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Vice do clube faz ataques a Duprat
DA REPORTAGEM LOCAL
O vice-presidente de Esportes Terrestres do Corinthians, Osmar Stábile, atacou o atual homem forte do
futebol, Renato Duprat.
Forte aliado do presidente
Alberto Dualib, ele criticou a
negociação conduzida por
Duprat e pelo governo brasileiro com o magnata russo
Boris Berezovski para a
construção de um estádio.
Pela proposta, a arena poderia contar com investimentos do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e
também do russo.
Os cálculos iniciais apontam custo de R$ 500 milhões
para erguer o estádio.
"O Renato não pode dizer
que fechou com o Berezovski
e muito menos dizer que
acertou com a ajuda de um
órgão governamental porque
isso sempre acaba resultando em dívidas para o clube",
afirmou o vice corintiano.
"Mesmo sendo obtido
através de parceria, acabará
sobrando para o Corinthians. Vide o exemplo de
Nilmar", falou Stábile, citando a determinação da Fifa
que obriga o clube a pagar
8 milhões ao Lyon pela compra do atacante. O Corinthians recorreu da decisão.
Segundo Stábile, Duprat
não poderia negociar a construção de um estádio para o
clube. "Ele está em um limbo
funcional, ou seja, não é representante da MSI e também não é diretor do clube."
"Além disso, o assunto do
estádio, pela soma de dinheiro e pela importância para o
clube, não pode ser tratado
por uma pessoa só, muito
menos por alguém que nem
corintiano é", afirmou Stábile, lembrando que Duprat
torce pelo Santos.
"Não dá para ouvir nada
sem ouvir o Conselho Deliberativo. Eu zelo pelo presidente. O Conselho está dividido. Temos de analisar outros projetos. Precisamos
preservar o presidente."
Stábile também questionou o novo presidente do
Cori (Conselho de Orientação do clube), Antonio Roque Citadini, que é contra a
parceria do clube. "Será que
ele concorda com isso tudo?"
Durante a semana, Duprat
esteve reunido em Londres
com Berezovski e com Juan
Quirós, representante da
Apex, agência de promoção,
exportação e investimentos
ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior brasileiro.
Além da construção de um
estádio, eles discutiram outros possíveis investimentos
de Berezovski no Brasil, como o biodiesel e o álcool combustível. O negócio, no entanto, pode fazer água.
Nesta semana, o "Diário
Oficial" da União publicou
que Brasil e Rússia assinaram
acordo para extradição, como
revelou o colunista da Folha
Juca Kfouri.
Como Berezovski tem comunicado internacional de
prisão expedido pela Interpol, se ele vier ao Brasil, poderá ser extraditado para a
Rússia, onde é acusado de
vários crimes, como lavagem
de dinheiro e assassinato.
Stábile é o segundo a criticar Duprat. Antes, Flávio
Adauto, vice de Comunicação, pediu demissão e disse
que Duprat não é "confiável".
Os vices do clube reclamam de que ele promete há
tempos recursos para o clube
e não cumpre. Exigem também que Duprat deixe o comando do futebol.
Anteontem, a reportagem
ligou para Duprat, que está
em Londres, mas não conseguiu falar com ele.0
(EAR)
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