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São Paulo se cala e pressiona Muricy
Tropeço no clássico de hoje pode dificultar a situação do treinador, que, mesmo líder, tem sido cobrado pelos torcedores
Clube, que já derrubou 14
técnicos corintianos, proíbe
atletas de provocar rivais,
admite tensão, e dirigente
fala em crise programada
DA REPORTAGEM LOCAL
O que se tornou regra no Corinthians x São Paulo nos últimos três anos, hoje não vale
mais. Acostumado a decretar o
fim do ciclo de vários treinadores nesse período, o São Paulo
entra em campo hoje tendo o
seu técnico, Muricy Ramalho,
mais perto de uma possível degola do que o corintiano Emerson Leão, bem atrás na tabela.
Desde o último revés em
2003, o São Paulo foi responsável pelo desemprego de seis
treinadores corintianos: Júnior, Juninho Fonseca, Tite,
Daniel Passarella, Antônio Lopes e Ademar Braga. Ao longo
da história, foram 14 no total.
No clássico de hoje, Leão entra blindado e respaldado pelo
presidente do clube, Alberto
Dualib. Já Muricy vê sua popularidade diminuir. É cedo para
falar em demissão, mas um revés hoje o colocará numa situação delicada. Com dois vices
acumulados na temporada
-Paulista e Libertadores- ele
tem sobre os ombros a necessidade de bater o Boca Juniors
na próxima quinta, no Morumbi, para tentar arrebatar o primeiro título são-paulino em
2006: a Recopa Sul-americana.
Pior: a perda de terreno para
seus perseguidores no Brasileiro é mais um sintoma de que
sua permanência já não é unanimidade no clube -foi vaiado
pela torcida em alguns jogos.
O atual líder do Nacional,
com 42 pontos, também procurou se cercar de cuidados, como evitar as provocações. Souza foi solicitado para entrevistas, mas não foi falar. "Estou
vetado", disse à Folha.
Leandro, que participou da
coletiva, demonstrou tensão.
"Estou preocupado em jogar e
falar menos", afirmou.
Até o superintendente Marco Aurélio Cunha, porta-voz
das cutucadas no rival, admitiu
o clima pesado no clube.
"O momento do São Paulo é
delicado porque todo mundo
quer ver o líder perder. A pressão é normal, e seremos testados agora. Se vier uma crise, vai
ser uma crise programada, de
nosso conhecimento", disse.
Leão, que venceu cinco jogos
em sete disputados, tomou
controle do grupo após as saídas de Tevez e Mascherano.
"[A estabilidade] é sinal de
que os resultados me ajudaram, mas ainda estamos bem
distantes do que queremos. Por
isso, vamos jogar como necessitados", disse o treinador.
Por essa razão, ele deve escalar um time mais ofensivo, com
dois meias -Carlos Alberto e
Roger -e dois atacantes -Rafael Moura e Amoroso.
Muricy, após o insucesso do
4-4-2 contra o Boca, deve usar
o 3-6-1, com Danilo e Lenílson
no meio, Leandro como ala na
direita e só Thiago à frente.
(EDUARDO ARRUDA E TONI ASSIS)
NA TV - São Paulo x Corinthians
Globo e Record (para SP), ao vivo,
às 16h
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