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Seleção marca 4; atacantes, nenhum
Na vitória sobre os americanos em Chicago, atletas de frente do time passam em branco, algo comum no pós-Ronaldo
EUA 2
Brasil 4
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A CHICAGO
Na era "pós-Ronaldo", a
chance de a seleção brasileira
fazer gols por meio de seus centroavantes é idêntica ao poderio dos adversários em vazar as
suas metas. E menor do que
com seus próprios zagueiros.
Com Ronaldinho, Kaká e Robinho, mas com Afonso com a
camisa 9, o time de Dunga venceu ontem os Estados Unidos
por 4 a 2, em Chicago. Foi um
placar raro para a magreza artilheira que costuma marcar os
confrontos entre as duas seleções -mais da metade dos duelos acabaram em 1 a 0.
O primeiro gol nacional, que
saiu perdendo, foi marcado
contra pelo zagueiro Oguchi
Onyewu. Foi o segundo gol brasileiro na temporada anotado
pela infelicidade dos rivais (o
argentino Ayala fez o outro), o
mesmo número de tentos que
os centroavantes de ofício fizeram no ano até o momento.
A virada chegou com um gol
de cabeça do defensor Lúcio.
Foi o terceiro tento nacional
em 2007 feito por um zagueiro.
Afonso até teve chance clara
de marcar. Aos 9min, depois de
lançamento primoroso de Ronaldinho, ele entrou livre na
área, mas acertou a trave. Uma
contusão, aos 18min do segundo tempo, o tirou de campo. Foi
a vez então de Vágner Love, o
centroavante preferido de
Dunga, entrar e mais uma vez
passar em branco.
O jogo contra os americanos
foi apenas o quarto dos 19 da
era Dunga em que Ronaldinho,
Kaká e Robinho começaram
uma partida juntos.
E novamente a seleção brasileira foi vazada com eles -a
média de gols sofridos pelo time nos últimos dois anos com
os três em campo é mais do que
o dobro do que se vê com o trio
ausente ou incompleto.
Aos 21min, em escanteio cobrado pelo lado esquerdo, a bola passou pela defesa e chegou
para Bocanegra, livre na pequena área, abrir o placar.
O gol de empate brasileiro
aconteceu na primeira vez em
que o badalado trio de astros da
seleção funcionou. Com passes
rápidos, a bola, depois de passar
pelos pés de Robinho e Ronaldinho, chegou até Kaká, que
chutou rasteiro. Howard defendeu, mas a bola bateu em
Onyewu, que fez contra.
A jogada mais espetacular da
primeira etapa aconteceu já
nos acréscimos, quando Robinho enfileirou defensores a
partir da lateral até ser derrubado dentro da área, mas o juiz
preferiu não marcar o pênalti e
ainda advertiu o atacante brasileiro com o cartão amarelo.
O árbitro mexicano "retribuiu" ao não marcar pênalti a
favor dos americanos cometido
por Edu Dracena no segundo
tempo, quando o Brasil já vencia e pouco antes de Dunga desmontar o trio de astros ao trocar Kaká por Júlio Baptista, aos
25min do segundo tempo.
Mas isso não garantiu mais
solidez defensiva. Aos 28min,
em contra-ataque, Dempsey
empatou o jogo novamente. Só
uma vez, no distante ano de
1930, em uma derrota por 4 a 3,
os americanos haviam marcado mais do que um gol num
confronto com o Brasil.
Sorte de Dunga que Ronaldinho, na bola parada (ele também bateu o escanteio que resultou no gol de Lúcio), anotou
o terceiro pouco depois em
uma cobrança de falta batida
com precisão pelo jogador do
Barcelona, no canto direito.
Fugindo de suas características, os EUA foram ao ataque em
busca do empate, e foram castigados levando o quarto, feito
por Elano na cobrança de pênalti sofrido por Júlio Baptista.
Na sua excursão americana, a
seleção ainda joga na quarta-feira contra o México, desta vez
em Boston. Será o último compromisso do time antes da estréia nas eliminatórias, em outubro, contra a Colômbia, nos
2.600 m de Bogotá.
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