São Paulo, segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

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Piloto da Stock morre em Interlagos

Fotos Fernando Borges/Futura Press e Reprodução/Folha Imagem
Rafael Sperafico é atendido na pista; no destaque, o piloto


Morte de Rafael Sperafico, 27, ocorreu após acidente na sexta volta da última prova da Light, categoria de acesso, em 2007

Carro do piloto fica sem controle após se chocar com proteção e é atingido por concorrente; colegas voltam a pedir mais segurança

DA REPORTAGEM LOCAL

A Stock Car Light, categoria de acesso à principal disputa de turismo no Brasil, estava na sexta volta, ontem, no circuito de Interlagos, quando o paranaense Rafael Sperafico, 27, saiu da pista na curva do Café e bateu na proteção de pneus ao redor do traçado paulistano.
O impacto jogou o carro de volta à pista. O veículo de Rafael, rodando, sem controle, foi atingido pelo carro de Renato Russo. Com o choque, se despedaçou em poucos segundos.
O acidente que matou o piloto nascido em Toledo (PR) -estreante na categoria- ocorreu na última prova da temporada, que nem foi concluída por conta da tragédia.
Rafael teve parada cardiorrespiratória e traumatismo craniano severo, segundo o médico Dino Altmann, que o atendeu na pista logo após a batida. A morte foi instantânea.
Russo foi levado ao hospital São Luiz, no Morumbi, com traumas craniano-encefálico e torácico. Ele teve perda temporária de memória. Segundo Altmann, não corre risco de morte. Ele foi submetido a cirurgia para estancar hemorragia no abdômen. Seu estado é estável.
A segurança voltou a ser tema em Interlagos após a morte de Rafael. Pilotos defendem que os carros sejam reforçados.
"Os carros da Stock têm uma falha de segurança na lateral. É um carro muito frágil. A gente vem falando há algum tempo e chegou ao limite", falou Antonio Jorge Neto, da Stock Car, ao site "Amigos da Velocidade". "Da forma que foi, nenhum carro conseguiria suportar o impacto", afirmou Neto.
Os carros da Stock Car Light são revestidos de fibra de vidro. Os capôs são compostos de plástico reforçado, explica o regulamento técnico da categoria, estabelecido pela CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo). As portas são feitas de resina poliéster, de acordo com as regras.
Há uma estrutura anticapotagem, que visa a proteger o piloto em caso de acidente. É o santo-antônio, uma barra de aço colocada perto do piloto.
A CBA divulgou nota. "Hoje [ontem] é um dia muito triste para o automobilismo. É muito difícil ver o esporte que tanto amamos ceifar uma vida tão jovem", disse o presidente da entidade, Paulo Scaglione.
Rafael vinha de uma família tradicional do automobilismo. Poucas horas antes de morrer, seu primo Rodrigo foi vice-campeão da Stock Car na mesma pista de Interlagos.
Rafael guiava o carro 00 da equipe FTS Competições. Ele era o nono colocado da temporada. Seu melhor resultado foi o segundo lugar em Curitiba, em maio. Em 2001, ele foi o estreante do ano da Barber Dodger, categoria norte-americana que existiu até 2003. Em 2002, disputou a F-3 Européia.

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