São Paulo, domingo, 11 de março de 2007

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memória

Em 75, Cláudio Adão derrubou invencibilidade

DA REPORTAGEM LOCAL

"Isso foi há tanto tempo que eu não me lembro", responde o técnico Muricy Ramalho, quando indagado sobre o dia em que o São Paulo em que atuava perdeu sua maior invencibilidade na história, em 7 de agosto de 1975. Para o Santos.
Em jogo válido pelo Paulista, o santista Cláudio Adão enterrou a série de 47 partidas sem derrota. Hoje, o São Paulo não cai há 32 jogos, dos quais cinco foram amistosos.
"Foi um jogo em uma quarta-feira à noite, no Morumbi. O Santos tinha Cejas, Carlos Alberto Torres, Ramos Delgado...", escala o ex-atacante de memória à Folha, por telefone.
Cláudio Adão, que mora no Rio, relembra aquele time do São Paulo como um timaço que realmente se importava com aquela série.
Mas, segundo ele, não houve grandes provocações entre os times naquela semana. "Teve o normal. Naquela época, os jogadores falavam menos e jogavam mais. Hoje o pessoal fala muito e não joga porra nenhuma", declara.
A comemoração, segundo Adão, não foi especial. "Para mim, foi um jogo qualquer. Encobri o Valdir Peres no fim e parti para o abraço. Mas sei que para o São Paulo foi uma derrota dolorida", lembra ele, que considera o então ponta Muricy como um jogador muito inteligente, "assim como o técnico que ele é hoje".
Para Adão, Vanderlei Luxemburgo precisa explorar as brechas que o 3-5-2 são-paulino tem. "Nem sempre a cobertura dos zagueiros é bem-feita nesse sistema", acredita o ex-centroavante.
Avesso a badalações de jogos, Muricy prefere guardar para si as lembranças daquela partida. "Isso daí é coisa para vocês jornalistas, que gostam de fazer uma onda, vender jornal. Não tem declaração polêmica, vocês têm que lembrar disso. Estatística, história, memória, eu não ligo para isso."
Mesmo assim, o técnico recorda do grupo de 1975 e compara com a equipe que tem hoje no São Paulo.
"A gente era mais amigo, saía mais junto, era bem diferente de hoje em dia", conta. "O pessoal hoje é mais profissional. A verdade é que a gente era mais amador naquela época. Hoje sei que tem uns que saem juntos, freqüentam a casa do outro, mas não é como antes."
Porém não diz isso em tom de lamento. Para Muricy, união não é prerrogativa para um grupo vitorioso.
"Não tem que ser amiguinho um do outro. O problema é quando um traz problema de fora para cá, aí eu dou um tempo fora a mais para ele. Se estiver me prejudicando ou prejudicando o grupo, sai fora", declara o técnico são-paulino.


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