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Hipismo pode ir à Olimpíada sem equipe
Só dois cavaleiros têm índice
no adestramento até agora
ADALBERTO LEISTER FILHO
FABIO GRIJÓ
DA REPORTAGEM LOCAL
Duas vagas estão preenchidas, e uma terceira, ainda aberta, separa o Brasil de competir
na Olimpíada com equipe completa no adestramento.
O país ganhou o direito de ir
aos Jogos com três cavaleiros e
disputar a prova olímpica por
times ao ficar com o bronze no
Pan do Rio, no ano passado.
Até agora, Rogério Clementino e Luiza Almeida asseguraram presença na modalidade,
que será disputada em Hong
Kong, como as outras competições hípicas (saltos e concurso
completo de equitação).
Ganhador da vaga olímpica
por equipe, o Brasil, no entanto, pode não levar o time completo para a Olimpíada.
É que, pelo critério da Federação Eqüestre Internacional,
as montarias têm que atingir
um patamar técnico mínimo.
"É preciso que o cavaleiro
consiga índice de ao menos
64% em duas provas arbitradas
por juiz internacional oficial",
explica Salim Nigri, diretor de
adestramento da Confederação
Brasileira de Hipismo.
Apenas Luiza e Clementino
conseguiram o feito nas seletivas nacionais, encerradas na
sexta-feira. Nesse dia, a amazona de 16 anos repetiu desempenho superior aos 64% que já tinha obtido um mês antes, também em São Paulo.
Ainda restam chances para
algum brasileiro se classificar.
São as provas disputadas na
Europa, em que estão os melhores cavaleiros do mundo no
adestramento. É preciso também fazer o índice de 64% em
duas disputas diferentes.
Nigri é cauteloso quanto às
possibilidades de o país levar o
time completo a Hong Kong,
mas se diz otimista -é necessária a classificação de três conjuntos para ir com a equipe.
"Corremos o risco de não
conseguir levar três cavaleiros.
Nesse caso, competimos só no
individual", afirma Nigri.
Luiza Almeida diz que o nível
das provas européias é mais
forte que o das nacionais. Mesmo assim, fala que está confiante na classificação de mais um
representante e na ida da equipe completa à Olimpíada.
"A Europa é um obstáculo a
mais, estarão cavaleiros de nível mais alto, a competição é
mais forte. Mas acho que estamos com conjuntos em condição de garantir a vaga", diz ela.
Luiza e Clementino, já garantidos na Olimpíada, embarcam
para a Europa na terça-feira.
Eles irão competir em provas
européias como preparação para os Jogos Olímpicos.
No adestramento, o conjunto
inicia a prova com 100% e executa uma série de movimentos,
perdendo pontos de acordo
com a avaliação dos juízes, em
critérios que não são fáceis de
serem entendidos pelo público.
São avaliados movimentos
como passo, trote e galope de
acordo com o grau de dificuldade em sua execução.
Nigri, da confederação brasileira, rejeita a idéia -disseminada até por atletas de saltos e
CCE- de que o adestramento
seja enfadonho de assistir.
"Nosso esporte é a essência
da equitação. Numa comparação, é como se o adestramento
fosse a música clássica e saltos
fosse a MPB. É preciso entender em profundidade. Não somos imediatistas como em saltos, em que derrubou o obstáculo, perde quatro pontos", defende o dirigente da CBH.
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