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"Se eu pudesse, negociaria com o Kia", diz Andres
Presidente do Corinthians diz que só não mantém relação comercial com ex-chefe da MSI por temer repercussão
Com seu clube endividado, cartola corintiano admite até que aceitaria vender jogadores caso o iraniano fizesse uma grande oferta
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Com o Corinthians em dificuldade financeira, o presidente do clube, Andres Sanchez,
tem lamentado não poder negociar com quem ele considera
ser atualmente o maior agente
de jogadores do planeta.
É comum o cartola dizer entre pessoas próximas que gostaria de fazer mais transações
com o iraniano Kia Joorabchian, ex-presidente da MSI,
parceira corintiana até 2006.
À Folha, antes do duelo do
Corinthians com o Oeste, no
Pacaembu, Andres desabafou,
entre baforadas de cigarro e
aparentando nervosismo.
"Só não negocio com o Kia
por causa de vocês [imprensa].
Hoje ele é o maior empresário
do mundo, todos fazem negócios com ele. Até o primeiro-
-ministro da Itália [Silvio Berlusconi] o recebe. Mas eu não
posso fazer isso porque vão dizer que estou roubando", disse.
Apesar disso, o cartola admite que, se o iraniano fizer uma
grande proposta a um jogador
corintiano, ele não hesitará em
vendê-lo. "Se o Kia chegar aqui
e me der R$ 25 milhões pelo
Dentinho, eu vendo", afirmou.
Atualmente, Kia tem forte
influência no Manchester City.
Foi ele quem, indiretamente,
ajudou a levar Robinho ao clube inglês. Também esteve na linha de frente da delegação do
City que tentou a contratação
de Kaká, no mês passado. O iraniano é um dos homens de confiança do poderoso grupo árabe
que controla o time inglês.
Desde que assumiu a presidência do Corinthians, Andres
se ressente pelos problemas
que a parceria entre o clube e a
MSI, empresa que tinha Kia
como homem forte, provocaram. Sobretudo por causa das
sequelas que o caso acabou deixando no Parque São Jorge, como a aversão de parte do Conselho Deliberativo em formalizar novos acordos com investidores estrangeiros.
Na avaliação de Andres, a relação MSI-Corinthians deixou
dificuldades para que o clube
arranje investidores interessados em dividir direitos de jogadores. Temem ter seus nomes
associados a um ambiente em
que houve escândalos num
passado recente.
"A Turbo Sport só quer fazer
negócio com outros clubes",
exemplifica o cartola, quando
aborda o assunto, citando uma
das empresas com quem o Corinthians conseguiu, mesmo
assim, fazer uma parceria.
Além da Turbo Sports, outras duas empresas também já
fizeram negócios com o Corinthians depois que Andres Sanchez se tornou presidente.
A DIS, braço esportivo do
grupo Sonda e que hoje tem
parceria também com o Santos, adquiriu no ano passado
parte dos direitos de Dentinho,
André Santos e do zagueiro dos
juniores Renato.
A Traffic também tem relação comercial com o clube do
Parque São Jorge.
Apesar da parceria que mantém hoje com o Palmeiras, com
altos investimentos em jogadores como o atacante Keirrison,
a Traffic ajudou o Corinthians
a contratar o volante Elias, que
estava na Ponte Preta.
Outro modelo de contratações de reforços adotado pelo
presidente foi recorrer ao auxílio do empresário Carlos Leite.
O agente, que cuida da carreira
de Mano Menezes, tem ajudado o clube a trazer jogadores,
como o atacante Souza.
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