|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
memória
Em 75, Cláudio Adão derrubou invencibilidade
DA REPORTAGEM LOCAL
"Isso foi há tanto tempo
que eu não me lembro", responde o técnico Muricy Ramalho, quando indagado sobre o dia em que o São Paulo
em que atuava perdeu sua
maior invencibilidade na
história, em 7 de agosto de
1975. Para o Santos.
Em jogo válido pelo Paulista, o santista Cláudio Adão
enterrou a série de 47 partidas sem derrota. Hoje, o São
Paulo não cai há 32 jogos, dos
quais cinco foram amistosos.
"Foi um jogo em uma
quarta-feira à noite, no Morumbi. O Santos tinha Cejas,
Carlos Alberto Torres, Ramos Delgado...", escala o ex-atacante de memória à Folha, por telefone.
Cláudio Adão, que mora no
Rio, relembra aquele time do
São Paulo como um timaço
que realmente se importava
com aquela série.
Mas, segundo ele, não houve grandes provocações entre os times naquela semana.
"Teve o normal. Naquela
época, os jogadores falavam
menos e jogavam mais. Hoje
o pessoal fala muito e não joga porra nenhuma", declara.
A comemoração, segundo
Adão, não foi especial. "Para
mim, foi um jogo qualquer.
Encobri o Valdir Peres no
fim e parti para o abraço.
Mas sei que para o São Paulo
foi uma derrota dolorida",
lembra ele, que considera o
então ponta Muricy como
um jogador muito inteligente, "assim como o técnico
que ele é hoje".
Para Adão, Vanderlei Luxemburgo precisa explorar
as brechas que o 3-5-2 são-paulino tem. "Nem sempre a
cobertura dos zagueiros é
bem-feita nesse sistema",
acredita o ex-centroavante.
Avesso a badalações de jogos, Muricy prefere guardar
para si as lembranças daquela partida. "Isso daí é coisa
para vocês jornalistas, que
gostam de fazer uma onda,
vender jornal. Não tem declaração polêmica, vocês têm
que lembrar disso. Estatística, história, memória, eu não
ligo para isso."
Mesmo assim, o técnico
recorda do grupo de 1975 e
compara com a equipe que
tem hoje no São Paulo.
"A gente era mais amigo,
saía mais junto, era bem diferente de hoje em dia", conta.
"O pessoal hoje é mais profissional. A verdade é que a
gente era mais amador naquela época. Hoje sei que
tem uns que saem juntos,
freqüentam a casa do outro,
mas não é como antes."
Porém não diz isso em tom
de lamento. Para Muricy,
união não é prerrogativa para um grupo vitorioso.
"Não tem que ser amiguinho um do outro. O problema é quando um traz problema de fora para cá, aí eu dou
um tempo fora a mais para
ele. Se estiver me prejudicando ou prejudicando o
grupo, sai fora", declara o
técnico são-paulino.
Texto Anterior: Laterais da seleção testam status em confronto direto Próximo Texto: Um ano depois, clássico tem troca de especialidades Índice
|