São Paulo, segunda-feira, 11 de maio de 2009

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JUCA KFOURI

Nilmar, para variar


Num jogo em que os dois calcularam seus riscos, Nilmar mais uma vez mostrou que sabe castigar o Corinthians


O CORINTHIANS voltou à Série A com seu time B.
E num gramado que nenhuma letra do alfabeto merece ser usada para classificar, algo injustificável no estádio da cidade de maior orçamento do país.
Talvez o H, de horroroso.
E, logo antes dos dez minutos, o Corinthians foi vítima de um gol de classe AAA, marcado por Nilmar, do Internacional, que não se cansa de trazer prejuízos ao alvinegro e já faz mais do que merecer uma convocação para a seleção brasileira, tão fácil e lépido tem jogado.
Ao enfileirar quase toda a defesa corintiana e driblar até os buracos do estádio do Pacaembu, Nilmar já está inscrito, na primeira rodada, como o autor de um dos gols mais belos do Brasileirão-2009.
E se até agora se justificava a dúvida sobre o que é mesmo esse time do Internacional, porque não enfrentou ninguém de porte além do Grêmio na temporada, a dúvida ainda pode persistir, pois só havia dois titulares corintianos em campo, o goleiro Felipe e o volante Cristian.
Prova de que o alvinegro aposta tudo na Copa do Brasil, onde poderá voltar a encontrar a equipe gaúcha, mas apenas nas finais do torneio.
E o time colorado veio com força máxima porque, embora também busque vaga na Libertadores via Copa do Brasil, lá se vão 30 anos que não ganha um Brasileirão.
Nem por isso, forçou a barra e tratou de se poupar, em clara postura de administrar a vantagem sem correr maiores riscos, como, de fato, não corria.
Tínhamos um Internacional pensando mais no Flamengo, que perdia do Cruzeiro, e um Corinthians pensando mais no Fluminense, que vencia o São Paulo.
Quando, por volta dos 20 minutos do segundo tempo, ficava claro que não haveria alteração no placar e que o Corinthians se despedia de uma invencibilidade de 26 jogos no Pacaembu, Mano Menezes botou Dentinho e Alessandro, o primeiro no lugar de Jucilei, que mostrou suas qualidades.
Era uma tentativa de repetir o que o Palmeiras fez no sábado, quando as entradas, no segundo tempo, de Diego Souza, Keirrison e, mais tarde, Cleiton Xavier, o melhor jogador do elenco alviverde, permitiram a boa virada sobre o Coritiba.
E, de fato, deu certo, porque começaram a aparecer as chances do empate, que até chegou a ser ensaiado, mas ficou nisso.
Três pontos perdidos que farão falta ao Corinthians no fim do Campeonato Brasileiro? Pode ser que sim, pode ser que não, principalmente se o tricampeonato da Copa do Brasil for alcançado.
O que ficou evidente foi que o desgaste corintiano -pelo esforço no torneio estadual, que o Inter venceu com antecedência, e pela necessidade de virar para cima do Furacão- custou caro para quem tem um elenco limitado, a exemplo da esmagadora maioria dos clubes nacionais, e que não podia correr maiores riscos, algo que o Inter, mais maduro e com mais opções, não correu.
Como ficou mais uma vez muito clara a incompetência da CBF para organizar seu principal campeonato, pois menos de 15 mil torcedores pagaram ingressos para ver um jogo que, bem promovido, teria, no mínimo, o dobro de público.

blogdojuca@uol.com.br

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