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Piloto da Stock morre em Interlagos
Fotos Fernando Borges/Futura Press e Reprodução/Folha Imagem
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Rafael Sperafico é atendido na pista; no destaque, o piloto |
Morte de Rafael Sperafico, 27, ocorreu após acidente na sexta volta da última prova da Light, categoria de acesso, em 2007
Carro do piloto fica sem controle após se chocar com proteção e é atingido por concorrente; colegas voltam a pedir mais segurança
DA REPORTAGEM LOCAL
A Stock Car Light, categoria
de acesso à principal disputa de
turismo no Brasil, estava na
sexta volta, ontem, no circuito
de Interlagos, quando o paranaense Rafael Sperafico, 27,
saiu da pista na curva do Café e
bateu na proteção de pneus ao
redor do traçado paulistano.
O impacto jogou o carro de
volta à pista. O veículo de Rafael, rodando, sem controle, foi
atingido pelo carro de Renato
Russo. Com o choque, se despedaçou em poucos segundos.
O acidente que matou o piloto nascido em Toledo (PR)
-estreante na categoria-
ocorreu na última prova da
temporada, que nem foi concluída por conta da tragédia.
Rafael teve parada cardiorrespiratória e traumatismo
craniano severo, segundo o médico Dino Altmann, que o atendeu na pista logo após a batida.
A morte foi instantânea.
Russo foi levado ao hospital
São Luiz, no Morumbi, com
traumas craniano-encefálico e
torácico. Ele teve perda temporária de memória. Segundo Altmann, não corre risco de morte. Ele foi submetido a cirurgia
para estancar hemorragia no
abdômen. Seu estado é estável.
A segurança voltou a ser tema em Interlagos após a morte
de Rafael. Pilotos defendem
que os carros sejam reforçados.
"Os carros da Stock têm uma
falha de segurança na lateral. É
um carro muito frágil. A gente
vem falando há algum tempo e
chegou ao limite", falou Antonio Jorge Neto, da Stock Car, ao
site "Amigos da Velocidade".
"Da forma que foi, nenhum carro conseguiria suportar o impacto", afirmou Neto.
Os carros da Stock Car Light
são revestidos de fibra de vidro.
Os capôs são compostos de
plástico reforçado, explica o regulamento técnico da categoria, estabelecido pela CBA
(Confederação Brasileira de
Automobilismo). As portas são
feitas de resina poliéster, de
acordo com as regras.
Há uma estrutura anticapotagem, que visa a proteger o piloto em caso de acidente. É o
santo-antônio, uma barra de
aço colocada perto do piloto.
A CBA divulgou nota. "Hoje
[ontem] é um dia muito triste
para o automobilismo. É muito
difícil ver o esporte que tanto
amamos ceifar uma vida tão jovem", disse o presidente da entidade, Paulo Scaglione.
Rafael vinha de uma família
tradicional do automobilismo.
Poucas horas antes de morrer,
seu primo Rodrigo foi vice-campeão da Stock Car na mesma pista de Interlagos.
Rafael guiava o carro 00 da
equipe FTS Competições. Ele
era o nono colocado da temporada. Seu melhor resultado foi
o segundo lugar em Curitiba,
em maio. Em 2001, ele foi o estreante do ano da Barber Dodger, categoria norte-americana
que existiu até 2003. Em 2002,
disputou a F-3 Européia.
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