São Paulo, segunda-feira, 11 de abril de 2005

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GINÁSTICA

Ausência de Daniele e Diego afasta país do pódio em três provas e permite à China vencer em SP e liderar a Copa

Sem Hypólitos, Brasil vê domínio chinês

DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil esperava bater seu recorde de medalhas na etapa paulistana da Copa do Mundo. Acabou assistindo à façanha chinesa, que, mesmo com seu time reserva, subiu ao pódio em seis e venceu em quatro dos dez aparelhos.
Com os resultados obtidos em São Paulo, a China foi alçada à liderança do ciclo 2005/06 da Copa, ultrapassando Romênia, Rússia, EUA e Japão -que não competiram no Brasil- e Holanda, que assegurou duas pratas na etapa.
"O desempenho foi melhor do que esperávamos. Foi a primeira vez que essa equipe competiu fora da China", disse à Folha Xu Junglei, uma das técnicas chinesas.
Totalmente renovado, o grupo está sendo preparado para brilhar nos Jogos de Pequim-08. O melhor desempenho do time foi o de Dong Zhendong, campeão no cavalo com alças, após revisão de sua nota, e prata nas paralelas.
Junglei, porém, prefere não destacar ninguém de sua delegação.
"Preferimos trabalhar como um time. Estrelas podem prejudicar o equilíbrio do grupo", defende ela, destacando que os desfalques brasileiros facilitaram o caminho chinês até o local mais alto do pódio.
"O Brasil não teve alguns atletas muito bons, que admiramos, como o Diego [Hypólito]", lembrou.
De fato, a performance brasileira foi prejudicada pela saída de cena dos irmãos Hypólito.
Daniele, 20, deixou a equipe na quinta-feira após discutir com o técnico Oleg Ostapenko, que a escalou para competir apenas na trave, preterindo-a nas paralelas e no salto. A ginasta paulista havia levado o ouro na trave na etapa do Rio de Janeiro da Copa, em 2004.
Sem ela na disputa, o país ficou fora da cerimônia de premiação.
Ana Paula Rodrigues, 17, havia sido a segunda colocada no classificatório de sexta. Na final de ontem, terminou apenas em sexto. Camila Comin, 22, foi a sétima.
Outra medalha certa foi perdida com a lesão de Diego Hypólito, 18, pouco antes de iniciar sua apresentação no solo, na sexta-feira. Ele sofreu uma fratura no pé direito ainda no aquecimento.
Mesmo assim, chegou a subir ao tablado. No entanto desistiu de competir pouco depois de iniciar sua apresentação no solo.
"Vou ficar um mês sem poder tocar o pé no chão. Ainda não sei qual será o prazo de recuperação. Nesse período, vou fazer exercícios para os braços, senão seria como tirar férias", relatou o brasileiro, detentor de quatro ouros no solo em etapas da Copa do Mundo, além de ter sido o vencedor da finalíssima de Birmingham-04.
Diego também era um dos favoritos no salto, competição em que festejou o título na etapa do Rio, no ano passado. Victor Rosa, 18, único brasileiro na final do aparelho, desequilibrou-se no primeiro salto e ficou em quarto lugar.
Na barra fixa, o ginasta voltou a errar, terminando na oitava colocação -diminuiu sua nota de 8,950 no classificatório para 8,200.
Já Laís Souza, 16, falhou duas vezes em sua apresentação no solo.
A paulista terminou na quinta colocação na prova que consagrou Daiane dos Santos como a única brasileira campeã da Copa do Mundo em São Paulo. Laís era apontada como uma das favoritas da competição, já que havia obtido a prata no solo na etapa de Cottbus (ALE) da Copa, em março. (CRISTIANO CIPRIANO POMBO E ADALBERTO LEISTER FILHO)

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