São Paulo, quinta-feira, 11 de maio de 2006

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FUTEBOL

Auditores do STJD tentam tirar Rubens Approbato Machado da presidência

Justiça Desportiva pode ver hoje o final da era Zveiter

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

A era Zveiter na Justiça Desportiva corre risco de chegar ao final hoje à tarde. A partir das 14h, seis auditores do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) vão tentar realizar uma eleição para tirar Rubens Approbato Machado da presidência. Eles querem eleger o advogado Francisco Mussnich, que entrou no órgão em 2005 e conta com o apoio da CBF.
Approbato foi escolhido pelo desembargador Luiz Zveiter para substituí-lo no final do ano passado, quando foi afastado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) após quase dez anos no poder. Na ocasião, os conselheiros alegaram que magistrados não poderiam atuar na Justiça Desportiva.
Os auditores oposicionistas dizem que a eleição é obrigatória depois da saída de Zveiter. Já o grupo do desembargador, que conta com vários auditores da primeira instância, acha que Approbato tem de continuar no poder. Eles se baseiam num artigo da nova redação do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que entrou em vigor após a saída de Zveiter. O texto diz que o auditor mais velho, que no caso é Approbato, substituirá o presidente até o fim do mandato. Eleitos em 2004, os auditores ocupariam os cargos por mais dois anos.
Sem a maioria no tribunal, Approbato pretende resistir na sessão de hoje. Ele vai nomear os dois novos representantes dos atletas e terá a seu favor o procurador do tribunal, Paulo Schimidt, que é contra a eleição. Os três são do grupo de Zveiter.
Approbato e Mussnich, que disputam o comando do STJD, não foram encontrados ontem para comentar o imbróglio.
No comando da Justiça Desportiva por quase uma década, interrompida apenas por pouco mais de um ano, quando articulou para o seu irmão assumir o cargo durante período de licença, Zveiter teve atuação repleta de polêmicas.
A última foi a anulação das 11 partidas apitadas no Brasileiro-05 por Edilson Pereira de Carvalho, que foi preso por participar de um esquema de manipulação resultados do torneio para favorecer apostadores na internet. A anulação dos jogos beneficiou o Corinthians, que venceu o Nacional.
Zveiter chegou a ser rotulado pelos seus opositores de ""rei do tapetão". O Brasileiro de 2003 foi considerado o ""Nacional do asterisco" por causa da série de decisões da Justiça Desportiva que mudaram a tabela da competição.
Apesar de ter sido conduzido ao cargo pela CBF, Zveiter entrou em conflito com os dirigentes da entidade. Na última eleição do STJD, ele não foi indicado pela entidade dirigida por Ricardo Teixeira e travou uma queda-de-braço nos bastidores para ser nomeado.


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