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Pacaembu "corintiano" é polêmica na Câmara
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
A todo momento participantes da audiência pública na qual
foi aprovado relatório da comissão da Câmara Municipal
sobre o estádio do Pacaembu
eram lembrados de que eventual licitação para a concessão
do estádio não nascerá marcada com o nome do Corinthians.
Apesar do alerta, repetido diversas vezes ontem, a imagem
do clube do Parque São Jorge
era constante. Mais por atos falhos, ironias, confusões, reclamações e até provocações do
que pela presença de Luiz Paulo Rosenberg, diretor de marketing do clube alvinegro.
""Não está claro no relatório
se o Corinthians está mesmo
interessado em assumir o Pacaembu. De que adianta levar
esse processo adiante, se nem
existe certeza disso?", questionou o vereador Juscelino Gadelha (PSDB), que não esconde
sua condição de corintiano.
Logo foi admoestado pelo
presidente da comissão, o vereador Dalton Silvano (PSDB).
""Já disse que não depende da
vontade do Corinthians, é aberto a qualquer clube", disse, em
claro tom de reprovação.
Um ato falho do vereador Jamil Murad (PC do B) surpreendeu e irritou o são-paulino
Marco Aurélio Cunha (DEM).
""Então, quando o Corinthians assumir o Pacaembu...",
discorria Murad ao dar seu voto, quando foi interrompido.
""O Corinthians?", perguntou
Marco Aurélio, abrindo os braços. E completou: ""Não será
aberto a todos os clubes?". Foi
dele o único voto dissonante.
Contra. Os demais defenderam
a ideia de concessão de uso do
estádio por um clube.
Marco Aurélio falou que ""o
Pacaembu não pode ser propriedade de um único clube".
Mesmo ""barrado" pelo presidente Silvano, o Corinthians foi
citado repetidamente. Até pelo
relator, Antonio Goulart, conselheiro vitalício do clube do
Parque São Jorge.
""É claro o interesse do Corinthians no estádio. Todos os presidentes [dos outros clubes] declinaram de estar aqui [na Câmara]", argumentou Silvano.
Provocou nova intervenção
de Marco Aurélio. ""Alguém pode não ter vindo, mas não significa desinteresse", observou.
O relator mostrou-se surpreso ao ser questionado pela reportagem se acreditava que haveria conflito de interesses pelo
fato de ser relator e fazer parte
ativa da política do clube.
""Não, não. Fui eleito para representar todos. Nesta comissão tem vereadores de todos os
partidos, isso mostra isenção",
alegou Goulart (PMDB).
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