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fúria
Palmeiras perde a compostura
Após Muricy Ramalho atacar a imprensa, Belluzzo fala em bater no juiz, que é afastado do Brasileiro
Dirigente será denunciado e poderá pegar até 180 dias de suspensão em razão das ofensas contra Simon, a quem chamou de "safado"
André Vicente/Folha Imagem
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O presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, que disse que vai consultar advogados para processar o árbitro Carlos Eugênio Simon, durante treino da equipe
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
Ganhar apenas cinco pontos
dos últimos 21 disputados causou estragos no Palmeiras, que
perdeu a liderança do Campeonato Brasileiro e a cabeça.
Primeiro, o técnico Muricy
Ramalho atacou a imprensa,
que, como reflexo, acabou sendo bastante hostilizada pela
torcida na última exibição do
time em casa, contra o Goiás.
Ontem, o presidente do clube, Luiz Gonzaga Belluzzo, lavou as mãos e deixou a cargo do
torcedor mais exaltado decidir
o que fazer se der de cara com o
árbitro Carlos Eugênio Simon.
Após ter dito em entrevista
ao diário "Lance" que a única
coisa a ser feita em relação ao
juiz era "encher o cara de porrada", o dirigente manteve sua
posição em entrevista coletiva
concedida à tarde, no CT.
"Disse isso num momento de
muita irritação. Não sou bonzinho nem santo. Sou tão humano quanto qualquer um. Eu tive, mesmo, vontade [de bater
no juiz]", disse o cartola.
Belluzzo goza de muito prestígio junto à torcida, que ele estima em 15 milhões de pessoas.
Questionado se tal comportamento não incitaria parte dela a agir de forma violenta contra Simon, o presidente eximiu-se de responsabilidade.
"Espero que o torcedor decida de acordo com sua consciência e com as circunstâncias",
afirmou o mandatário.
O juiz virou o alvo da ira palmeirense após ter anulado um
gol legítimo marcado por Obina quando o jogo diante do Fluminense ainda estava empatado. A derrota (1 a 0) impossibilitou os paulistas de reassumirem a liderança do Brasileiro,
que hoje pertence ao São Paulo.
Logo após o duelo, o gerente
de futebol, Toninho Cecílio,
veio a público atacar o árbitro e
pedir providências para o presidente da Comissão Nacional
de Arbitragem, Sérgio Corrêa.
O protesto deu certo. Simon
foi afastado ontem pela comissão até o final do campeonato.
Em comunicado curto, a CBF
justificou a decisão "em virtude
da repetição de erros cometidos durante a competição".
O árbitro já se envolvera em
polêmica recente, na 31ª rodada, quando deixou santistas e
são-paulinos nervosos no clássico disputado na Vila Belmiro.
Por outro lado, Belluzzo será
denunciado pela Procuradoria
do STJD (Superior Tribunal de
Justiça Desportiva) e poderá
ser punido por até 180 dias em
função das ofensas ao árbitro.
Na entrevista para o "Lance",
o cartola chamou Simon de "vigarista, safado e crápula".
O procurador-geral do STJD,
Paulo Schmitt, disse que enviará até o final da semana a denúncia contra o dirigente.
O mandatário deverá ser enquadrado no artigo 188 do
CBJD (Código Brasileiro de
Justiça Desportiva), que trata,
entre outras coisas, das "manifestações desrespeitosas" contra os árbitros ou auxiliares.
"É um absurdo um presidente de um clube dizer isso por
mais revoltado que esteja. Cada
um fala o que quer, mas tem
que responder pelo seu excesso", afirmou Schmitt.
De acordo com o procurador,
Belluzzo se mostrou "muito
pouco equilibrado" ao dar as
declarações após o revés da
equipe no Rio. O caso deverá
ser julgado no final do mês na
primeira instância do tribunal.
Antes mesmo de saber da intenção da procuradoria, o presidente palmeirense mostrava-se conformado com uma possível punição. Preferiu continuar
batendo forte na arbitragem.
"Vou consultar amigos advogados para saber que medidas
são necessárias para processar
o Simon por perdas e danos
morais e financeiros em nome
do Palmeiras", falou o cartola.
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