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FUTEBOL
Por onde anda aquele cara?
JOSÉ ROBERTO TORERO
COLUNISTA DA FOLHA
Umas das coisas mais divertidas é reencontrar velhos
amigos dos tempos de escola e fofocar, digo, comentar, sobre o que
aconteceu com os outros.
- Sabe a Eugênia?
- Aquela que a gente chamava
de monstro japonês?
- Ganhou na loteria esportiva.
Dois milhões.
- Até que ela não era tão feia...
- E lembra o Luís Adelmo?
- O Hulk?
- Virou Mulher-Maravilha.
Isso também acontece quando
encontramos velhos amigos de futebol. Aí lembramos os velhos times e comentamos sobre os destinos dos jogadores de antanho. O
Campeonato Brasileiro da Série B
é uma bom lugar para isso. Ali estão futuros craques que não floresceram, veteranos que não conseguem parar e até ex-craques da
seleção brasileira.
Onde anda, por exemplo, o Zé
Carlos, aquele modesto lateral-direito de São Paulo que disputou
uma semifinal de Copa do Mundo? Pois bem, Zé Carlos, aos 35
anos, está no Joinville, ao lado de
outro famoso jogador que andava sumido: Didi.
Depois de começar muito bem
no Corinthians, Didi chegou a ir
para a Alemanha e hoje disputa a
Série B. Talvez lute pela artilharia
com outro centroavante, Túlio,
do Brasiliense, o velho Túlio Maravilha, terceiro maior goleador
do Brasileiro, atrás apenas de Roberto Dinamite e Zico.
Muitos talentos que não vingaram também estarão ali, tentando, talvez, uma glória tardia. É o
caso de Marcelo Passos, talentoso
meia do Santos, quase campeão
brasileiro em 95, e que hoje está
no América de Natal. Ou de Gian,
um habilidoso meia que passou
pelo Vasco na década passada e
agora defenderá o Remo.
Na categoria "meia promissor"
também poderia estar Bechara,
que fez algumas boas partidas por
Santos e São Caetano. Ele está no
Marília, ao lado de Andrei, talvez
o zagueiro com o chute mais forte
do país.
E se você tem saudades de Mabília (ex-Grêmio, Inter e Corinthians), pode dar uma olhada nos
jogos do Náutico. Ele jogará com
Márcio Griggio, ex-São Caetano,
e será treinado por Givanildo,
aquele que jogou no Corinthians
na década de 70.
O Paulista de Jundiaí provavelmente terá Camanducaia. Para
refrescar a memória do esquecido
leitor e da amnésica leitora, este é
aquele que poderia ser um Basílio
santista caso seu gol na final do
Brasileiro-95 não fosse anulado.
Talvez o mais habilidoso jogador da Série B seja João Paulo,
aquele do Guarani, que foi para o
Bari da Itália e se machucou às
vésperas da Copa. Ele continua
no União São João e, aos 38 anos,
ainda dribla com facilidade impressionante.
Outro jogador de seleção será
Valdo, que deverá jogar pelo Botafogo-RJ. Valdo é tão velho que
tem a minha idade. Aliás, será
que ele é aquele Valdo que estudou comigo? Não, não, aquele teve um acidente de carro e ficou tetraplégico. Ou será que foi o que
se casou com a miss Brasil? Não
sei, mas que tinha um Valdo, tinha. Por onde anda aquele cara?
Primeira
Na primeira divisão, você também vai poder reencontrar velhos conhecidos. Principalmente se assistir aos jogos do
Figueirense. Para começar há
Zinho, aquele pouco belo mas
competente atacante que ficou
conhecido no São Caetano, e
Ivan, o bom goleiro que esteve
anos na reserva do Palmeiras.
Há ainda Cléber, ex-Atlético-MG, Palmeiras e Santos, que,
segundo o Guia Placar do Brasileirão 2003, até o ano passado
já havia disputado nada menos
do que 210 partidas pelo torneio nacional. E há, principalmente, Evair, aquele do Guarani, do Palmeiras e do Vasco,
que, depois de marcar no último domingo sobre o Corinthians, chegou a 99 gols pelo Campeonato Brasileiro. Mais
um e ele será o sétimo sócio de
um seleto clube.
E-mail torero@uol.com.br
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