São Paulo, domingo, 10 de dezembro de 2006

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Na penúria, Corinthians faz a feira na 2ª divisão

Os quatro atletas contratados até agora foram de equipes da divisão de acesso

Arce, Jaílson, Gustavo e Daniel são anunciados na semana em que Berezovski prometeu investir no clube para levá-lo de volta ao topo

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os milhões de Boris Berezovski, por enquanto, não passam de promessa. E a realidade corintiana é bastante amarga quando se olha para o campo.
Na semana em que o magnata russo falou em levar o Corinthians "ao topo", o clube anunciou uma série de reforços de segunda linha, todos baratos, todos com passagens por equipes que estão na Segundona.
Se no final de 2005 o clube do Parque São Jorge festejava o título brasileiro com estrelas do porte de Tevez e Mascherano, agora olha com desconfiança para os atacantes Jaílson e Arce, para o zagueiro Gustavo e para o volante Daniel.
Os reforços chegaram a custo zero -foram acertados apenas salários, que, se somados, não chegam aos R$ 286 mil mensais que Tevez recebia apenas pela carteira de trabalho, sem contar direitos de imagem.
O novo perfil de contratações do clube até este momento parece fazer uma exigência: o atleta tem de ter jogado em um clube que está em uma divisão de acesso do futebol brasileiro.
Esses quatro jogadores têm isso em comum. Jaílson, que se diz fã de Tevez, foi a estrela do Paulista na Série B do Brasileiro. Fez 17 gols no torneio, mas não conseguiu ajudar a equipe do interior paulista a subir para a primeira divisão.
O zagueiro Gustavo e o volante Daniel, que trabalharam com Leão no São Caetano, naufragaram com o time do ABC em 2006, rebaixado para a divisão de acesso do Nacional.
Daniel, inclusive, é representado por Paulo Francez, amigo de Leão e dono do Estância Filomena, local onde o treinador concentra suas equipes.
O quarto contratado ilustra bem o atual momento corintiano. Em 2005, desfilavam com a camisa corintiana estrelas argentinas que disputaram a Copa do Mundo na Alemanha.
Em 2007, o estrangeiro é uma promessa da Bolívia, país com pouquíssima tradição no futebol. Juan Carlos Arce foi emprestado por um ano pelo Oriente Petrolero.
O atacante, de 21 anos, já esteve em solo nacional. Se aventurou neste ano pela Portuguesa. Experiência desagradável, que culminou com sua dispensa após uma desavença entre empresários e quatro meses sem ter jogado uma única partida pelo clube. O time do Canindé alega que ele não obteve visto de trabalho para jogar.
Arce, convocado para amistosos pela seleção de seu país, não estava na lista de Leão. Foi uma aposta do presidente do Corinthians, Alberto Dualib.
"Nenhum clube do Brasil tem condições mais de investir US$ 23 milhões, US$ 24 milhões em um só jogador", disse o cartola à rádio Bandeirantes.
As contratações de segunda linha, no entanto, não tiram o otimismo de Dualib. "Pode confiar em mim. Vamos voltar a ter um time competitivo para o ano que vem", afirmou.
E olha que ainda tem mais jogador de segunda linha perto do Parque São Jorge. Um deles é o meia Lúcio, do Fortaleza, segundo pior time do Brasileiro. O clube, porém, espera a redução na quantia pedida pelos cearenses para fechar negócio.
Outro que está nos planos é o goleiro Jean, que caiu neste ano com a Ponte Preta. Vale lembrar que ele já havia naufragado com o Guarani.


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