São Paulo, quinta-feira, 11 de março de 2010

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Câmara de São Paulo veta jogos às 21h50

Kassab recebe hoje lei que limita horário das partidas

MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Foi aprovado ontem, em segunda votação na Câmara de Vereadores de São Paulo, o projeto de lei que estipula 23h15 como o horário-limite para o encerramento de partidas de futebol realizadas na cidade.
O projeto deve ir hoje para as mãos do prefeito Gilberto Kassab (DEM), que tem 15 dias para sancioná-lo ou vetá-lo.
A maioria dos jogos do Paulista, do Brasileiro, da Copa do Brasil e da Libertadores começam às 21h50 e terminam duas horas depois por determinação da TV Globo, dona dos direitos de transmissão desses torneios.
Ontem, 43 vereadores votaram pela aprovação da limitação de horário. Houve dois votos contrários -José Police Neto (PSDB), líder do governo, e Domingos Dissei (DEM)- e três abstenções.
O projeto aprovado ontem apresenta modificações em relação ao original, dos vereadores Antônio Goulart (PMDB) e Agnaldo Timóteo (PR).
Segundo a nova redação, o horário-limite de 23h15 só se aplica a duelos que forem realizados em estádios com capacidade superior a 15 mil pessoas.
O projeto aprovado também prevê algumas ressalvas. Assim, se uma partida for à prorrogação ou tiver disputas de pênaltis e, por isso, acabar depois das 23h15, não haverá a cobrança de multa de R$ 100 mil ao organizador do evento.
Caso Kassab vete o projeto, ele volta para a Câmara, que votará pela manutenção ou pela derrubada do veto.
O presidente da casa, Antonio Carlos Rodrigues (PR), deixou claro ontem quais são suas intenções. "Se o prefeito vetar, vamos fazer de tudo para derrubar o veto", afirmou ele.
A tendência de Kassab é o optar pelo veto à proposta. Em 2007, ele não sancionou projeto semelhante, do então vereador Tião Farias (PSDB), que limitava o início dos jogos para 21h. A Federação Paulista de Futebol já se colocou contra a imposição do limite de horário.
Caso seja sancionada, há um prazo de dois meses para que a lei seja regulamentada. É provável que, com todos os trâmites, ela só venha a ser adotada a partir do ano que vem.
Era essa a intenção do vereador Aurélio Miguel (PR). Ele propôs uma emenda para que o projeto, se aprovado, só valesse a partir de 2011. A intenção era proteger os contratos de transmissão de televisão. A emenda, porém, foi vetada em votação.
O fato de o projeto só se limitar à cidade de São Paulo abre a possibilidade de os times mandarem seus jogos em outros municípios, como Barueri.
"O Marco Polo [Del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol] não cometeria a loucura de tirar jogos da capital", declarou o vereador Marco Aurélio Cunha (DEM), dirigente do São Paulo. "O Paulista se paga com as rendas dos grandes estádios", completou o cartola.


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