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JUCA KFOURI
Cara de campeão, pinta de campeão
Quem faz a diferença
neste time que pode até não chegar ao hexa, ou ao tri,
mas que virou favorito?
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O FUTEBOL é mágico e adora
pregar peças.
Ensina lições e as enterra
com a mesma facilidade, em não
mais do que em 90 minutos.
E uma lição que o futebol ensinou
faz tempo diz sobre a tal sorte de
campeão.
E ninguém anda com mais sorte
de campeão do que o São Paulo.
Sorte que se manifesta das mais
diferentes maneiras.
Desde uma bola no travessão no
último minuto, como no Canindé,
até a ilusão de ótica do bandeirinha
que anulou um gol do Botafogo.
Um empate contra a Lusa e outro
no Engenhão, para falar apenas de
dois jogos recentes, e pronto! O São
Paulo teria quatro pontos menos do
que tem.
Tudo que o Palmeiras, por exemplo, queria. Ou o Grêmio.
Pois queriam.
Porque, mesmo quando não joga
futebol de campeão, o Tricolor tem
jogado com cara de campeão, confiança de campeão, pinta de campeão, sorte de campeão.
Coisa que falta ao Palmeiras.
Para muitos, ao menos neste Brasileirão, a diferença não está nas diretorias dos dois clubes, nem nos
elencos, nem nos investimentos.
Está no banco. A diferença está
entre os dois técnicos.
O mal-humorado Muricy Ramalho, rabugento, tão mal-educado
que fica engraçado, sem terno nem
gravata, só de uniforme do clube,
parte para seu tricampeonato brasileiro de fato, o quarto de direito. E
para ser eleito mais uma vez como o
melhor treinador em atividade no
Brasil e ir, talvez, para a seleção.
Incapaz de deixar seus jogadores
na mão, de não ser solidário.
Impensável, sem dúvida, ver Muricy Ramalho na TV para comentar
a atuação de comandados seus.
Sabe aquele algo mais que o boleiro é capaz de dar para um técnico?
Muricy Ramalho consegue ser objeto daquela gota de suor tirada do
fundo d'alma.
Talvez seja exagerado dizer que é
ele quem faz a diferença em 2008,
porque, sem Rogério Ceni, André
Dias, Miranda, Hernanes, Hugo
(sim, Hugo, depois que o Tostão falou dá para afirmar sem receio), Jorge Wagner e, sim, Borges (ou não,
Doutor Tostão?), a impressionante
atropelada tricolor não teria acontecido como aconteceu.
Mas, é verdade, o Palmeiras tem
Marcos, Roque Júnior, Gustavo, Élder Granja, Pierre, Martinez, Kléber
e Alex Mineiro.
Sei lá. Vai ver, desta vez, a diferença é mesmo o técnico.
Pelo menos até que um Figueirense chegue ao Morumbi e mude o
curso da história.
Como fez o Grêmio no Palestra
Itália lotado, ao derrotar um bisonho Palmeiras, cujo técnico pensa
apenas em si e na seleção.
Porque o futebol é mágico.
Embora, como na vida, faça a esperteza engolir quem se acha esperto demais.
Kirrata
Leitor também erra, mas erra
mais o colunista que não checou:
Anthony Nesty foi, sim, o primeiro
nadador negro a ganhar ouro em
Olimpíadas, só que em Seul-88, não
em Barcelona-92. E o terceiro gol
do São Paulo na Lusa foi dado para
Zé Luis, embora, teimoso, o colunista insista que seja de Borges.
blogdojuca@uol.com.br
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