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Na penúria, Corinthians faz a feira na 2ª divisão
Os quatro atletas contratados até agora foram de equipes da divisão de acesso
Arce, Jaílson, Gustavo e
Daniel são anunciados na
semana em que Berezovski
prometeu investir no clube
para levá-lo de volta ao topo
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os milhões de Boris Berezovski, por enquanto, não passam de promessa. E a realidade
corintiana é bastante amarga
quando se olha para o campo.
Na semana em que o magnata russo falou em levar o Corinthians "ao topo", o clube anunciou uma série de reforços de
segunda linha, todos baratos,
todos com passagens por equipes que estão na Segundona.
Se no final de 2005 o clube do
Parque São Jorge festejava o título brasileiro com estrelas do
porte de Tevez e Mascherano,
agora olha com desconfiança
para os atacantes Jaílson e Arce, para o zagueiro Gustavo e
para o volante Daniel.
Os reforços chegaram a custo
zero -foram acertados apenas
salários, que, se somados, não
chegam aos R$ 286 mil mensais
que Tevez recebia apenas pela
carteira de trabalho, sem contar direitos de imagem.
O novo perfil de contratações
do clube até este momento parece fazer uma exigência: o
atleta tem de ter jogado em um
clube que está em uma divisão
de acesso do futebol brasileiro.
Esses quatro jogadores têm
isso em comum. Jaílson, que se
diz fã de Tevez, foi a estrela do
Paulista na Série B do Brasileiro. Fez 17 gols no torneio, mas
não conseguiu ajudar a equipe
do interior paulista a subir para
a primeira divisão.
O zagueiro Gustavo e o volante Daniel, que trabalharam
com Leão no São Caetano, naufragaram com o time do ABC
em 2006, rebaixado para a divisão de acesso do Nacional.
Daniel, inclusive, é representado por Paulo Francez, amigo
de Leão e dono do Estância Filomena, local onde o treinador
concentra suas equipes.
O quarto contratado ilustra
bem o atual momento corintiano. Em 2005, desfilavam com a
camisa corintiana estrelas argentinas que disputaram a Copa do Mundo na Alemanha.
Em 2007, o estrangeiro é
uma promessa da Bolívia, país
com pouquíssima tradição no
futebol. Juan Carlos Arce foi
emprestado por um ano pelo
Oriente Petrolero.
O atacante, de 21 anos, já esteve em solo nacional. Se aventurou neste ano pela Portuguesa. Experiência desagradável,
que culminou com sua dispensa após uma desavença entre
empresários e quatro meses
sem ter jogado uma única partida pelo clube. O time do Canindé alega que ele não obteve
visto de trabalho para jogar.
Arce, convocado para amistosos pela seleção de seu país,
não estava na lista de Leão. Foi
uma aposta do presidente do
Corinthians, Alberto Dualib.
"Nenhum clube do Brasil
tem condições mais de investir
US$ 23 milhões, US$ 24 milhões em um só jogador", disse
o cartola à rádio Bandeirantes.
As contratações de segunda
linha, no entanto, não tiram o
otimismo de Dualib. "Pode
confiar em mim. Vamos voltar
a ter um time competitivo para
o ano que vem", afirmou.
E olha que ainda tem mais jogador de segunda linha perto
do Parque São Jorge. Um deles
é o meia Lúcio, do Fortaleza,
segundo pior time do Brasileiro. O clube, porém, espera a redução na quantia pedida pelos
cearenses para fechar negócio.
Outro que está nos planos é o
goleiro Jean, que caiu neste ano
com a Ponte Preta. Vale lembrar que ele já havia naufragado com o Guarani.
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