São Paulo, quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

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Prefeitura irá rever taxa do Pacaembu

Governo municipal pesquisa preços de mercado para fixar aluguel do estádio e pode atender a desejo do Corinthians

Secretário cita a ligação da torcida do time com a arena, mas não descarta que o local poderá abrigar até partidas de rivais do clube alvinegro

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Secretaria Municipal de Esportes de São Paulo admite baixar o valor do aluguel que os clubes pagam para mandar seus jogos no Pacaembu.
O objetivo é evitar a fuga do Corinthians, seu principal cliente, que mandará pelo menos três partidas do Estadual em Barueri, contra Rio Branco, Santo André e Paulista.
Hoje, para atuar no estádio, os times pagam taxa entre 12% (período diurno) e 15% (noturno) do total arrecadado. Na Arena Barueri, a taxa é de 2%.
Mas as capacidades também são bastante díspares. Na Arena Barueri, cabem 25 mil pessoas. No Pacaembu, 40 mil.
""Estamos realizando tomada de preços. Queremos verificar quanto o Morumbi e outros estádios daqui [de São Paulo] estão cobrando. O valor do aluguel deve ser controlado pelo mercado", disse Walter Feldman, o secretário de Esportes.
O valor do aluguel do Pacaembu, para onde estão marcadas as partidas do Corinthians pela Libertadores, é definido por decreto municipal. Porém pode ser alterado pelo prefeito Gilberto Kassab. ""O problema é que a pesquisa está lenta. Os clubes não revelam os valores que cobram. O que a gente fica sabendo é de forma indireta", declarou Feldman.
""Mas, antes de qualquer passo nessa direção, precisamos verificar se os preços estão dentro da realidade de mercado."
Feldman lembrou-se do apego da torcida do Corinthians. ""Não acho ruim o Corinthians jogar em outras arenas. Mas a parceria continua. A torcida gosta do Pacaembu."
O presidente corintiano não demonstrou entusiasmo com a iniciativa de Feldman. Mas minimizou o fato de mandar os seus próximos jogos em Barueri. ""Fazemos essas três partidas em Barueri, depois vamos voltar a jogar no Pacaembu", declarou Andres Sanchez.
Feldman também procurou relativizar a situação atual ao apontar outras opções de equipes que poderão, no futuro, adotar o Pacaembu como palco.
""O Palmeiras indicou interesse em jogar no Pacaembu enquanto durarem as obras de sua nova arena. O Santos também sabe das vantagens financeiras de atuar no estádio. Aí quem vai perder a exclusividade é o Corinthians."
Por fim, Feldman indicou que considera a possibilidade de atender à recente reivindicação do Corinthians para que seja estabelecida taxa de aluguel fixa. Dirigentes do clube sugeriram o valor de R$ 50 mil.
""Dependendo dos resultados de nossa pesquisa de mercado, quem sabe não podemos cobrar uma taxa entre R$ 50 mil e R$ 75 mil por jogo, independentemente da arrecadação?"
Confrontado com a possibilidade de o Pacaembu se tornar um elefante branco após o Palmeiras terminar sua arena e no caso de o Corinthians erguer a sua própria instalação, o secretário deu reposta genérica.
""Defendo que o Pacaembu vire arena multiuso. Temos boa relação com a Prefeitura de Amsterdã, que é a casa de um dos estádios mais bem geridos do mundo, o do Ajax. Já assinamos protocolo para que repassem essa experiência."


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