São Paulo, quinta-feira, 11 de julho de 2002

Próximo Texto | Índice

PAINEL FC

Espelho
Protelar até a véspera da abertura do Brasileiro é a tática da CBF para manter o Caxias fora da primeira divisão. Assim, a alegação que colou no caso Remo em 2001 (se o campeonato parar, não só a torcida paraense será prejudicada mas todas as dos demais clubes) pode "salvar" o torneio com 26 clubes.

Ampulheta
Ontem começou a contar o prazo de cinco dias que a entidade tem para apresentar a sua contestação contra a ação promovida pela Prefeitura de Caxias do Sul e para colocar o time gaúcho na tabela do Nacional-2002. Até segunda-feira os advogados da CBF também devem tentar cassar a liminar que colocou o Caxias na primeira divisão -vão alegar incompetência do foro (Justiça do RS).

Otimismo
O autor da ação, o procurador-geral de Caxias do Sul, Vânius Corte, não acredita que a CBF consiga reverter o quadro caso se restrinja ao mérito da questão. "O próprio STJD concluiu que a partida [entre Figueirense e Caxias, final da Série B do ano passado] não terminou. Se não acabou, o Caxias tem direito aos pontos, e o Figueirense tem que ser declarado perdedor, como diz o regulamento", afirmou Corte.

Em vão?
"Vamos cumprir o mandado judicial, mas a tabela ficaria prejudicada." A frase é de Virgílio Elisio, diretor do Departamento Técnico da CBF, para quem o trabalho de tanto tempo será "lixo" caso mais um time seja incluído na primeira divisão. "Trabalhamos durante toda a Copa para divulgar uma tabela racional em 27 de junho, 40 dias antes do início do campeonato. Depois reclamam de falta de organização", afirmou.

BRA x USA
Não é só em imbróglios domésticos que o nome da entidade está envolvido. A Justiça de New Jersey (EUA) concedeu decisão favorável à autoridade esportiva local, que defendia o direito de organizar uma partida contra a seleção brasileira em agosto. A equipe Metro Stars, que detém os direitos sobre as partidas na cidade, contestava a pretensão dos dirigentes.

Essa não
A CBF se surpreendeu com a notícia. Por meio de sua assessoria de imprensa, a entidade negou que tenha recebido convite oficial para jogar contra os norte-americanos.

Desmentidos
A FPF e a Liga Rio-SP informaram que não devem nada a ninguém. Mas o Corinthians/ HMTF diz ter contas a ajustar: o dinheiro que foi deduzido das cotas do clube a título de multa em 2000 não foi devolvido.

Mea-...
Após receber críticas sobre o critério de desempate nas fases finais do Rio-São Paulo (menor número de cartões), Eduardo José Farah assentiu que nem sempre os cartolas acertam.

...culpa
"Tem muita gente que só critica. Acham que dirigente é obrigado a resolver tudo, quando, nem sempre, eles resolvem seus problemas familiares. Como, por exemplo, o de um filho que rouba um talão de cheques. Que culpa tem o pai? Nenhuma. Assim são os dirigentes, também preocupados em acertar. Mas nem sempre conseguem."

Ressaca
Hoje, em almoço com a prefeita Marta Suplicy (PT), Farah vai discutir a viabilidade de outra festa aos pentacampeões. Ontem, o governo do RS condecorou Luiz Felipe Scolari, Ronaldinho, o preparador Darlan Schneider e o árbitro Carlos Eugênio Simon. Já Cafu, em MG, ganhou cinco carros de uma montadora para leiloar e reverter o dinheiro arrecadado em prol de sua fundação.

Protótipos
Cientistas da Universidade de Sheffield (ING), Yamagata (JAP) e Fluent Benelux (BEL) apresentaram a fórmula da cobrança de falta perfeita. Como modelo usaram teipes do brasileiro Roberto Carlos, do alemão Ballack e do inglês Beckham.

E-mail:
painelfc.folha@uol.com.br

DIVIDIDA

De Wanderley Luxemburgo, técnico do Palmeiras, sobre a declaração de Marcos, que disse no desembarque em Teresina que não jogaria ontem:
- Todos estão querendo me comer vivo porque querem ver um pentacampeão em campo.

CONTRA-ATAQUE

Quatro anos de sossego

O torcedor se satisfaz de duas formas: com a vitória da sua equipe e com a derrocada de um adversário. O sofrimento, da mesma forma, está condicionado ao próprio fracasso e com o triunfo dos arqui-rivais.
A vitória, entretanto, traz o medo da retaliação dos perdedores. Nem a notoriedade do torcedor minimiza esse efeito.
Gustavo Kuerten embarcou ontem para a Alemanha cheio de si por causa do pentacampeonato da seleção brasileira, mas afirmou que não quer "bobear" com os vice-campeões.
Mesmo depois de "ter sofrido calado no circuito" nos últimos quatro anos por causa do fiasco do time de Zagallo na Copa de 1998, o tenista brasileiro disse quer não quer "facilitar.
- Vou chegar lá de mansinho, porque os caras [alemães" ainda devem estar meio mordidos com a derrota para o Brasil. Mas, pelo menos agora, durante os próximos quatro anos, vou estar tranquilo, porque foi duro aguentar os tenistas franceses, todo o tempo, desde 1998, fazendo 1, 2, 3 a 0, disse ele, sem disfarçar o prazer da vingança.



Próximo Texto: O dia em que os EUA conheceram o empate
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.