São Paulo, domingo, 11 de junho de 2006 |
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Clóvis Rossi Está até divertido
ATÉ QUE está divertida
esta 18ª edição da
Copa, pelo menos no
pouco que os horários de
trabalho e de fechamento
me permitiram ver antes
de escrever (apenas Alemanha 4 x 2 Costa Rica e
Inglaterra 1 x 0 Paraguai).
Antes de explicar por
que, um preâmbulo: do
meu ponto de vista, há três
maneiras de ver futebol. O
"modo paixão" leva você ao
campo para torcer para o
seu time, mesmo que seja o
Evadidos do Carandiru
F.C. e esteja na oitava divisão do torneio do bairro.
O "modo arte" me empurra a ver os Pelés, Maradonas, Cruyffs, Tostão (no
plural, não daria certo) e,
hoje em dia, Ronaldinho
Gaúcho, Kaká, Robinho e
Ronaldo (quando este não
está brigando com os jornalistas ou com o presidente da República).
Finalmente, o "modo entretenimento" é ver o que
está ao alcance dos olhos.
Bom, desligados como
estão até agora os dois primeiros modos, o entretenimento tem funcionado
mais do que no início de
Copas anteriores.
Seis gols na abertura de
um Mundial é bastante,
ainda mais que dois dos
gols alemães foram bem
trabalhados.
É verdade que não há, na
seleção anfitriã, nenhum
grande artista da bola. Nem
mesmo Michael Ballack, o
capitão e principal jogador,
chega perto de astros do
passado, como Beckenbauer, Lottar Matthäus,
Mathias Sammer e outros
menos votados.
Mas quero ver mais dos
jovens Schweinsteiger e
Podolski, ambos de 21
anos. O primeiro até que
jogou direitinho na sexta-feira. Por baixo, por baixo,
foi o responsável pelo passe
que deu o primeiro dos dois
gols de Klose. Podolski não
fez nada, mas suspeito que
tem potencial para crescer.
Já Paraguai e Inglaterra
foi bem menos divertido,
principalmente no segundo tempo.
Deve ter batido todo o
peso do calor, porque o verão chegou agora para valer
à Alemanha (pelo menos
aqui em Hamburgo, a temperatura era de interior do
Ceará na hora em que Inglaterra e Paraguai jogavam em Frankfurt).
Está claro que a Inglaterra já não é mais o futebol do
eterno chuveirinho na
área. Não chegam a ser
"sul-americanos", talvez
nunca cheguem, mas já dá
para ver sem bocejar.
Pena que um jogador do
Palmeiras tenha levado a
fase maldita do time até a
Alemanha. Ah, Gamarra.
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