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FUTEBOL
Meia brasileiro, que assumiu nacionalidade alemã, fica fora da lista de novo técnico da equipe européia
"Esquecido', Rink diz não se arrepender
RODRIGO BUENO
da Reportagem Local
O brasileiro Paulo Rink não gostou da mudança na comissão técnica da seleção. Não a do Brasil,
mas a da Alemanha.
O atacante, que possui nacionalidade alemã, jogou pela seleção européia em dois amistosos (contra
as equipes de Malta e da Romênia),
quando essa ainda era dirigida pelo técnico Berti Vogts, há pouco
mais de um mês.
O treinador que permitiu a Rink
ser o primeiro brasileiro a atuar
pela Alemanha pediu demissão.
Seu sucessor, Erich Ribbeck, "se
esqueceu" do ex-atleta do Atlético-PR ao convocar a seleção alemã
para as eliminatórias da Eurocopa
de 2000.
Em entrevista por telefone à Folha, Rink falou sobre a possibilidade de não jogar mais pela Alemanha e sobre o fato de não poder jogar mais pelo Brasil, pois já atuou
em outra seleção.
Folha - Como você viu a saída do
técnico Berti Vogts da seleção da
Alemanha?
Paulo Rink - A troca de técnico
me surpreendeu totalmente. Pensava que estava iniciando um trabalho com Vogts, que tinha assinado contrato. Pensei em sequência.
Folha - O novo técnico, Erich Ribbeck, não o chamou. O que você
achou disso?
Rink - Fiquei triste por não participar desse início de trabalho, mas
ele me ligou e disse para continuar
trabalhando sério no Bayer que terei chances.
Folha - Para quando espera por
essas chances?
Rink - Meu primeiro objetivo é
jogar a fase final da Eurocopa. Para
isso, preciso ser convocado para
alguns jogos das eliminatórias. Depois vem a Copa do Mundo de
2002.
Folha - Como foi sua experiência
como jogador da Alemanha?
Rink - No pouco espaço que tive,
fui bem. Joguei em duas partidas,
só poucos minutos, mas ajudei minha equipe a ganhar o primeiro jogo e a empatar o segundo quando
estávamos perdendo.
Folha - O que achou da primeira
convocação de Ribbeck, que priorizou atletas do Bayern de Munique?
Rink - Foi normal. O Bayern venceu os seis primeiros jogos no
Campeonato Alemão. Falam que a
seleção é o Bayern sem o Élber
(atacante brasileiro) e com o (Oliver) Bierhoff (jogador do Milan,
da Itália). Não houve surpresa na
convocação.
Folha - Quem são seus maiores
concorrentes por uma vaga na seleção alemã?
Rink - Além do Bierhoff, tem o
Kirsten, o Marschall, o Jancker e o
Neuville. Mas eu sou mais novo
que eles, com 25 anos. Para a Copa
de 2002 tenho boas chances.
Folha - Sua adaptação ao estilo
do futebol alemão foi relativamente fácil?
Rink - Não foi bem assim.Os alemães têm muita obediência tática.
Aqui você tem que seguir um esquema de jogo. No Brasil existe
mais improvisação.
Folha - Mas quando você jogava
no Brasil tinha um estilo europeu.
Rink - É. Hoje procuro conciliar
os estilos. Você tem que ser eficiente. Não adianta jogar ao modo
brasileiro e perder, nem jogar do
jeito alemão e perder.
Folha - Você teve algum receio
ao jogar na seleção alemã?
Rink - Tinha medo da receptividade dos jogadores por ser estrangeiro. Mas foi tudo bem. O Bierhoff, de quem falavam tanto, até
conversou comigo em italiano.
Folha - Não lamenta o fato de
não poder mais defender a seleção
brasileira?
Rink - Não, porque ainda vejo
chances de jogar pela Alemanha. A
seleção alemã estava na minha
mão, e a brasileira só em sonho.
Não vou viver de sonho.
Folha - Você já se sente alemão?
Rink - Sou brasileiro e isso nunca
vai mudar. Aprendo muitas coisas
aqui, mas não vou mudar meu jeito de ser.
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