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Tratado como veterano pela primeira vez, brasileiro abre temporada de branco, pressionado pela defesa de pontos e de olho em jovens favoritos
Tudo contra o novo Guga
FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL
Gustavo Kuerten inicia nesta semana, no Torneio de Auckland
(Nova Zelândia), sua temporada
de 2004 de maneira bem peculiar.
O brasileiro, que terminou o
ano passado como 16º no ranking, viu representantes da nova
geração dominarem o circuito de
uma forma incontestável.
Aos 27 anos, não é mais visto
como um talento em ascensão, o
homem a ser batido ou o tenista
que, recuperado de lesão, busca
retomar seu lugar no ranking.
Agora, já um veterano no circuito, a própria ATP classifica o ex-número um do mundo como "jogador com potencial para obter
um bom resultado", mas o relaciona ao lado de nomes como o
britânico Tim Henman, o francês
Sebastien Grosjean e o australiano Mark Philippoussis.
Os três frequentam a lista dos
top ten, mas não são estrelas de
primeira grandeza -nunca chegaram ao topo do ranking nem
foram campeões de Grand Slams.
Outro fato inédito, Guga inicia a
temporada já sob pressão no ranking. Em 2003, ele fez o melhor
começo do ano de sua carreira.
Como conquistou o título do
Torneio de Auckland, defende
agora 175 de seus 1.470 pontos.
No nível em que se encontra, se
for mal nesta semana, Kuerten
pode sair do grupo dos top 20.
Na sequência, ele disputa o
Aberto da Austrália, o Grand
Slam em que apresenta seus piores resultados -nunca conseguiu
passar da segunda rodada.
O primeiro semestre ainda concentra os principais eventos no
saibro da temporada. Apesar de
ser sua superfície preferida, o brasileiro enfrenta um jejum inédito
na terra batida. Seu último título
no piso foi em julho de 2001, no
Torneio de Stuttgart (Alemanha).
O fraco retrospecto no saibro
fez o técnico Larri Passos gastar
três das cinco semanas da pré-temporada em Camboriú (Santa
Catarina) treinando seu pupilo na
superfície, apesar de Guga jogar
seus dois primeiros torneios do
ano em quadra dura.
A temporada de 2004 reserva
ainda outra particularidade para
o tenista. Em agosto, acontece os
Jogos Olímpicos de Atenas.
Guga diz que ainda é cedo para
falar da preparação para a Olimpíada, mas, com o status de grande estrela da delegação brasileira,
com certeza será pressionado para trazer uma medalha da Grécia.
Em Sydney-2000, Kuerten caiu
nas quartas-de-final diante do
russo Ievguêni Kafelnikov, que,
depois, conquistou o ouro.
Para enfrentar essa temporada
peculiar, o brasileiro pelo menos
chega animado com os últimos
resultados no fim de 2003.
No segundo semestre, ele perdeu para os adversários com ranking mais baixo desde o primeiro
título de Roland Garros. Caiu na
estréia do Aberto dos EUA, foi rebaixado, com o Brasil, para a segunda divisão da Davis ao perder
para o Canadá e acumulou uma
série de três derrotas na primeira
rodada de Masters Series.
Em outubro, porém, Guga conseguiu se recuperar. Conquistou
pela primeira vez um título no
carpete, em São Petersburgo.
E encerrou a temporada, em
que não conseguiu o objetivo de
voltar ao top ten, alcançando a
terceira rodada no Masters Series
de Paris. Seu algoz foi o britânico
Tim Henman, que obteve o título
do torneio na França.
"O principal em todo o início de
temporada é me manter motivado. E posso te dizer que, hoje, estou bastante motivado", diz Guga, que, pela primeira vez, inicia
uma temporada sem o patrocínio
de material esportivo definido.
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