São Paulo, segunda-feira, 11 de maio de 2009

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Troféu Maria Lenk tem maiô como protagonista

Dos 34 atletas que bateram marcas sul-americanas no torneio, 27 usavam Jaked

Por falta de distribuição adequada, traje italiano acabou ofuscado pelo LZR na Olimpíada, mas, neste ano, virou febre entre nadadores

MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

Ele entrou na água em quase todas as baterias do Troféu Maria Lenk, vestiu recordistas brasileiros, sul-americanos e até mundial e figurou na maior parte dos pódios do torneio.
Vermelho, laranja, dourado, prateado, rosa, cinza ou preto, o maiô da Jaked roubou a cena no torneio que definiu a equipe brasileira que disputará o Mundial de Roma, em julho.
No Rio, a peça vestiu 27 dos 34 atletas que bateram as marcas sul-americanas. Foi escolhida também por Felipe França para superar o recorde dos 50 m peito, o primeiro de um brasileiro em piscina olímpica (de 50 m) desde Ricardo Prado nos 400 m medley, em 1982.
Feito com uma camada de poliuretano, o traje, dizem nadadores, ajuda na flutuabilidade. Também se ajusta bem ao corpo, embora alguns atletas tenham reclamado da entrada de água nele nas provas.
"Confesso que esse maiô deu uma ajuda. Parecia que havia ligado um turbo no final da prova", disse Gabriel Mangabeira, usando o Jaked vermelho emprestado por Henrique Barbosa, após assegurar vaga no Mundial de Roma, em julho.
A opção pelos trajes gerou situações curiosas no Maria Lenk, que acabou com 15 brasileiros entre os dez melhores dos rankings de suas provas.
Na eliminatória dos 200 m peito, por exemplo, Tatiane Sakemi, de Jaked, bateu o recorde sul-americano (2min29s46). Na final, a atleta usou LZR e piorou quase quatro segundos.
Sakemi disse que foi sua postura, e não o traje, que a prejudicou: "Na eliminatória, eu fui para bater o recorde. Na final, nadei para cumprir tabela".
Carolina Mussi competiu de Speedo e se classificou com o quarto tempo (2min37s18). Na final, de Jaked, cravou 2min27s42, recorde sul-americano. Vai nadar em Roma.
Kaio Márcio foi um dos poucos que não bateram recorde de Jaked. Usou Blueseventy, mas gostaria de provar a nova coqueluche. "No Mundial, vamos ter acesso a essa roupa [Jaked]. Aí vou ver qual prefiro."
César Cielo também optou por outro traje para superar as marcas dos 50 m e 100 m livre. Tem modelo exclusivo da Arena. "Os maiôs tecnológicos ajudam sim, não dá para negar."
Muitos atletas não tinham nem visto o Jaked antes do Maria Lenk. Alguns compraram as peças no exterior e viraram revendedores no torneio -o custo era de cerca de US$ 550.
Fabíola Molina e Diogo Yabe, radicados na Itália, berço da empresa, tiveram cerca de 30 clientes para a competição.
A distribuição era um problema para a Jaked, fornecedora da Itália, nos Jogos de Pequim. A marca foi ofuscada pelo LZR (Speedo), que vestiu a maioria dos recordistas. Neste ano, a fábrica o espalhou pelo mundo e foi sensação em Espanha, França, Dinamarca, Suíça, Holanda. E, agora, do Brasil.
"O maiô é só um dos fatores [para resultados]. É preciso ter cuidado para não perder o foco", disse Ricardo de Moura, supervisor técnico da seleção.

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