São Paulo, terça-feira, 11 de março de 2008

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Luxemburgo leva multa de R$ 50 mil e escapa de gancho

Tribunal desclassifica infrações do técnico palmeirense, evita suspensão de até 360 dias e opta por pena mais branda

Defesa usa repórter como testemunha e afirma que "palavrão é inerente ao futebol'; clube não revela quem arcará com despesa


Mastrangelo Reino/Folha Imagem
O técnico Vanderlei Luxemburgo, que foi multado em R$ 50 mil pela expulsão contra o Rio Preto


TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

O técnico Vanderlei Luxemburgo foi condenado a pagar multa de R$ 50 mil pela sua expulsão de campo no empate entre Palmeiras e Rio Preto, no último dia 23, pelo Paulista.
Ele, que fora enquadrado nos artigos 188 e 189 do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva), teve a infração (cuja pena poderia chegar a 360 dias) desclassificada. Foi incluído no artigo 56 do Regulamento Geral das Competições -manifestar-se de forma desrespeitosa ou ofensiva a membros de federação ou entidade esportiva.
Na partida contra o Rio Preto, Vanderlei Luxemburgo se queixou ao quarto árbitro pedindo um cartão amarelo para um atleta rival.
No tribunal, dois relatores votaram pela pena de 120 dias (60 dias no artigo 188 e 60 dias no artigo 189) e outros dois pediram a troca da suspensão pelo pagamento de multa. Acyr José de Almeida, presidente da Comissão Disciplinar, definiu a pena com a multa de R$ 50 mil.
O Palmeiras saiu do tribunal da federação paulista satisfeito com o resultado do julgamento. "O tribunal agiu com acerto. O importante é que o Vanderlei vai continuar trabalhando. Quanto a saber quem vai pagar, isso é questão interna", disse o diretor de futebol do Palmeiras, Savério Orlandi.
Luxemburgo, presente à sessão, falou do resultado final e disse que o saldo foi positivo.
"Não vou mudar o meu posicionamento. Cada um tem uma forma de se posicionar. O que não podia era eu ser pré-julgado", comentou o treinador.
Luiz Roberto Martins de Castro, advogado que fez a defesa de Luxemburgo, utilizou material de vídeo, jornais e ainda um repórter de rádio como testemunha para absolver o técnico palmeirense.
Na defesa, ele exaltou a experiência de Luxemburgo no futebol para justificar as suas cobranças à beira do campo no jogo entre Palmeiras e Rio Preto.
"Ele já foi técnico da seleção brasileira, foi campeão da Copa América, cinco vezes campeão brasileiro e dirigiu o melhor time do mundo, o Real Madrid."
Outro ponto da defesa de Luxemburgo foi atenuar a forma como o treinador se dirigiu ao árbitro durante a partida. "O palavrão é inerente ao futebol."
O treinador, que teve tempo durante a sessão para falar, fez sua defesa dizendo que vem amadurecendo no futebol e o seu papel hoje é ajudar.
"Já ofendi árbitros e fui punido corretamente. Mas desta vez não", falou o técnico.
Luxemburgo justificou a sua citação após ser expulso -de que já esperava aquilo porque suas declarações estava incomodando o comando da arbitragem, chefiado por Marcos Marinho. "Não disse que a arbitragem estava encomendada, mas sim incomodada."
O treinador chegou a citar os colegas Mano Menezes, técnico do Corinthians, e Muricy Ramalho, do São Paulo, como exemplos da rigidez dos juízes. "Hoje não se pode mais participar do espetáculo. Isso não pode acontecer. Eles [Muricy e Mano] também foram expulsos", completou Luxemburgo.


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