São Paulo, domingo, 10 de dezembro de 2006

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Oficial, Caio Jr. quer Palmeiras enxuto

Clube demite Picerni e anuncia técnico, que admira Paulo Autuori e quer trabalhar com 28 atletas em vez dos 44 atuais

Assessoria anuncia apenas que nomeação partiu "da diretoria", enquanto técnico diz que acerto com Cipullo aconteceu na quinta, em SP

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A contagem regressiva acabou. O técnico Caio Júnior, que levou o Paraná à Libertadores de 2007, foi confirmado pela diretoria do Palmeiras, via assessoria de imprensa, ao lado da demissão de Jair Picerni.
"Tudo dependia da confirmação do Palmeiras, por isso eu não estava dando entrevistas", afirma Caio, por telefone à Folha. "Agora que anunciaram, só falta definir quando vai ser a apresentação, que pode ser na próxima semana."
Segundo o próprio Caio, o acerto com Gilberto Cipullo, diretor de futebol de fato mas ainda não empossado, se deu na quinta. "Estava no Rio. Voltei para Curitiba, passando por São Paulo, e me reuni com o Gilberto para fazer o acerto."
Nessa reunião, o técnico, que receberá em torno de R$ 60 mil mensais, recebeu informações sobre o grupo, que deve encolher sob seu comando.
"Soube que o elenco é grande demais, uns 44 jogadores. Para mim o ideal é trabalhar com cerca de 28 jogadores, para que você possa criar um envolvimento entre eles", disse Caio, sem explicitar se trintões, como Juninho, cujo contrato termina neste mês e ainda não foi renovado, ainda serão úteis.
A expectativa era que o anúncio dependeria da carta de demissão de Palaia a Della Monica. Porém, após a reunião do Conselho Deliberativo, que terminou na madrugada de ontem, pessoas ligadas à presidência já previam que as mudanças começariam ontem.
Pela manhã, Gilberto Cipullo já trabalhava a todo vapor como diretor de futebol, oficializando a demissão de Picerni -que está em viagem por Ribeirão Preto sem celular, segundo sua mulher, Maria, e só deve retornar a São Paulo hoje.
Horas depois, a assessoria de imprensa comunicava a saída do técnico e o acordo com Caio Júnior. Devido ao fato de Cipullo estar extra-oficialmente no cargo, a assessoria disse apenas que a informação sobre o novo técnico veio "da diretoria".
As mudanças fazem parte da estratégia do grupo do conselheiro Seraphim del Grande de se manter na sustentação ao presidente Della Monica, desgastado com a gestão de Palaia.
Ameaçado de perder os principais apoios na eleição de 22 de janeiro, o presidente cedeu à idéia de retirar Palaia e amanhã deve empossar Cipullo, que será um dos vices de sua chapa.
Para Caio, a possibilidade de o atual comando palmeirense não resistir até janeiro não o abala. "Você não vai me ver falando sobre a política do clube. Estou aqui para trabalhar no futebol, independentemente de quem seja o presidente."
Paranaense de Cascavel, Caio Júnior na verdade se chama Luiz Carlos Saroli. Ex-jogador, 41 anos, comandou Cianorte-PR, Londrina, Gama e Paraná. Ele chega ao lado do auxiliar técnico Júlio César.
Animado com a chance de trabalhar em um clube de grande expressão, o técnico está ciente de que precisa logo de bons resultados. "Minha obrigação é agradar o torcedor, depois a imprensa. Às vezes, o resultado pode não vir e aí você precisa do apoio da diretoria a longo prazo, como aconteceu com o Paraná", disse.
Para Caio Júnior, seu cargo exige intimidade tanto nas áreas de musculação, técnica e tática quanto na de psicologia.
"Para lidar com um grupo diariamente é preciso ter um bom conhecimento de psicologia. O Paulo Autuori me marcou muito nesse aspecto."


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