São Paulo, quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

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"Se eu pudesse, negociaria com o Kia", diz Andres

Presidente do Corinthians diz que só não mantém relação comercial com ex-chefe da MSI por temer repercussão

Com seu clube endividado, cartola corintiano admite até que aceitaria vender jogadores caso o iraniano fizesse uma grande oferta

EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI

DA REPORTAGEM LOCAL Com o Corinthians em dificuldade financeira, o presidente do clube, Andres Sanchez, tem lamentado não poder negociar com quem ele considera ser atualmente o maior agente de jogadores do planeta.
É comum o cartola dizer entre pessoas próximas que gostaria de fazer mais transações com o iraniano Kia Joorabchian, ex-presidente da MSI, parceira corintiana até 2006.
À Folha, antes do duelo do Corinthians com o Oeste, no Pacaembu, Andres desabafou, entre baforadas de cigarro e aparentando nervosismo.
"Só não negocio com o Kia por causa de vocês [imprensa]. Hoje ele é o maior empresário do mundo, todos fazem negócios com ele. Até o primeiro- -ministro da Itália [Silvio Berlusconi] o recebe. Mas eu não posso fazer isso porque vão dizer que estou roubando", disse.
Apesar disso, o cartola admite que, se o iraniano fizer uma grande proposta a um jogador corintiano, ele não hesitará em vendê-lo. "Se o Kia chegar aqui e me der R$ 25 milhões pelo Dentinho, eu vendo", afirmou.
Atualmente, Kia tem forte influência no Manchester City. Foi ele quem, indiretamente, ajudou a levar Robinho ao clube inglês. Também esteve na linha de frente da delegação do City que tentou a contratação de Kaká, no mês passado. O iraniano é um dos homens de confiança do poderoso grupo árabe que controla o time inglês.
Desde que assumiu a presidência do Corinthians, Andres se ressente pelos problemas que a parceria entre o clube e a MSI, empresa que tinha Kia como homem forte, provocaram. Sobretudo por causa das sequelas que o caso acabou deixando no Parque São Jorge, como a aversão de parte do Conselho Deliberativo em formalizar novos acordos com investidores estrangeiros.
Na avaliação de Andres, a relação MSI-Corinthians deixou dificuldades para que o clube arranje investidores interessados em dividir direitos de jogadores. Temem ter seus nomes associados a um ambiente em que houve escândalos num passado recente.
"A Turbo Sport só quer fazer negócio com outros clubes", exemplifica o cartola, quando aborda o assunto, citando uma das empresas com quem o Corinthians conseguiu, mesmo assim, fazer uma parceria.
Além da Turbo Sports, outras duas empresas também já fizeram negócios com o Corinthians depois que Andres Sanchez se tornou presidente.
A DIS, braço esportivo do grupo Sonda e que hoje tem parceria também com o Santos, adquiriu no ano passado parte dos direitos de Dentinho, André Santos e do zagueiro dos juniores Renato.
A Traffic também tem relação comercial com o clube do Parque São Jorge.
Apesar da parceria que mantém hoje com o Palmeiras, com altos investimentos em jogadores como o atacante Keirrison, a Traffic ajudou o Corinthians a contratar o volante Elias, que estava na Ponte Preta.
Outro modelo de contratações de reforços adotado pelo presidente foi recorrer ao auxílio do empresário Carlos Leite. O agente, que cuida da carreira de Mano Menezes, tem ajudado o clube a trazer jogadores, como o atacante Souza.


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