São Paulo, segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

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Taekwondo amarga zebra em pré-olímpico

Diogo Silva cai e deixa país sem vaga em sua categoria

DA REPORTAGEM LOCAL

Primeiro medalhista de ouro do Brasil no Pan do Rio e lutador que mais longe levou o taekwondo do país em uma Olimpíada, Diogo Silva não deve ir aos Jogos de Pequim.
O brasileiro, quarto colocado em Atenas-2004, perdeu para o peruano Peter Lopez na primeira rodada do Pré-Olímpico de Cali, na Colômbia. Com isso, deixou o Brasil sem uma vaga na categoria até 68 kg.
Lopez havia sido derrotado por Diogo na final do Pan.
Anteontem, o taekwondo brasileiro havia obtido sua primeira vaga na China. Márcio Wenceslau, vice-campeão mundial e vice-campeão pan-americano na categoria até 58 kg, venceu a seletiva.
Ontem à noite, Natália Falavigna (67 kg) e Débora Nunes (57 kg) também classificaram suas categorias para Pequim.
Os três primeiros colocados de cada categoria ganham vaga para o seu país na Olimpíada. Os representantes de cada delegação serão definidos mais tarde, segundo os critérios de cada confederação nacional.
Wenceslau estreou contra Ramphis Murray, de Aruba, com vitória por 4 a 2. Depois, despachou o equatoriano Esteban Chango, por 3 a 2.
Na semifinal, ele bateu o atual campeão pan-americano, o canadense Jocelyn Addison, por 2 a 0. E, na final, superou o mexicano Guillermo Perez, vice-campeão mundial, na morte súbita, após empate em 1 a 1, e ganhou o posto em Pequim.
Débora também venceu a seletiva ontem à noite. Ela passou pela boliviana Yara Anez. Depois, superou a nicaragüense Estela Tiffer. Na final, derrotou a americana Diana Lopez.
Natalia chegou até a final, não encerrada até o fechamento desta edição. Antes, ela tinha eliminado a venezuelana Adriana Carmona na semifinal.
A expectativa da Confederação Brasileira de Taekwondo era obter três vagas em Cali. Os atletas viajaram à Colômbia em meio a desentendimento com a entidade, que corre o risco de ser acionada por eles na Justiça por quebra de contrato.
Os lutadores reclamam que, desde o Pan do Rio, a maioria dos atletas da seleção não recebe os salários -R$ 600.
Além da insatisfação dos competidores, a confederação também enfrenta problemas internos. O vice-presidente técnico, Marcelino Barros, deixou o cargo há cerca de 40 dias sob alegação de que não poderia "participar ou colaborar com a falta de ética no esporte".
A entidade alega que teve de fazer um remanejamento da verba para poder dar aumento a alguns atletas. Mas que, se os brasileiros conseguissem as vagas olímpicas, o dinheiro aumentaria, e os pagamentos poderiam ser acertados.
Diogo Silva é um dos lutadores que alegam estar com o salário atrasado. Após a conquista do ouro no Pan, ele fez uma série de reivindicações.

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