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Feito põe Powell junto de lendas
Com novo recorde dos 100 m, ele se isola como o 2º velocista com mais performances de alto nível
Jamaicano correu 30 vezes a distância em menos de 10s, sendo superado só por Maurice Greene, que conseguiu o feito 53 vezes
Emiliano Grillotti/France Presse
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O recordista mundial dos 100 m, Asafa Powell, posa com a nova marca, 9s74, três centésimos de segundo menor do que a anterior |
DA REPORTAGEM LOCAL
Com suas marcas obtidas no
GP de Rieti (Itália) ontem, Asafa Powell já é o segundo velocista com mais performances de
alto nível na história dos 100 m.
O critério seguido pelos estatísticos do atletismo para medir o desempenho dos atletas
na distância é somar quantas
performances cada um conseguiu realizar, ao longo da carreira, abaixo dos 10 segundos.
Ontem, Powell cravou 9s74
ainda nas eliminatórias da prova, obtendo novo recorde mundial e gerando enorme expectativa para a disputa seguinte.
Na final, com vento mais desfavorável, ele cumpriu a distância em 9s78, segunda melhor
marca desta temporada. Triunfou na competição, mas não
baixou seu tempo anterior.
Mesmo assim, com as marcas
de ontem, Powell atingiu tempos inferiores a 10 segundos 30
vezes. Ele só fica abaixo do norte-americano Maurice Greene,
o campeão da regularidade, que
em 53 oportunidades cumpriu
a distância em alto nível.
Nesta temporada, Powell já
somou mais seis vezes o índice
de excelência. Com isso, superou velocistas de destaque, como o namíbio Frank Fredericks (27 vezes sub-10s) e o trinitário Ato Boldon (28 vezes
sub-10s), ambos aposentados.
Seus maiores rivais nos últimos anos têm um histórico de
performance ainda modesto, se
comparado ao do jamaicano.
Suspenso por doping, o americano Justin Gatlin, 25, campeão mundial em Helsinque-05 e um dos detentores do recorde até ontem, correu nesse
nível 18 vezes. Outro americano, Tyson Gay, 25, dono de três
ouros no Mundial de Osaka, há
duas semanas, atingiu o nível
de excelência nos 100 m em
apenas dez competições.
Sem avistar concorrentes
nas estatísticas, Powell acredita que suas marcas podem melhorar ainda mais na próxima
temporada, na qual seu principal objetivo passa a ser o título
da Olimpíada de Pequim.
"Hoje eu poderia correr abaixo dos 9s7. Adoraria correr em
9s68. Quando marquei 9s77
duas vezes no ano passado,
sempre achei que poderia fazer
melhor", comentou o velocista.
A façanha de Powell foi ainda
mais significativa considerado
o fato de que o atleta não enfrentou concorrência em Rieti.
Nas eliminatórias, não viu
ninguém ameaçar sua liderança. O norueguês Jaysuma Saidy
Ndure, vice-campeão da série,
fez 10s07. Na final, ficou à frente de seu compatriota Michael
Frater, que marcou 10s03.
A proeza de ontem resgata
Powell de um ano frustrante.
Ele não passou do bronze nos
100 m no Mundial de Osaka. No
revezamento 4 x 100 m, ultrapassou Reino Unido e Brasil,
após pegar o bastão. Mas teve
que se conformar com a prata,
atrás dos EUA de Tyson Gay.
A desilusão foi semelhante à
experimentada nos Jogos de
Atenas-04, quando não passou
do quinto lugar. Em Mundiais,
a coleção de decepções é semelhante. Em Paris-03, foi desclassificado nas quartas-de-final por queimar a largada. Dois
anos depois, em Helsinque, não
competiu por causa de lesão na
virilha.
(ADALBERTO LEISTER FILHO)
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