São Paulo, domingo, 11 de março de 2007

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Vice do clube faz ataques a Duprat

DA REPORTAGEM LOCAL

O vice-presidente de Esportes Terrestres do Corinthians, Osmar Stábile, atacou o atual homem forte do futebol, Renato Duprat.
Forte aliado do presidente Alberto Dualib, ele criticou a negociação conduzida por Duprat e pelo governo brasileiro com o magnata russo Boris Berezovski para a construção de um estádio.
Pela proposta, a arena poderia contar com investimentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e também do russo.
Os cálculos iniciais apontam custo de R$ 500 milhões para erguer o estádio.
"O Renato não pode dizer que fechou com o Berezovski e muito menos dizer que acertou com a ajuda de um órgão governamental porque isso sempre acaba resultando em dívidas para o clube", afirmou o vice corintiano.
"Mesmo sendo obtido através de parceria, acabará sobrando para o Corinthians. Vide o exemplo de Nilmar", falou Stábile, citando a determinação da Fifa que obriga o clube a pagar 8 milhões ao Lyon pela compra do atacante. O Corinthians recorreu da decisão.
Segundo Stábile, Duprat não poderia negociar a construção de um estádio para o clube. "Ele está em um limbo funcional, ou seja, não é representante da MSI e também não é diretor do clube."
"Além disso, o assunto do estádio, pela soma de dinheiro e pela importância para o clube, não pode ser tratado por uma pessoa só, muito menos por alguém que nem corintiano é", afirmou Stábile, lembrando que Duprat torce pelo Santos.
"Não dá para ouvir nada sem ouvir o Conselho Deliberativo. Eu zelo pelo presidente. O Conselho está dividido. Temos de analisar outros projetos. Precisamos preservar o presidente."
Stábile também questionou o novo presidente do Cori (Conselho de Orientação do clube), Antonio Roque Citadini, que é contra a parceria do clube. "Será que ele concorda com isso tudo?"
Durante a semana, Duprat esteve reunido em Londres com Berezovski e com Juan Quirós, representante da Apex, agência de promoção, exportação e investimentos ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior brasileiro.
Além da construção de um estádio, eles discutiram outros possíveis investimentos de Berezovski no Brasil, como o biodiesel e o álcool combustível. O negócio, no entanto, pode fazer água.
Nesta semana, o "Diário Oficial" da União publicou que Brasil e Rússia assinaram acordo para extradição, como revelou o colunista da Folha Juca Kfouri.
Como Berezovski tem comunicado internacional de prisão expedido pela Interpol, se ele vier ao Brasil, poderá ser extraditado para a Rússia, onde é acusado de vários crimes, como lavagem de dinheiro e assassinato.
Stábile é o segundo a criticar Duprat. Antes, Flávio Adauto, vice de Comunicação, pediu demissão e disse que Duprat não é "confiável".
Os vices do clube reclamam de que ele promete há tempos recursos para o clube e não cumpre. Exigem também que Duprat deixe o comando do futebol.
Anteontem, a reportagem ligou para Duprat, que está em Londres, mas não conseguiu falar com ele.0 (EAR)


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