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GINÁSTICA
Ausência de Daniele e Diego afasta país do pódio em três provas e permite à China vencer em SP e liderar a Copa
Sem Hypólitos, Brasil vê domínio chinês
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil esperava bater seu recorde de medalhas na etapa paulistana da Copa do Mundo. Acabou assistindo à façanha chinesa,
que, mesmo com seu time reserva, subiu ao pódio em seis e venceu em quatro dos dez aparelhos.
Com os resultados obtidos em
São Paulo, a China foi alçada à liderança do ciclo 2005/06 da Copa,
ultrapassando Romênia, Rússia,
EUA e Japão -que não competiram no Brasil- e Holanda, que
assegurou duas pratas na etapa.
"O desempenho foi melhor do
que esperávamos. Foi a primeira
vez que essa equipe competiu fora
da China", disse à Folha Xu Junglei, uma das técnicas chinesas.
Totalmente renovado, o grupo
está sendo preparado para brilhar
nos Jogos de Pequim-08. O melhor desempenho do time foi o de
Dong Zhendong, campeão no cavalo com alças, após revisão de
sua nota, e prata nas paralelas.
Junglei, porém, prefere não destacar ninguém de sua delegação.
"Preferimos trabalhar como um
time. Estrelas podem prejudicar o
equilíbrio do grupo", defende ela,
destacando que os desfalques brasileiros facilitaram o caminho chinês até o local mais alto do pódio.
"O Brasil não teve alguns atletas
muito bons, que admiramos, como o Diego [Hypólito]", lembrou.
De fato, a performance brasileira foi prejudicada pela saída de
cena dos irmãos Hypólito.
Daniele, 20, deixou a equipe na
quinta-feira após discutir com o
técnico Oleg Ostapenko, que a escalou para competir apenas na
trave, preterindo-a nas paralelas e
no salto. A ginasta paulista havia
levado o ouro na trave na etapa do
Rio de Janeiro da Copa, em 2004.
Sem ela na disputa, o país ficou
fora da cerimônia de premiação.
Ana Paula Rodrigues, 17, havia
sido a segunda colocada no classificatório de sexta. Na final de ontem, terminou apenas em sexto.
Camila Comin, 22, foi a sétima.
Outra medalha certa foi perdida
com a lesão de Diego Hypólito, 18,
pouco antes de iniciar sua apresentação no solo, na sexta-feira.
Ele sofreu uma fratura no pé direito ainda no aquecimento.
Mesmo assim, chegou a subir ao
tablado. No entanto desistiu de
competir pouco depois de iniciar
sua apresentação no solo.
"Vou ficar um mês sem poder
tocar o pé no chão. Ainda não sei
qual será o prazo de recuperação.
Nesse período, vou fazer exercícios para os braços, senão seria
como tirar férias", relatou o brasileiro, detentor de quatro ouros no
solo em etapas da Copa do Mundo, além de ter sido o vencedor da
finalíssima de Birmingham-04.
Diego também era um dos favoritos no salto, competição em que
festejou o título na etapa do Rio,
no ano passado. Victor Rosa, 18,
único brasileiro na final do aparelho, desequilibrou-se no primeiro
salto e ficou em quarto lugar.
Na barra fixa, o ginasta voltou a
errar, terminando na oitava colocação -diminuiu sua nota de
8,950 no classificatório para 8,200.
Já Laís Souza, 16, falhou duas vezes em sua apresentação no solo.
A paulista terminou na quinta
colocação na prova que consagrou Daiane dos Santos como a
única brasileira campeã da Copa
do Mundo em São Paulo. Laís era
apontada como uma das favoritas
da competição, já que havia obtido a prata no solo na etapa de
Cottbus (ALE) da Copa, em março. (CRISTIANO CIPRIANO POMBO E ADALBERTO LEISTER FILHO)
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