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Vasco realiza eleições sob suspeita
DA SUCURSAL DO RIO
As eleições para a presidência
do Vasco ocorrem hoje sob suspeita de fraude, levantada por
Hércules Figueiredo, candidato
da oposição a Eurico Miranda,
atual vice-presidente do clube.
Figueiredo diz estar "muito temeroso" quanto à possibilidade
de não haver lisura no pleito que
escolherá o comandante do Vasco
para os próximos três anos.
"Há rumores de que está sendo
preparada uma fraude gigantesca.
Carteiras de associados estariam
sendo emitidas em escala industrial para pessoas que jamais puseram os pés em São Januário",
afirmou o candidato da oposição.
Figueiredo afirmou que pediria
providências ainda ontem ao presidente da Assembléia Geral, João
da Silva, responsável pela coordenação das eleições. Eles se reuniriam no final da tarde de ontem
para discutir o assunto. A Folha
ligou para a secretaria de administração do clube, mas ninguém
atendeu. O telefone celular de Eurico Miranda estava desligado.
O número oficial de eleitores em
condições de votar-84.755 associados-, cedido pela atual administração, também é questionado
pelo opositor a Miranda. Para ele,
"é exageradíssimo" e poderia servir para legitimar supostos eleitores falsos.
Segundo Figueiredo, votaram
no último pleito apenas 3.124 eleitores, o que corresponderia a apenas 3,7% do número atual de possíveis votantes. Para ele, a diferença entre os números é muito grande. Figueiredo não soube precisar
o número de sócios do clube.
Engenheiro civil de 51 anos, ele é
o único candidato de oposição a
Miranda. O outro candidato da
oposição, Amadeo Pinto da Rocha -que contava com o apoio
do presidente do Vasco, Antonio
Soares Calçada-, passou a fazer
parte da chapa de Miranda.
Há 15 anos na administração do
Vasco, ao lado de Calçada, Miranda nunca foi presidente do clube,
apesar de ser o homem-forte do
Vasco há anos.
Dirigente de destacada influência no futebol, ele é a figura mais
conhecida do clube carioca por
seu comportamento pouco convencional. Miranda tem opiniões
controvertidas e é amado e odiado, tanto no Vasco como em outros setores do esporte nacional.
Ele foi o responsável pela implantação e pelo sucesso do "projeto olímpico" do clube carioca,
que reúne alguns dos principais
atletas do país em diversos esportes. Dos 205 competidores brasileiros na Olimpíada de Sydney, 83
eram do Vasco.
O projeto é também alvo de críticas da oposição e do próprio
presidente atual, que alegam que
os altos gastos não tiveram o correspondente retorno financeiro.
"Esse programa é uma incógnita e foi feito sem nenhum planejamento", afirmou Figueiredo.
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