|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Para jogadores da Portuguesa, estádio é um inimigo a mais
LUÍS FERRARI
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Além do Palmeiras, a Portuguesa sabe que enfrentará sua exigente torcida no Canindé.
Em reformas nas rodadas iniciais da competição, o estádio do
time rubro-verde só foi usado
uma vez no Paulista, na derrota
por 2 a 0 para o São Bento -jogo
que ficou marcado pela tentativa
de agressão ao ex-diretor Fernando Gomes e que fez a PM cogitar
mudar o local do duelo de hoje,
temendo a fúria da torcida lusa.
"Não foi salutar jogar no Canindé. Espero que os torcedores não
peguem no pé. Mal entramos em
campo e, com dez minutos de jogo, quando erramos um passe, a
torcida já começou a xingar e
vaiar", diz o atacante Leandro
Amaral, um dos líderes da equipe.
O técnico Edinho, que estreou
na derrota para a homônima santista por 2 a 1 há uma semana, faz
eco às queixas de seu atleta. "Cheguei ao clube na sexta-feira e, no
sábado, já fui chamado de burro.
O pessimismo da torcida vem da
campanha. Nosso papel é reverter
essa situação", analisa ele, para
quem uma boa apresentação contra o Palmeiras pode ser o início
da saída da zona da degola.
O fato de a equipe de Leão estar
pressionada também servirá como trunfo para os jogadores da
Portuguesa. "Em se tratando de
pressão dos torcedores, a que o
Palmeiras vai sofrer da sua torcida será maior do que a nossa",
avalia Leandro Amaral.
Seu companheiro de ataque, o
angolano Johnson, tem uma
preocupação extra pelo fato de o
time amargar uma série de quatro
derrotas consecutivas e não conseguir uma boa produção ofensiva (tem o pior ataque do Paulista).
"O jogo que fizemos no Canindé foi complicado. É preciso pensar primeiro na Portuguesa. Pensar nela significa que estarei bem
em campo e posso jogar o Mundial", declarou o jogador, que sabe que o rebaixamento complica
suas chances de defender seu país
na Copa da Alemanha.
O mais curioso no fato de os
atletas preferirem jogar em outro
palco é que isso vai na contramão
do que aconteceu nas rodadas iniciais. Sem o Canindé, cartolas lusos reclamaram do fato de as partidas de mando da Portuguesa serem marcadas para o Nicolau
Alayon, campo do Nacional.
Apesar de temer a revolta dos
fãs no Canindé -na vice-lanterna do Paulista, a Portuguesa nunca disputou simultaneamente as
segundas divisões nacional e estadual-, é justamente ali que a
equipe lusa leva vantagem contra
o rival de hoje ao longo da história: em 20 jogos, foram 12 vitórias,
quatro empates e quatro derrotas.
Texto Anterior: Pingue-pongue: Sem megafone, Leão diz que todo mundo tem limite Próximo Texto: O que ver na TV Índice
|