São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 2008

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São Paulo faz um gol a cada dez finalizações

RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Com dez dias sem jogar, a comissão técnica do São Paulo fala em ajustar a cabeça, a tática e a técnica do time, hoje fora da zona de Libertadores do Brasileiro. Segundo o Datafolha, o desafio é acertar o gol.
Pelas estatísticas, o time do Morumbi tem bom domínio do jogo (é o que mais dá passes e o terceiro que mais os acerta) e cria situações para marcar (tem o terceiro maior número de assistências e o maior número de conclusões). Erra na hora de arrematar para a meta rival.
A equipe até tem o quarto melhor ataque do Nacional, com 39 tentos. Mas, para chegar a esse número, os são-paulinos precisaram dar cerca de 400 chutes ou cabeçadas. Ou seja, fizeram aproximadamente um gol a cada dez tentativas.
A média é de 16,4 conclusões por jogo, na equipe que mais finalizou no torneio. Só 32,3% desses arremates foram na direção das metas rivais. Em índice de acerto, o time só supera Náutico e Ipatinga -fica na 18ª posição no ranking.
"Não é só isso [os erros]. Temos feito gols em todos os jogos", minimizou Muricy Ramalho, que, diga-se, costuma orientar treinos de chutes.
Os são-paulinos passaram em branco em cinco dos 24 jogos do Brasileiro. Nas últimas duas partidas, Atlético-MG e Santos, também tiveram dificuldade para criar chances de gol, o que não ocorrida antes.
O atacante Dagoberto, por exemplo, é o segundo que mais finalizou no Brasileiro entre todos os times: mais de 50 vezes. Sua média é de 3,4 por partida. Porém só marcou três gols.
O volante Hernanes, que usa chutes de longe, concluiu 30 vezes no campeonato. Tem um gol na tabela de artilheiros.
Muricy disse que usa estatísticas como uma das armas para corrigir erros. Ontem, sua reclamação mais constante foi o excesso de mexidas na defesa.
Ao explicar as dificuldades para o time dar uma arrancada no Nacional, lembrou de características da equipe bicampeã brasileira no ano passado.
"Aquele time [de 2007] teve muito pouco mexida na defesa, que era um setor muito forte. Ao contrário, nesse ano, tivemos muitas contusões."
A defesa do ano passado levava 0,5 gol por jogo. A média do time neste ano chega a 1,08.
Na comparação com os rivais de 2008, no entanto, o São Paulo só fica atrás do Grêmio em número de desarmes. E foi o quinto que menos sofreu gols. Para Muricy, a participação do técnico no "time é de 25%".


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