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Federação vê ditadura cair só em 2012
VÔLEI Com ranços da era Acosta, FIVB aguarda nova regra eleitoral
MARIANA BASTOS
ENVIADA ESPECIAL A ROMA
A palavra democracia só
deve entrar no vocabulário
do vôlei a partir de 2012,
quando o atual presidente da
federação internacional, o
chinês Jizhong Wei, promove
eleições para sua sucessão.
Wei promete consertar os
erros do seu antecessor, o
mexicano Rubén Acosta, que
presidiu a FIVB por 24 anos.
Neste Mundial masculino,
cuja final será hoje, o vôlei
ainda sofre com o legado pernicioso deixado por Acosta.
Wei teve que lidar com a fúria
de seleções, que estão indignadas com o sistema de disputa, aprovado em 2006 durante a era Acosta. Para muitos, o formato do torneio privilegiava o anfitrião, a Itália.
Além disso, o sistema deu
brecha para que seleções, como Brasil, EUA, Bulgária e
Rússia promovessem "marmeladas", usando reservas.
O presidente da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei), Ary Graça, foi um dos
que se queixaram do formato. "Tive que aprová-lo porque antigamente [a federação internacional] era uma
ditadura. Ninguém dizia não
porque senão estava morto",
disse o dirigente na segunda.
A opinião de Graça é compartilhada por outros cartolas. Nos bastidores, lembram
que a era Acosta foi marcada
por corrupção e ditadura.
"Se queremos tomar uma
decisão, devemos colocar a
democracia antes, não depois. Na época de Acosta, ele
tomava as decisões e depois
pedia à Assembleia Geral para aprová-las", disse Wei, o
terceiro presidente da FIVB.
O antecessor de Acosta foi
Paul Libaud, fundador da federação, que permaneceu
em seu comando por 37 anos.
Wei, que era vice de Acosta
de 1982 até chegar à presidência em 2008, fez mea-culpa. "Eu também tenho responsabilidade por esses erros. Não os mencionei quando descobri que existiam.
Agora temos que corrigi-los."
O cartola, há dois anos,
prometeu que não tentará a
reeleição em 2012, quando
acaba seu mandato. E que irá
alterar a regra eleitoral, adotando o voto secreto em vez
da aclamação ou da contagem de mãos levantadas.
Quanto ao Mundial masculino, o cartola mostrou-se
a favor de mudanças no formato de disputa para a próxima edição, em 2014. Um novo sistema será estudado.
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