São Paulo, domingo, 10 de outubro de 2010

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Federação vê ditadura cair só em 2012

VÔLEI Com ranços da era Acosta, FIVB aguarda nova regra eleitoral

MARIANA BASTOS
ENVIADA ESPECIAL A ROMA

A palavra democracia só deve entrar no vocabulário do vôlei a partir de 2012, quando o atual presidente da federação internacional, o chinês Jizhong Wei, promove eleições para sua sucessão.
Wei promete consertar os erros do seu antecessor, o mexicano Rubén Acosta, que presidiu a FIVB por 24 anos.
Neste Mundial masculino, cuja final será hoje, o vôlei ainda sofre com o legado pernicioso deixado por Acosta. Wei teve que lidar com a fúria de seleções, que estão indignadas com o sistema de disputa, aprovado em 2006 durante a era Acosta. Para muitos, o formato do torneio privilegiava o anfitrião, a Itália.
Além disso, o sistema deu brecha para que seleções, como Brasil, EUA, Bulgária e Rússia promovessem "marmeladas", usando reservas.
O presidente da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei), Ary Graça, foi um dos que se queixaram do formato. "Tive que aprová-lo porque antigamente [a federação internacional] era uma ditadura. Ninguém dizia não porque senão estava morto", disse o dirigente na segunda.
A opinião de Graça é compartilhada por outros cartolas. Nos bastidores, lembram que a era Acosta foi marcada por corrupção e ditadura.
"Se queremos tomar uma decisão, devemos colocar a democracia antes, não depois. Na época de Acosta, ele tomava as decisões e depois pedia à Assembleia Geral para aprová-las", disse Wei, o terceiro presidente da FIVB.
O antecessor de Acosta foi Paul Libaud, fundador da federação, que permaneceu em seu comando por 37 anos.
Wei, que era vice de Acosta de 1982 até chegar à presidência em 2008, fez mea-culpa. "Eu também tenho responsabilidade por esses erros. Não os mencionei quando descobri que existiam. Agora temos que corrigi-los."
O cartola, há dois anos, prometeu que não tentará a reeleição em 2012, quando acaba seu mandato. E que irá alterar a regra eleitoral, adotando o voto secreto em vez da aclamação ou da contagem de mãos levantadas.
Quanto ao Mundial masculino, o cartola mostrou-se a favor de mudanças no formato de disputa para a próxima edição, em 2014. Um novo sistema será estudado.


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