São Paulo, quinta-feira, 11 de junho de 2009

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FUTEBOL

A um ano da Copa


E se o primeiro Mundial na África não tiver as seleções de Camarões, Costa do Marfim, Egito e Nigéria? E Portugal?

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

FALTAM 364 dias para a Copa na África. E faltam nove para o continente do Mundial-2010 apontar ou não as principais novidades, em campo, do famoso torneio.
Burkina Fasso x Costa do Marfim, Gabão x Camarões, Tunísia x Nigéria e Zâmbia x Argélia. A visão euro-sul-americanacêntrica (espero que isso esteja certo, professor Pasquale) do futebol, que reina na mídia, faz com que poucas luzes sejam jogadas sobre as disputas em outras regiões.
Há um sério risco de algumas das seleções africanas mais emblemáticas ficarem de fora da festa (os jogos acima são cruciais, não derradeiros).
A situação de Camarões e Egito, potências nas disputas continentais, é quase tão dramática quanto à de Portugal. Se Cristiano Ronaldo tende, hoje, a perder o Mundial do ano que vem, o mesmo pode ser dito de Eto'o. Drogba também pinta como um potencial desfalque, assim como Ibrahimovic. Quem faria mais falta à vitrine maior do futebol? Em 2010, creio que os poucos ídolos africanos.
Nada contra Gabão e Burkina Fasso, que seriam mais novidade na Copa que a Eslováquia (quase lá), mas o cenário das eliminatórias e o palco de 2010 dão a entender que a Europa e o Brasil (América do Sul seria demais) vão tomar conta do pedaço.
Os mais fortes asiáticos apresentam jogo sofrível e despertam dúvidas. O México está enfraquecido em relação a anos anteriores, e o esperado avanço dos EUA neste século, sabemos, aconteceu só até a página 9. A África do Sul de Joel Santana reúne todas as condições para ser o primeiro país-sede a não passar da fase de grupos. Imaginar um país africano na semifinal em 2010, hoje, é tão difícil quanto era colocar a Coreia do Sul entre os quatro de 2002.
Espanha e Inglaterra, 100% nas eliminatórias, são fortes candidatas à semifinal. Em termos históricos e pegando os Mundiais recentes, isso seria uma novidade (nem eu confio na Holanda 100%). A Argentina de Maradona não passa de um arremedo de time. A única coisa que pode fazer história no ano que vem é Messi (seria mais ou menos como Maradona fez em 1986, quase sozinho). A África é logo ali. E ela está longe.

INVASÃO AMERICANA
A Fifa divulgou ontem como está a venda de ingressos para a Copa, por nacionalidades. Foram negociados (com quatro países classificados no campo) 630.021 entradas para torcedores de 188 países ou territórios diferentes. Excetuando os sul-africanos (301.601 ingressos), os americanos são os maiores compradores de tíquetes (73.441). Levaram quase o dobro de entradas que os britânicos (42.907, com a Inglaterra em alta e ""em casa" na África do Sul). E os súditos de Obama estão bem na frente de alemães (30.880), australianos (15.038) e italianos (6.063). Para cada brasileiro que comprou entrada (foram 5.777), há, hoje, 12 americanos na Copa.

rodrigo.bueno@grupofolha.com.br


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