DA REPORTAGEM LOCAL

Uma reportagem publicada na edição de ontem do jornal "La Gazzetta dello Sport" provocou rebuliço na Ferrari e um desmentido da equipe italiana. Segundo o diário, a escuderia está preparando o espanhol Fernando Alonso, 19, para que ele assuma a vaga de Rubens Barrichello já em 2002.
Contratado pela Minardi até 2005, Alonso teria caído nas graças do francês Jean Todt, diretor esportivo da Ferrari, que agora estaria tentando sua liberação.
O objetivo do dirigente, então, seria emprestá-lo à Prost, para que o espanhol "aprendesse" a trabalhar com o motor Ferrari -a partir do ano que vem, a equipe francesa vai utilizar os propulsores fabricados em Maranello.
Ainda segundo o "La Gazzetta", Alonso, caso aprovado, assumiria o posto de segundo piloto ferrarista em 2002. O contrato de Barrichello com a escuderia termina no final da próxima temporada.
A Ferrari ontem desmentiu a informação. Segundo Jane Parisi, assessora da equipe que trabalha junto a Barrichello, esse plano de Todt "simplesmente não existe".
Quarto colocado neste ano na F-3000, Alonso venceu a última etapa do campeonato, na Bélgica, no final de agosto. Antes disso, havia corrido apenas uma temporada com monopostos, em 1999, na Fórmula Nissan. De 1994 a 1998, disputava provas de kart.
Teoricamente, a pouca experiência não seria um entrave para sua passagem à F-1. Cada vez mais, pilotos vêm queimando etapas antes de chegar à categoria.
Depois de Jarno Trulli e Jenson Button, que pularam a F-3000 e passaram direto da F-3 para a F-1, o finlandês Kimi Raikkonen, 21, deve dar um passo ainda maior.
Campeão inglês de F-Renault neste ano, disputou apenas 23 corridas com monopostos em sua carreira e já acertou com a Sauber para 2001. Falta apenas o anúncio.

Mudanças
Em pouco mais de duas semanas, essa foi a segunda notícia que circulou na Itália sobre um eventual mudança na dupla da Ferrari.
Pouco antes da última etapa do campeonato, o GP da Malásia, no dia 22 de outubro, surgiram rumores de que a equipe já estaria começando a pensar na substituição de Michael Schumacher, cujo contrato termina no final de 2002.
Finalmente livre do peso pelo jejum de 21 anos sem títulos, a Ferrari não estaria mais disposta a pagar US$ 35 milhões por ano à sua estrela. Entre os prováveis substitutos, os mais cotados eram Button e Ralf Schumacher.
O próprio discurso de Todt colabora com a polêmica. Antes de Sepang, o francês fez elogios a Ralf: "Ele é rápido, consistente e hoje já tem boa experiência".
Alheios à discussão, a atual dupla da Ferrari vive situações bem diferentes hoje. Schumacher deve ser operado nos próximos dias, para a retirada dos pinos que foram colocados em sua perna direita após o acidente do ano passado em Silverstone. A equipe mantém sigilo sobre a cirurgia.
Já Barrichello está de férias no Brasil desde o final da temporada. A sua próxima aparição pública deve acontecer na semana que vem, em uma prova de kart na Granja Viana, em São Paulo.


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