimos três anos, hoje não vale mais. Acostumado a decretar o fim do ciclo de vários treinadores nesse período, o São Paulo entra em campo hoje tendo o seu técnico, Muricy Ramalho, mais perto de uma possível degola do que o corintiano Emerson Leão, bem atrás na tabela.
Desde o último revés em 2003, o São Paulo foi responsável pelo desemprego de seis treinadores corintianos: Júnior, Juninho Fonseca, Tite, Daniel Passarella, Antônio Lopes e Ademar Braga. Ao longo da história, foram 14 no total.
No clássico de hoje, Leão entra blindado e respaldado pelo presidente do clube, Alberto Dualib. Já Muricy vê sua popularidade diminuir. É cedo para falar em demissão, mas um revés hoje o colocará numa situação delicada. Com dois vices acumulados na temporada -Paulista e Libertadores- ele tem sobre os ombros a necessidade de bater o Boca Juniors na próxima quinta, no Morumbi, para tentar arrebatar o primeiro título são-paulino em 2006: a Recopa Sul-americana.
Pior: a perda de terreno para seus perseguidores no Brasileiro é mais um sintoma de que sua permanência já não é unanimidade no clube -foi vaiado pela torcida em alguns jogos.
O atual líder do Nacional, com 42 pontos, também procurou se cercar de cuidados, como evitar as provocações. Souza foi solicitado para entrevistas, mas não foi falar. "Estou vetado", disse à Folha.
Leandro, que participou da coletiva, demonstrou tensão. "Estou preocupado em jogar e falar menos", afirmou.
Até o superintendente Marco Aurélio Cunha, porta-voz das cutucadas no rival, admitiu o clima pesado no clube.
"O momento do São Paulo é delicado porque todo mundo quer ver o líder perder. A pressão é normal, e seremos testados agora. Se vier uma crise, vai ser uma crise programada, de nosso conhecimento", disse.
Leão, que venceu cinco jogos em sete disputados, tomou controle do grupo após as saídas de Tevez e Mascherano.
"[A estabilidade] é sinal de que os resultados me ajudaram, mas ainda estamos bem distantes do que queremos. Por isso, vamos jogar como necessitados", disse o treinador.
Por essa razão, ele deve escalar um time mais ofensivo, com dois meias -Carlos Alberto e Roger -e dois atacantes -Rafael Moura e Amoroso.
Muricy, após o insucesso do 4-4-2 contra o Boca, deve usar o 3-6-1, com Danilo e Lenílson no meio, Leandro como ala na direita e só Thiago à frente.
(EDUARDO ARRUDA E TONI ASSIS)
NA TV - São Paulo x Corinthians Globo e Record (para SP), ao vivo, às 16h


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