São Paulo, domingo, 11 de junho de 2006

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Laterais estão perto dos cem jogos juntos na seleção

DOS ENVIADOS A KÖNIGSTEIN

Fazer cem jogos pela seleção brasileira já não é tão difícil. Mas fazer uma centena de partidas com a camisa do time tendo um mesmo parceiro ao lado só é possível para os laterais Cafu, 36, e Roberto Carlos, 33.
Nenhuma dupla defendeu tanto o time nacional. Já são 90 jogos da seleção principal com os dois em campo ao mesmo tempo (sem contar seis pelo time olímpico). Como o Brasil pode fazer sete duelos no Mundial e tanto Cafu como Roberto Carlos não falam em aposentadoria, a marca de cem partidas juntos é dada como certa.
A dupla que chega mais perto disso é a formada por outros dois laterais, Djalma Santos e Nílton Santos, mas com quase três dezenas de jogos a menos que os atuais titulares.
Recordistas também de jogos com a seleção de forma individual -são, segundo dados da CBF, 146 para o lateral-direito e 128 para o esquerdo-, a dupla é afiada também fora de campo.
Ambos têm a mesma assessoria, amigos em comum e a mesma disposição para enfrentar os críticos, que abundaram nos últimos anos para dizer que, sem o vigor físico do passado, Cafu e Roberto Carlos não têm mais a mesma utilidade.
"O tempo que fiquei fora [lesionado] foi bom. Estou perto dos 100%", afirma Cafu. "Minha forma não será problema", diz Roberto Carlos.
Com a saúde quase sempre em dia, os dois formam uma dupla com a constância que falta para outras parcerias famosas. Desde 1999, por exemplo, eles somam 56 partidas pelo time nacional. No mesmo período, Ronaldo e Ronaldinho atuaram ao mesmo tempo com a camisa do Brasil apenas 33 vezes.
Carlos Alberto Parreira, que reuniu os dois pela primeira vez na seleção principal em 1992 (mas, ao deixar Roberto Carlos de fora, impediu os dois de estarem juntos na Copa-94), sempre defende seus pupilos.
"Uns podem falar que eles são velhos, mas para mim são jogadores muito experientes. Isso é o que interessa, o que é importante na Copa."
O treinador definiu, ainda na Suíça, Cafu como um fenômeno físico. Também na primeira etapa de preparação brasileira para a Copa, Parreira disse que não queria seus dois laterais atacando como "loucos", mas mudou de idéia rapidamente -mandou ambos avançarem bastante no amistoso contra a Nova Zelândia (4 a 0).
Mesmo sem nunca terem jogado no mesmo clube, os dois laterais da seleção são tão ligados que fazem até planos juntos. Um deles é deixar a seleção ao mesmo tempo. Se isso acontecer, o desejo de Roberto Carlos de ser o recordista de jogos pelo Brasil vai acabar. "Ele [Cafu] não pára nunca", conforma-se o lateral-esquerdo, em tom de brincadeira. (EAR, PC, RP E SR)


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