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São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 2003

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FUTEBOL

Por onde anda aquele cara?

JOSÉ ROBERTO TORERO
COLUNISTA DA FOLHA

Umas das coisas mais divertidas é reencontrar velhos amigos dos tempos de escola e fofocar, digo, comentar, sobre o que aconteceu com os outros.
- Sabe a Eugênia?
- Aquela que a gente chamava de monstro japonês?
- Ganhou na loteria esportiva. Dois milhões.
- Até que ela não era tão feia...
- E lembra o Luís Adelmo?
- O Hulk?
- Virou Mulher-Maravilha.
Isso também acontece quando encontramos velhos amigos de futebol. Aí lembramos os velhos times e comentamos sobre os destinos dos jogadores de antanho. O Campeonato Brasileiro da Série B é uma bom lugar para isso. Ali estão futuros craques que não floresceram, veteranos que não conseguem parar e até ex-craques da seleção brasileira.
Onde anda, por exemplo, o Zé Carlos, aquele modesto lateral-direito de São Paulo que disputou uma semifinal de Copa do Mundo? Pois bem, Zé Carlos, aos 35 anos, está no Joinville, ao lado de outro famoso jogador que andava sumido: Didi.
Depois de começar muito bem no Corinthians, Didi chegou a ir para a Alemanha e hoje disputa a Série B. Talvez lute pela artilharia com outro centroavante, Túlio, do Brasiliense, o velho Túlio Maravilha, terceiro maior goleador do Brasileiro, atrás apenas de Roberto Dinamite e Zico.
Muitos talentos que não vingaram também estarão ali, tentando, talvez, uma glória tardia. É o caso de Marcelo Passos, talentoso meia do Santos, quase campeão brasileiro em 95, e que hoje está no América de Natal. Ou de Gian, um habilidoso meia que passou pelo Vasco na década passada e agora defenderá o Remo.
Na categoria "meia promissor" também poderia estar Bechara, que fez algumas boas partidas por Santos e São Caetano. Ele está no Marília, ao lado de Andrei, talvez o zagueiro com o chute mais forte do país.
E se você tem saudades de Mabília (ex-Grêmio, Inter e Corinthians), pode dar uma olhada nos jogos do Náutico. Ele jogará com Márcio Griggio, ex-São Caetano, e será treinado por Givanildo, aquele que jogou no Corinthians na década de 70.
O Paulista de Jundiaí provavelmente terá Camanducaia. Para refrescar a memória do esquecido leitor e da amnésica leitora, este é aquele que poderia ser um Basílio santista caso seu gol na final do Brasileiro-95 não fosse anulado.
Talvez o mais habilidoso jogador da Série B seja João Paulo, aquele do Guarani, que foi para o Bari da Itália e se machucou às vésperas da Copa. Ele continua no União São João e, aos 38 anos, ainda dribla com facilidade impressionante.
Outro jogador de seleção será Valdo, que deverá jogar pelo Botafogo-RJ. Valdo é tão velho que tem a minha idade. Aliás, será que ele é aquele Valdo que estudou comigo? Não, não, aquele teve um acidente de carro e ficou tetraplégico. Ou será que foi o que se casou com a miss Brasil? Não sei, mas que tinha um Valdo, tinha. Por onde anda aquele cara?

Primeira
Na primeira divisão, você também vai poder reencontrar velhos conhecidos. Principalmente se assistir aos jogos do Figueirense. Para começar há Zinho, aquele pouco belo mas competente atacante que ficou conhecido no São Caetano, e Ivan, o bom goleiro que esteve anos na reserva do Palmeiras. Há ainda Cléber, ex-Atlético-MG, Palmeiras e Santos, que, segundo o Guia Placar do Brasileirão 2003, até o ano passado já havia disputado nada menos do que 210 partidas pelo torneio nacional. E há, principalmente, Evair, aquele do Guarani, do Palmeiras e do Vasco, que, depois de marcar no último domingo sobre o Corinthians, chegou a 99 gols pelo Campeonato Brasileiro. Mais um e ele será o sétimo sócio de um seleto clube.

E-mail torero@uol.com.br


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