São Paulo, sábado, 11 de março de 2006

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Para jogadores da Portuguesa, estádio é um inimigo a mais

LUÍS FERRARI
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Além do Palmeiras, a Portuguesa sabe que enfrentará sua exigente torcida no Canindé.
Em reformas nas rodadas iniciais da competição, o estádio do time rubro-verde só foi usado uma vez no Paulista, na derrota por 2 a 0 para o São Bento -jogo que ficou marcado pela tentativa de agressão ao ex-diretor Fernando Gomes e que fez a PM cogitar mudar o local do duelo de hoje, temendo a fúria da torcida lusa.
"Não foi salutar jogar no Canindé. Espero que os torcedores não peguem no pé. Mal entramos em campo e, com dez minutos de jogo, quando erramos um passe, a torcida já começou a xingar e vaiar", diz o atacante Leandro Amaral, um dos líderes da equipe.
O técnico Edinho, que estreou na derrota para a homônima santista por 2 a 1 há uma semana, faz eco às queixas de seu atleta. "Cheguei ao clube na sexta-feira e, no sábado, já fui chamado de burro. O pessimismo da torcida vem da campanha. Nosso papel é reverter essa situação", analisa ele, para quem uma boa apresentação contra o Palmeiras pode ser o início da saída da zona da degola.
O fato de a equipe de Leão estar pressionada também servirá como trunfo para os jogadores da Portuguesa. "Em se tratando de pressão dos torcedores, a que o Palmeiras vai sofrer da sua torcida será maior do que a nossa", avalia Leandro Amaral.
Seu companheiro de ataque, o angolano Johnson, tem uma preocupação extra pelo fato de o time amargar uma série de quatro derrotas consecutivas e não conseguir uma boa produção ofensiva (tem o pior ataque do Paulista).
"O jogo que fizemos no Canindé foi complicado. É preciso pensar primeiro na Portuguesa. Pensar nela significa que estarei bem em campo e posso jogar o Mundial", declarou o jogador, que sabe que o rebaixamento complica suas chances de defender seu país na Copa da Alemanha.
O mais curioso no fato de os atletas preferirem jogar em outro palco é que isso vai na contramão do que aconteceu nas rodadas iniciais. Sem o Canindé, cartolas lusos reclamaram do fato de as partidas de mando da Portuguesa serem marcadas para o Nicolau Alayon, campo do Nacional.
Apesar de temer a revolta dos fãs no Canindé -na vice-lanterna do Paulista, a Portuguesa nunca disputou simultaneamente as segundas divisões nacional e estadual-, é justamente ali que a equipe lusa leva vantagem contra o rival de hoje ao longo da história: em 20 jogos, foram 12 vitórias, quatro empates e quatro derrotas.


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