São Paulo, quinta-feira, 10 de setembro de 2009

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Pacaembu "corintiano" é polêmica na Câmara

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

A todo momento participantes da audiência pública na qual foi aprovado relatório da comissão da Câmara Municipal sobre o estádio do Pacaembu eram lembrados de que eventual licitação para a concessão do estádio não nascerá marcada com o nome do Corinthians.
Apesar do alerta, repetido diversas vezes ontem, a imagem do clube do Parque São Jorge era constante. Mais por atos falhos, ironias, confusões, reclamações e até provocações do que pela presença de Luiz Paulo Rosenberg, diretor de marketing do clube alvinegro.
""Não está claro no relatório se o Corinthians está mesmo interessado em assumir o Pacaembu. De que adianta levar esse processo adiante, se nem existe certeza disso?", questionou o vereador Juscelino Gadelha (PSDB), que não esconde sua condição de corintiano.
Logo foi admoestado pelo presidente da comissão, o vereador Dalton Silvano (PSDB). ""Já disse que não depende da vontade do Corinthians, é aberto a qualquer clube", disse, em claro tom de reprovação.
Um ato falho do vereador Jamil Murad (PC do B) surpreendeu e irritou o são-paulino Marco Aurélio Cunha (DEM).
""Então, quando o Corinthians assumir o Pacaembu...", discorria Murad ao dar seu voto, quando foi interrompido.
""O Corinthians?", perguntou Marco Aurélio, abrindo os braços. E completou: ""Não será aberto a todos os clubes?". Foi dele o único voto dissonante. Contra. Os demais defenderam a ideia de concessão de uso do estádio por um clube.
Marco Aurélio falou que ""o Pacaembu não pode ser propriedade de um único clube".
Mesmo ""barrado" pelo presidente Silvano, o Corinthians foi citado repetidamente. Até pelo relator, Antonio Goulart, conselheiro vitalício do clube do Parque São Jorge.
""É claro o interesse do Corinthians no estádio. Todos os presidentes [dos outros clubes] declinaram de estar aqui [na Câmara]", argumentou Silvano.
Provocou nova intervenção de Marco Aurélio. ""Alguém pode não ter vindo, mas não significa desinteresse", observou.
O relator mostrou-se surpreso ao ser questionado pela reportagem se acreditava que haveria conflito de interesses pelo fato de ser relator e fazer parte ativa da política do clube.
""Não, não. Fui eleito para representar todos. Nesta comissão tem vereadores de todos os partidos, isso mostra isenção", alegou Goulart (PMDB).


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