Brasil controlará cozinha do hotel e usará água mineral para escovar dentes na Índia durante Davis

FERNANDO ITOKAZU
DE SÃO PAULO

Próximo adversário na Copa Davis, a Índia causa preocupação aos brasileiros.
Nem tanto pela qualidade técnica dos rivais (o indiano mais bem colocado no ranking mundial é Somdev Devvarman, 98º), mas pelas condições de alimentação que o país oferece, já que o confronto será jogado em Chennai, de 17 a 19 de setembro.
Apesar de se hospedar em um hotel quatro estrelas, o The Park, que abriga também os tenistas que disputam, em janeiro, o torneio local, de mesmo porte do da Costa do Sauipe, o Brasil já tomou algumas precauções em relação à alimentação.
A CBT (Confederação Brasileira de Tênis) já enviou ao hotel uma lista de pratos que pretende consumir durante a hospedagem (basicamente massa e grelhados) e uma recomendação especial: sem nenhum tipo de condimento, típico da comida local.
Até mesmo o sal, a delegação quer controlar na Índia.
"Também negociamos com o chef do hotel para termos acesso à cozinha", afirmou o presidente da CBT, Jorge Lacerda Rosa.
Assim, se algum prato tiver problema no preparo, nem deve chegar à mesa dos tenistas. O que mais preocupa os dirigentes brasileiros na cozinha indiana é água.
"É preciso um certo cuidado com saladas, como é lavada e com que água", disse o diretor de programa tênis profissional da CBT, Paulo Moriguchi, que quer checar o processo pessoalmente.
Os dirigentes também orientaram os jogadores a utilizarem somente água mineral para escovar os dentes.
Questionado se as medidas eram necessárias mesmo em um hotel de padrão internacional, o dirigente disse que sim. "O Thiago Alves [reserva do Brasil] disse que, quando foi à Índia, só comeu no hotel e teve indisposição."
Único dos titulares que já esteve na Índia, Ricardo Mello disse que a alimentação é realmente um problema.
"Qualquer coisa que você for comer é muito diferente", afirmou Mello, que já jogou no país em duas oportunidades. "Fiquei só na macarronada e na pizza e, mesmo assim, fiquei indisposto."
O capitão do Brasil, João Zwetsch, disse que a situação é difícil, já que é um país com costumes muito diferentes. "Por isso, vamos chegar com uma antecedência grande e, com todos os cuidados, não vamos ter problemas." A delegação embarcaria para a Índia nesta madrugada.


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