São Paulo, sábado, 10 de outubro de 2009

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MOTOR

Memorabilia


Novo livro sobre Senna não traz novidades, mas reúne réplicas de documentos valiosos, curiosos, divertidos


FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE

AS LETRAS miúdas no verso alertam: "Reproduction". Um aviso válido. Porque as tais reproduções são perfeitas, detalhistas. Uma delas chega à minúcia de trazer a marca de ferrugem de um clipe que por ali ficou, machucando o original.
"Ayrton Senna, Uma Lenda a Toda Velocidade" vale mesmo é pelo segundo subtítulo: "Uma jornada interativa". Escrita por Christopher Hilton, com lançamento em São Paulo na próxima terça, seria só mais uma biografia do tricampeão não fossem os 13 envelopes de anexos espalhados por suas 192 páginas.
Hilton, apenas ele, já escreveu outros nove livros sobre o personagem.
Uma busca pelo nome do piloto na Amazon retorna 529 resultados.
529! Assunto esgotado, portanto? No conteúdo, sim: publicado pela editora Global, em parceria com o Instituto Ayrton Senna, "Uma Lenda..." não traz novidades, revelações ou, compreensivelmente, críticas.
Mais: escorrega em algumas traduções de termos do automobilismo. A surpresa vem na forma. Porque a solução encontrada para a obra, que celebra os 15 anos do instituto, é originalíssima. O livro é um pequeno museu, com réplicas perfeitas de documentos que marcaram a vida do piloto, registrado como Ayrton, como mostra a certidão de nascimento, batizado como Airton, segundo escreveu o padre Nadir, três anos depois, na certidão de batismo.
No Colégio Rio Branco, Senna foi um aluno mediano, indica seu boletim. Adulto, tinha caligrafia infantil.
Numa carta ao amigo/assessor/gerente Armando Teixeira, em 1982, conta detalhes sobre a histórica corrida de F-Ford que ganhou, em Snetterton, sem freios por 14 voltas.
"Uma experiência danada", relata. Daquele mesmo ano, um garrancho num cartão de visitas: Eddie Jordan declara ter ficado impressionado com o então novato na F-3. De 1984, uma carta de Ted Toleman agradece o sexto lugar em Kyalami, seu segundo GP. Um cartão de Natal da Lotus, de 86, reproduz a chegada em Jerez, com o 0s014 sobre Mansell. O chefe Peter Warr pede: "Por favor, vença com mais folga em 87".
Por aí vai. E, por isso, vale a pena.

SERVIÇO
O preço no lançamento, R$ 132. Até o fim do ano, o livro estará à venda apenas na Livraria da Vila, aqui: www.livrariadavila.com.br.

BANDEIRADA 1
Dixon, Franchitti ou Briscoe? Dixon chega à decisão com mais vitórias, mais voltas na liderança. Merece. O que não quer dizer muito num campeonato que será decidido num oval e cuja liderança mudou de mãos 13 vezes em 16 etapas.

BANDEIRADA 2
Massa dará a bandeirada em Interlagos, informaram os organizadores. Isso, claro, se ele não correr. Sim, a chance ainda existe.

fabioseixas.folha@uol.com.br


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