São Paulo, segunda-feira, 11 de maio de 2009

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Barrichello é 2º e reclama com o chefe

Após ficar atrás do companheiro, Jenson Button, no GP da Espanha de F-1, brasileiro ameaça "pendurar as chuteiras'

Com tática mais eficiente, de duas paradas nos boxes em vez de três, inglês vence a 4ª em 5 corridas no ano e aumenta folga na liderança

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A BARCELONA

O paddock já estava tomado por contêineres e os times desmontavam tudo quando Rubens Barrichello deixou os boxes da Brawn GP em Barcelona.
Calça jeans, camisa e boné, parecia tranquilo após reunião com a equipe para entender por que a mudança na estratégia de seu companheiro, Jenson Button, tirou-lhe a chance de vencer pela primeira vez no ano e deu ao inglês o quarto triunfo em cinco corridas em 2009.
Apesar da calma, Barrichello, que terminou a prova em segundo, diz ter sido duro nas palavras. "Depois da corrida, falei para o Ross [Brawn, dono do time] exatamente o que queria falar. Se ele tivesse feito alguma coisa para o Jenson ganhar, eu pendurava as minhas chuteiras, ia pra casa. Não preciso disso, sou melhor que isso."
"A resposta dele foi: "Hoje [ontem], ele ganhou por coincidência. Achamos que você voltaria na frente do [Nico] Rosberg no primeiro pit, e conseguiu, e o Jenson não conseguiria, ficaria preso atrás dele". O time acha que foi coincidência, e é assim que saio da pista."
A insatisfação de Barrichello começou anteontem, na classificação, quando, segundo ele, seu carro ganhou mais combustível do que havia sido planejado. Assim, Button fez a pole, e o brasileiro foi terceiro.
Na largada, porém, Barrichello saltou à frente e assumiu a liderança, seguido pelo colega e por Felipe Massa, que pulou de quarto para terceiro.
Dois acidentes no pelotão do fundo forçaram a entrada do safety car por quatro voltas.
Com menos gasolina, Button fez parada na 17ª volta. Foi quando a equipe mudou a estratégia de três para duas paradas. No giro seguinte, foi a vez de Barrichello ir aos boxes. E foi mantida a tática original, de três paradas. Só depois a Brawn anunciou-lhe a mudança de planos em relação a Button.
"Queria ter sido avisado assim que o Button mudou, não quando saí dos boxes, porque não tive escolha", disse. "Se me avisassem, teria uma volta para decidir se mudaria [de tática] ou não. Em todas as reuniões só se falou que três seria melhor e nem passou pela minha cabeça parar duas vezes. Foi surpresa quando me disseram."
Mais leve, o brasileiro passou então a abrir para o companheiro, já que precisava de folga para parar uma vez mais. Quando foi aos boxes, no 31º giro, estava 12s110 à frente.
Após a parada, seu carro não rendeu tão bem, e Button se distanciou na ponta. Quando fez a segunda e última parada, Button tinha 9s420 de vantagem para Barrichello, que ainda tinha de parar mais uma vez.
"Este ano tem sido um sonho. Mesmo quando as coisas estão difíceis, a gente vence", afirmou Button após sua quinta vitória na F-1, que fez com que ele abrisse de 12 para 14 pontos sua vantagem no Mundial para o piloto brasileiro.
Apesar da situação, Barrichello disse que confia em Brawn.
"Ele disse que gostaria que eu tivesse ganhado. As coisas na Brawn são mais amigáveis do que na Ferrari", comentou.


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