|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Oficial, Caio Jr. quer Palmeiras enxuto
Clube demite Picerni e anuncia técnico, que admira Paulo Autuori e quer trabalhar com 28 atletas em vez dos 44 atuais
Assessoria anuncia apenas que nomeação partiu "da diretoria", enquanto técnico diz que acerto com Cipullo aconteceu na quinta, em SP
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A contagem regressiva acabou. O técnico Caio Júnior, que
levou o Paraná à Libertadores
de 2007, foi confirmado pela
diretoria do Palmeiras, via assessoria de imprensa, ao lado
da demissão de Jair Picerni.
"Tudo dependia da confirmação do Palmeiras, por isso
eu não estava dando entrevistas", afirma Caio, por telefone à
Folha. "Agora que anunciaram,
só falta definir quando vai ser a
apresentação, que pode ser na
próxima semana."
Segundo o próprio Caio, o
acerto com Gilberto Cipullo,
diretor de futebol de fato mas
ainda não empossado, se deu
na quinta. "Estava no Rio. Voltei para Curitiba, passando por
São Paulo, e me reuni com o
Gilberto para fazer o acerto."
Nessa reunião, o técnico, que
receberá em torno de R$ 60 mil
mensais, recebeu informações
sobre o grupo, que deve encolher sob seu comando.
"Soube que o elenco é grande
demais, uns 44 jogadores. Para
mim o ideal é trabalhar com
cerca de 28 jogadores, para que
você possa criar um envolvimento entre eles", disse Caio,
sem explicitar se trintões, como Juninho, cujo contrato termina neste mês e ainda não foi
renovado, ainda serão úteis.
A expectativa era que o anúncio dependeria da carta de demissão de Palaia a Della Monica. Porém, após a reunião do
Conselho Deliberativo, que terminou na madrugada de ontem, pessoas ligadas à presidência já previam que as mudanças começariam ontem.
Pela manhã, Gilberto Cipullo
já trabalhava a todo vapor como diretor de futebol, oficializando a demissão de Picerni
-que está em viagem por Ribeirão Preto sem celular, segundo sua mulher, Maria, e só
deve retornar a São Paulo hoje.
Horas depois, a assessoria de
imprensa comunicava a saída
do técnico e o acordo com Caio
Júnior. Devido ao fato de Cipullo estar extra-oficialmente no
cargo, a assessoria disse apenas
que a informação sobre o novo
técnico veio "da diretoria".
As mudanças fazem parte da
estratégia do grupo do conselheiro Seraphim del Grande de
se manter na sustentação ao
presidente Della Monica, desgastado com a gestão de Palaia.
Ameaçado de perder os principais apoios na eleição de 22
de janeiro, o presidente cedeu à
idéia de retirar Palaia e amanhã
deve empossar Cipullo, que será um dos vices de sua chapa.
Para Caio, a possibilidade de
o atual comando palmeirense
não resistir até janeiro não o
abala. "Você não vai me ver falando sobre a política do clube.
Estou aqui para trabalhar no
futebol, independentemente
de quem seja o presidente."
Paranaense de Cascavel,
Caio Júnior na verdade se chama Luiz Carlos Saroli. Ex-jogador, 41 anos, comandou Cianorte-PR, Londrina, Gama e
Paraná. Ele chega ao lado do
auxiliar técnico Júlio César.
Animado com a chance de
trabalhar em um clube de grande expressão, o técnico está
ciente de que precisa logo de
bons resultados. "Minha obrigação é agradar o torcedor, depois a imprensa. Às vezes, o resultado pode não vir e aí você
precisa do apoio da diretoria a
longo prazo, como aconteceu
com o Paraná", disse.
Para Caio Júnior, seu cargo
exige intimidade tanto nas
áreas de musculação, técnica e
tática quanto na de psicologia.
"Para lidar com um grupo
diariamente é preciso ter um
bom conhecimento de psicologia. O Paulo Autuori me marcou muito nesse aspecto."
Texto Anterior: Juka Kfouri: Cidadãos de segunda classe Próximo Texto: Olimpíada: Pequim lança balão meteorológico Índice
|