São Paulo, domingo, 11 de maio de 2008

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Hipismo pode ir à Olimpíada sem equipe

Só dois cavaleiros têm índice no adestramento até agora

ADALBERTO LEISTER FILHO
FABIO GRIJÓ
DA REPORTAGEM LOCAL

Duas vagas estão preenchidas, e uma terceira, ainda aberta, separa o Brasil de competir na Olimpíada com equipe completa no adestramento.
O país ganhou o direito de ir aos Jogos com três cavaleiros e disputar a prova olímpica por times ao ficar com o bronze no Pan do Rio, no ano passado.
Até agora, Rogério Clementino e Luiza Almeida asseguraram presença na modalidade, que será disputada em Hong Kong, como as outras competições hípicas (saltos e concurso completo de equitação).
Ganhador da vaga olímpica por equipe, o Brasil, no entanto, pode não levar o time completo para a Olimpíada.
É que, pelo critério da Federação Eqüestre Internacional, as montarias têm que atingir um patamar técnico mínimo.
"É preciso que o cavaleiro consiga índice de ao menos 64% em duas provas arbitradas por juiz internacional oficial", explica Salim Nigri, diretor de adestramento da Confederação Brasileira de Hipismo.
Apenas Luiza e Clementino conseguiram o feito nas seletivas nacionais, encerradas na sexta-feira. Nesse dia, a amazona de 16 anos repetiu desempenho superior aos 64% que já tinha obtido um mês antes, também em São Paulo.
Ainda restam chances para algum brasileiro se classificar. São as provas disputadas na Europa, em que estão os melhores cavaleiros do mundo no adestramento. É preciso também fazer o índice de 64% em duas disputas diferentes.
Nigri é cauteloso quanto às possibilidades de o país levar o time completo a Hong Kong, mas se diz otimista -é necessária a classificação de três conjuntos para ir com a equipe.
"Corremos o risco de não conseguir levar três cavaleiros. Nesse caso, competimos só no individual", afirma Nigri.
Luiza Almeida diz que o nível das provas européias é mais forte que o das nacionais. Mesmo assim, fala que está confiante na classificação de mais um representante e na ida da equipe completa à Olimpíada.
"A Europa é um obstáculo a mais, estarão cavaleiros de nível mais alto, a competição é mais forte. Mas acho que estamos com conjuntos em condição de garantir a vaga", diz ela.
Luiza e Clementino, já garantidos na Olimpíada, embarcam para a Europa na terça-feira. Eles irão competir em provas européias como preparação para os Jogos Olímpicos.
No adestramento, o conjunto inicia a prova com 100% e executa uma série de movimentos, perdendo pontos de acordo com a avaliação dos juízes, em critérios que não são fáceis de serem entendidos pelo público.
São avaliados movimentos como passo, trote e galope de acordo com o grau de dificuldade em sua execução.
Nigri, da confederação brasileira, rejeita a idéia -disseminada até por atletas de saltos e CCE- de que o adestramento seja enfadonho de assistir.
"Nosso esporte é a essência da equitação. Numa comparação, é como se o adestramento fosse a música clássica e saltos fosse a MPB. É preciso entender em profundidade. Não somos imediatistas como em saltos, em que derrubou o obstáculo, perde quatro pontos", defende o dirigente da CBH.


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