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MOTOR
FÁBIO SEIXAS - fabioseixas.folha@uol.com.br
Balcão de negócios
A MESMA FIA que condenou a marmelada da Ferrari
em Zeltweg-2002, que a
multou em US$ 1 milhão sob
o pretexto de quebra do protocolo no pódio e que criou
regra proibindo o jogo de
equipe absolve agora a escuderia após ato idêntico.
Oito anos atrás, em comunicado, a entidade afirmou "não ter apreciado a
maneira como as ordens da
equipe foram dadas e executadas no GP da Áustria".
Anteontem, anunciou
que a proibição "deve ser revista" e que a questão será
encaminhada para seu Grupo de Trabalho Esportivo.
Dá para entender?
Não, se você enxergar a
FIA como uma entidade esportiva, com regulamento
inviolável e sério, com dogmas e princípios, com respeito pelo próprio passado.
Como são (ou pelo menos
deveriam ser) as confederações dos grandes esportes.
Sim, se a FIA for percebida como um órgão político e
comercial que decide ao sabor do momento. E que não
tem pudores em dar giros de
180 nos seus princípios se
isso lhe convier. Danem-se o
passado e os precedentes.
Em 2002, a entidade era
presidida por Mosley, que
enfrentava uma dura queda
de braço com as equipes.
Exatos 27 dias antes de
Zeltweg, cinco montadoras
haviam se reunido em Imola e, com Fiat (Ferrari) à
frente, anunciaram uma nova liga para 2008, quando
terminaria aquela versão
do Pacto de Concórdia.
Mais: a FIA começava a
se preocupar com o domínio avassalador de Schumacher e suas possíveis
consequências econômicas.
A entidade hoje é presidida por Todt, o homem que
apertou o botão para dar as
ordens a Barrichello e que
já decidiu um Paris-Dacar
na moedinha. Para o Mundial, é interessantíssimo ter
uma Ferrari lutando pelo título. Para a etapa de depois
de amanhã, mais ainda.
O que vale é o negócio do
momento. Assim a F-1 deve
ser entendida. E curtida.
Do contrário, só virá incompreensão. E decepção.
ANIVERSÁRIO
Há 38 anos, Emerson Fittipaldi
levava o 1º título, em
Monza. No domingo, ele
será comissário da prova
MOTO2
MAIS UM
Uma semana após a tragédia
de Peter Lenz, outra morte
nas motos. Comentando o
acidente de Tomizawa, 19,
Rossi falou em fatalidade:
"Infelizmente ele continuou
na trajetória das motos que
vinham atrás". Sim, de duas:
foi atropelado por De Angelis
e Redding. Um grid um pouco mais enxuto ajudaria a
prevenir atropelamentos. Em
Misano, 38 largaram na Moto2. É um evidente exagero.
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