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Prefeitura irá rever taxa do Pacaembu
Governo municipal pesquisa preços de mercado para fixar aluguel do estádio e pode atender a desejo do Corinthians
Secretário cita a ligação da
torcida do time com a arena,
mas não descarta que o local
poderá abrigar até partidas de rivais do clube alvinegro
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Secretaria Municipal de
Esportes de São Paulo admite
baixar o valor do aluguel que os
clubes pagam para mandar
seus jogos no Pacaembu.
O objetivo é evitar a fuga do
Corinthians, seu principal
cliente, que mandará pelo menos três partidas do Estadual
em Barueri, contra Rio Branco,
Santo André e Paulista.
Hoje, para atuar no estádio,
os times pagam taxa entre 12%
(período diurno) e 15% (noturno) do total arrecadado. Na
Arena Barueri, a taxa é de 2%.
Mas as capacidades também
são bastante díspares. Na Arena Barueri, cabem 25 mil pessoas. No Pacaembu, 40 mil.
""Estamos realizando tomada
de preços. Queremos verificar
quanto o Morumbi e outros estádios daqui [de São Paulo] estão cobrando. O valor do aluguel deve ser controlado pelo
mercado", disse Walter Feldman, o secretário de Esportes.
O valor do aluguel do Pacaembu, para onde estão marcadas as partidas do Corinthians pela Libertadores, é definido por decreto municipal.
Porém pode ser alterado pelo
prefeito Gilberto Kassab. ""O
problema é que a pesquisa está
lenta. Os clubes não revelam os
valores que cobram. O que a
gente fica sabendo é de forma
indireta", declarou Feldman.
""Mas, antes de qualquer passo nessa direção, precisamos
verificar se os preços estão dentro da realidade de mercado."
Feldman lembrou-se do apego da torcida do Corinthians.
""Não acho ruim o Corinthians
jogar em outras arenas. Mas a
parceria continua. A torcida
gosta do Pacaembu."
O presidente corintiano não
demonstrou entusiasmo com a
iniciativa de Feldman. Mas minimizou o fato de mandar os
seus próximos jogos em Barueri. ""Fazemos essas três partidas
em Barueri, depois vamos voltar a jogar no Pacaembu", declarou Andres Sanchez.
Feldman também procurou
relativizar a situação atual ao
apontar outras opções de equipes que poderão, no futuro,
adotar o Pacaembu como palco.
""O Palmeiras indicou interesse em jogar no Pacaembu
enquanto durarem as obras de
sua nova arena. O Santos também sabe das vantagens financeiras de atuar no estádio. Aí
quem vai perder a exclusividade é o Corinthians."
Por fim, Feldman indicou
que considera a possibilidade
de atender à recente reivindicação do Corinthians para que
seja estabelecida taxa de aluguel fixa. Dirigentes do clube
sugeriram o valor de R$ 50 mil.
""Dependendo dos resultados
de nossa pesquisa de mercado,
quem sabe não podemos cobrar
uma taxa entre R$ 50 mil e R$
75 mil por jogo, independentemente da arrecadação?"
Confrontado com a possibilidade de o Pacaembu se tornar
um elefante branco após o Palmeiras terminar sua arena e no
caso de o Corinthians erguer a
sua própria instalação, o secretário deu reposta genérica.
""Defendo que o Pacaembu
vire arena multiuso. Temos boa
relação com a Prefeitura de
Amsterdã, que é a casa de um
dos estádios mais bem geridos
do mundo, o do Ajax. Já assinamos protocolo para que repassem essa experiência."
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