São Paulo, terça-feira, 10 de outubro de 2006

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Corinthians é ainda pior no 2º tempo

Rubens Cavallari/Folha Imagem
Rafael Moura, último corintiano a marcar no 2º tempo de um jogo, embarca para a Argentina, ontem


É na fase final dos jogos que o ataque da equipe de Leão, de volta à zona de descenso, exibe a sua face mais improdutiva

Inoperância ofensiva do clube, que registra seu pior ataque no Brasileiro desde 97, é agravada por erros nas substituições e expulsões

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Se é verdade que Amoroso deixou um gol de honra, anteontem, em Goiânia -algo cada vez mais raro na trajetória corintiana em 2006-, o time completou quatro jogos com uma marca no mínimo preocupante para quem quer reagir.
No dia 21 de setembro, o corintiano que acompanha com sofrimento uma das piores campanhas da história do seu clube viu pela última vez um segundo tempo de brio.
Foi naquela data que o time suou para empatar com o Vasco no segundo tempo, com um gol de Rafael Moura que permitiu o 1 a 1. De lá para cá, o Corinthians, que já tem seu pior ataque no Brasileiro desde 1997, têm sido um desgosto na etapa final, colecionando erros que minam o poder de reação de qualquer time.
Nos últimos quatro jogos (empates contra Inter e Lanús, derrotas para Santos e Goiás), um fato em comum: nenhum gol foi marcado no segundo tempo. Na verdade, foram apenas dois tentos, deixados no primeiro tempo, quando os jogos ainda tinham solução.
Pior ataque do torneio, ao lado do São Caetano, com 26 gols, o Corinthians tem média de 0,92 gol por jogo, um vexame para um defensor de título do Brasileiro. Número ruim para quem tinha, no começo da competição, atacantes de respeito como Tevez, que debandou, e Nilmar, que lesionou o joelho. E que hoje amarga um lugar na zona de descenso.
A última vez que o clube viu um ataque tão improdutivo foi em 1997, quando tinha Mirandinha, Donizete e Agnaldo. A equipe fez 23 gols em 25 jogos do Nacional e também ficou na média de 0,92 gol por jogo.
Nas duas últimas derrotas deste Brasileiro, para complicar, o time ainda teve expulsos Magrão (contra o Santos) e Betão (ante o Goiás), ainda que a última possa ser considerada um erro da arbitragem. E, como segundo tempo é mundialmente conhecido como "hora de mexer no time", o técnico Emerson Leão não tem sido feliz nas suas substituições.
Anteontem, o resultado e os erros da arbitragem de Elvécio Zequetto fizeram o treinador corintiano se negar a dar a entrevista coletiva no estádio do Serra Dourada.
Amanhã, em Lanús, a equipe do Parque São Jorge poderá, ao menos, dar uma satisfação à sua torcida. Caso vença o time argentino ou empate com gols, passa às quartas-de-final do torneio. No primeiro jogo, em São Paulo, houve empate em 0 a 0. A hora é de calma e também de cobrança por empenho.
"Precisamos ter tranqüilidade, mas cada um tem que dar um pouco mais", afirmou o lateral-esquerdo César, ansioso por classificar o time no torneio continental e obter um pouco mais de paz.
Por outro lado, o time de Oscar Ruggeri também procura a calmaria, após ter sido derrotado em casa pelo Estudiantes de La Plata por 3 a 0, pela última rodada do Campeonato Argentino. Foi a quarta derrota em dez jogos da equipe, que está na 12ª posição na tabela vizinha.
Ontem, o treino pela manhã foi reservado apenas aos atletas que não atuaram em Goiânia no 3 a 1 para o Goiás.
O time embarcou ontem à noite no aeroporto de Guarulhos rumo à terra de Carlitos Tevez, Mascherano e Sebá.


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