|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BOXE
Mulher de ouro
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Não é exagero!
Se não fosse por ela, provavelmente o filme "Menina de Ouro", que estréia hoje, não estaria
concorrendo a Oscars. Provavelmente nem teria sido produzido.
Aliás, se não fosse por ela, muito
certamente o pugilismo feminino
não teria atingido a popularidade da qual desfruta atualmente.
Ela desapareceu depois de perder para Laila Ali em 2003, mas
ninguém pode negar (embora esqueçam) que foi ela a mulher que
pôs o boxe feminino no mapa.
De quem estou falando?
Da norte-americana Christy
Martin, que costumava roubar a
cena ao participar das preliminares de Mike Tyson, lembram?
Sua primeira luta em "pay-per-view", sob Tyson x Frank Bruno
2, já atraiu a atenção de todos.
Foi contra a irlandesa Deirdre
Gogarty, que subiu ao ringue do
MGM Grand para lutar mesmo.
Christy, uma ex-professora,
venceu um combate encardido
disputado em seis assaltos.
Ela diz que o fato de seu nariz
ter sangrado naquele combate foi
um dos melhores truques promocionais de todos os tempos.
E foi acumulando vitórias sobre
as mais diferentes adversárias,
mesmo que saísse do ringue com
uniforme todo sujo de sangue.
Pense bem. Christy pegou Melinda Robinson na preliminar de
"Iron" Mike x Bruce Seldon.
O que foi mais legal? Assistir a
um apavorado Seldon se jogar na
lona depois de um golpe relar em
seu cabelo ou a Christy nocautear
Melinda em quatro assaltos?
Não posso dizer que sou o maior
admirador do boxe feminino,
mas nesse caso, mesmo não lembrando todos os detalhes de ambas as lutas, digo com certeza que
a das mulheres foi melhor.
Até o meio como Christy ganhou a chance de aparecer em
programações de Don "Only in
America" King foi bem distinta.
Foi quando seu técnico, manager e marido, Jim Martin, convenceu King a vê-la fazer "sombra"
(movimentação contra oponente
imaginário) em seu escritório.
Pronto! Foi o bastante para
King adicioná-la a seu grupo. A
"Sports Illustated", conhecida por
sua implicância com o boxe, chegou a colocá-la em sua capa, e o
CMB deu um título de campeã a
ela (apesar de o valor de tal título
ser questionável, afinal até mesmo Sylvester Stallone tem um cinturão de campeão honorário).
E quando todos pensavam que
haviam visto Christy pela última
vez (após a derrota para Ali)...
Christy negou de forma veemente tal idéia em entrevista à
publicação especializada "Boxing
Digest" (edição de fevereiro).
"Estou treinando e logo voltarei
ao ginásio. Não me aposentei.
Não sei de onde saiu o rumor,
mas, antes da luta com Laila, havia dito que não importaria se
vencesse, empatasse ou perdesse,
seguiria lutando", reclamou ela.
Aí afirmou que pretende percorrer "roteiro da vingança". Pede revanches com Laila Ali e Mia
St. John, pugilista que foi capa da
"Playboy" norte-americana.
Ironicamente um de seus alvos
está em "Menina de Ouro", trata-se da ex-campeã Lucia Rijker.
E Rijker deve a ela. Afinal, sem
Christy, dificilmente teria havido
um "Menina de Ouro".
Amador
Depois de Waldemar Zumbano, agora é a vez de Servílio de Oliveira,
medalhista no México-68, ser homenageado ao dar nome à sala de
pugilismo da Companhia Athletica de São José dos Campos.
Feminino
A ESPN exibe na madrugada de sábado, às 2h30, em teipe delay, o
combate de boxe feminino entre Laila Ali e Cassandra Geiger.
Masculino
O campeão unificado dos médios (até 72,5 kg), o norte-americano
Bernard Hopkins, é favorito na proporção de 6 por 1 para manter
seus cinco títulos (""The Ring", CMB, AMB, FIB e OMB) contra Howard Eastman. A luta com o britânico será em 19 de fevereiro.
E-mail: eohata@folhasp.com.br
Texto Anterior: Argentino não quer comparar clube com Boca Próximo Texto: Futebol - Mário Magalhães: Ninguém ouve cantar canções Índice
|