São Paulo, sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

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Traffic pode perder Copa América

NEGÓCIOS
Firma argentina rivaliza com gigante brasileira de marketing


BERNARDO ITRI
DO PAINEL FC
MARTÍN FERNANDEZ
ENVIADO ESPECIAL A AREQUIPA

Uma briga por direitos de transmissão e publicidade das próximas edições da Copa América põe em xeque o poder no continente da Traffic, maior agência de marketing esportivo do Brasil.
A cargo do torneio desde 1987, a empresa de J.Hawilla está em disputa aberta com uma empresa argentina, a Full Play, que já se gaba de ter desbancado a adversária.
A Conmebol diz ter vendido as edições das Copas Américas de 2015, 2019 e 2023 para a Full Play. A Traffic, porém, garante que a competição de 2015 é dela e que tem preferência para negociar as próximas edições.
Um sócio da Full Play afirma que já assinou com a Conmebol um acordo para ter direitos de transmissão e placas de publicidade de 2015 a 2023, com uma mudança no modelo de negócio.
Até agora, a Traffic pagava um valor à Conmebol e fazia suas negociações sem ter que fazer nenhum repasse. Segundo a Full Play, o novo acordo não prevê uma quantia a ser dada à confederação, mas uma comissão das cotas que forem vendidas.
A empresa garante à Conmebol US$ 40 milhões de lucro mínimo por torneio.
No entanto, esse acordo entre confederação e empresa argentina é considerado ilegal pela firma brasileira.
Jochen Lösch, presidente de negócios internacionais da Traffic, afirma que o contrato que a empresa tem com a Conmebol está vigente até a Copa América de 2015.
"Eles [Full Play] tentaram aliciar a Conmebol oferecendo valores maiores. E já ouvi falar que esses contratos estavam assinados, mas são inválidos", afirma Lösch.
De acordo com ele, se a Conmebol insistir que a Full Play é a detentora dos direitos da Copa América de 2015, a Traffic irá acionar a Justiça.
"Temos um contrato assinado e temos esse direito. Se precisar, vamos cobrar isso na Justiça", argumenta o executivo da Traffic.
Caso perca os direitos da Copa América, será criada uma rusga na relação de J. Hawilla com a Conmebol.
A Traffic foi uma das responsáveis por reerguer a tradição o torneio e mantém outros negócios com a confederação. Ela detém os direitos, por exemplo, das Eliminatórias Sul-Americanas e da Libertadores da América.


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