São Paulo, sexta-feira, 11 de março de 2011

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Brasil olímpico vira filão para ex-astros

GOLFE
"Mitos" se mexem para interferir no projeto do campo da Rio-16, que marca volta do esporte aos Jogos


FERNANDO ITOKAZU
DE SÃO PAULO

A inclusão do golfe no programa olímpico dos Jogos do Rio-2016, depois de uma ausência de 112 anos, despertou o interesse de vários astros do esporte no Brasil.
Ex-golfistas que aparecem entre os melhores da história da modalidade como Jack Nicklaus, Arnold Palmer, Gary Player, Nick Faldo, Steve Ballesteros e Greg Norman já demonstraram interesse em participar do projeto do campo que abrigará o retorno olímpico do esporte.
O golfe fez sua estreia nos Jogos na segunda edição da Era Moderna, em Paris-1900, mas saiu de cena logo em seguida, em St. Louis-1904.
Em 2009, o esporte ganhou, ao lado do rúgbi, um lugar de volta não só no Rio-2016, mas também em 2020.
A continuidade, porém, depende da avaliação que o COI fará após essas duas edições. Assim o Brasil ganhou grande importância no golfe.
Como vários campeões se tornaram designers de campos, alguns decidiram juntar forças na disputa para projetar o campo do Rio.
Ex-número um do mundo, o australiano Greg Norman se associou a Lorena Ochoa, mexicana que se aposentou em 2010 no topo do ranking.
Jack Nicklaus, dono de 18 títulos de Majors (maiores torneios do golfe), juntou forças com a sueca Annika Sorenstam, também ex-número um do mundo e que ousou jogar torneios masculinos.
"Não só eles, mas todos os grandes escritórios de designers estão interessados no projeto do campo da Olimpíada do Rio", disse o vice-presidente de marketing da CBG (Confederação Brasileira de Golfe), Paulo Pacheco.
Apesar de já despertar o interesse de gigantes do esporte, o Comitê Organizador do Rio-2016 informou que ainda não há nem um cronograma sobre o assunto.
Pacheco afirma que podem ser feitas melhorias em um campo já existente ou a construção de um novo.
A CBG afirma não ter preferência para o modelo a ser adotado. "Nossa preocupação é com o legado pós-Olimpíada", afirma Pacheco.
A intenção da confederação é usar o local para tocar projetos sociais, abrigar uma escola de treinadores e tornar o esporte mais popular.
Um campo público se encaixaria melhor nessa proposta. Existe apenas um local assim no Brasil. Fica no Rio, mas possui apenas nove buracos -um oficial conta com 18. "A Coreia do Sul, que vem ganhando muito espaço no cenário internacional, principalmente entre as mulheres, tem 80", compara o dirigente da confederação.
De acordo com ele, em um prazo de dois anos é possível construir um espaço de alto nível. O custo varia de US$ 25 milhões a US$ 35 milhões.
"O meu feeling é que alguns escritórios podem apresentar o projeto de graça apenas para associar sua marca", afirmou Pacheco.
O local, acredita o dirigente, abrigaria grandes torneios antes e depois da Olimpíada. O Brasil já sedia etapa do LPGA, o circuito feminino, e já teve o Tour Europeu.
"Quem sabe até o PGA [o mais importante circuito do golfe], que nunca esteve aqui", afirmou Pacheco.


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