JUCA KFOURI
Colunista da Folha

Vasco, São Paulo e Grêmio já conseguiram se livrar da tal Copa Mercosul -o que aumenta as chances dos dois primeiros, principalmente do Vasco, na briga pelo título brasileiro, e diminui a possibilidade de o Grêmio ter de lutar para não cair.
Cruzeiro, Palmeiras e Flamengo, ao contrário, seguem no torneio que dá quase R$ 10 milhões de prêmio ao campeão e torna o título brasileiro muito mais difícil -que o diga o Cruzeiro, derrotado nas duas decisões de 98.
Dos três acima, o Flamengo certamente não tem elenco para jogar dois torneios ao mesmo tempo, o Palmeiras terá no dia 30 de novembro o jogo mais importante de sua história, e o Cruzeiro é quem mais parece fadado a repetir sua própria história, até porque decidirá com o Palmeiras quem segue adiante na tal Copa Mercosul, no Mineirão.
Outro time que não tem elenco para suportar duas competições é o Corinthians, cuja continuidade no festival do Cone Sul depende de um sorteio amanhã na Confederação Sul-Americana.
E o melhor que pode acontecer para os corintianos é que a bolinha dê Boca Juniors.
Não que R$ 10 milhões sejam desprezíveis, longe disso. Dá até para reforçar o time com um belo jogador. Mas é tudo que dá, e o prejuízo físico certo no Campeonato Brasileiro não compensa a ambição. Afinal, os times de ponta gastaram mais do que isso para ganhar o título nacional.

 O Jornal da Band está proibido de entrar em São Januário. Tudo porque, na noite em que Edmundo estava foragido, deu em seu letreiro um adequado ""Procura-se". Como quem faz a lei no Vasco é o deputado Eurico Miranda...

 Quem estava contando com a queda do ministro Rafael Greca (PFL-PR), por considerar que só o senador Jorge Bornhausen (PFL-SC) o respaldava, perdeu a esperança ao ver ACM na posse do novo presidente do Indesp, Augusto Viveiros, do PFL-RN.
O desejo era mesmo ingênuo. Greca vive repetindo pelos corredores do ministério que está tranquilo, ""porque estou com Deus", referindo-se, é claro, ao senador baiano também do PFL.
E o esporte? Que se dane.

 Vem do mesmo PFL, por sinal, um projeto de lei que é uma jóia de subserviência. O deputado federal mineiro e presidente do Cruzeiro, Zezé Perrela, quer, imagine, acabar com a autonomia das ligas que a Lei Pelé garante.
Por seu projeto, de número 763, ""as ligas regionais ou nacionais poderão organizar competições desde que atendam às diretrizes e aos critérios fixados pelas respectivas entidades de administração do desporto", significa dizer, desde que as federações estaduais ou a CBF estiverem de acordo.
Numa palavra, um cartola de clube, e grande, quer abrir mão da liberdade que os próprios clubes conquistaram.

 Quem quiser entender melhor o futebol brasileiro, tem agora no livro ""Futebol: o espetáculo do século" uma ótima chance. Editado pela Musa Editora e organizado pelo Núcleo de Estudos do Cotidiano e de Cultura Urbana da Faculdade de Ciências Sociais da PUC-SP, o livro trata o futebol como cultura, negócio, política, lazer e história, com 26 artigos de ex-craques, como Sócrates, Afonsinho e Wladimir, cineastas, como Ugo Giorgetti, historiadores, como Joel Rufino dos Santos, presidentes de torcidas organizadas, como Dentinho, da Gaviões, etc.