São Paulo, sábado, 11 de julho de 2009

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Palmeiras se previne para "plano B"

Avaliação é a de que, ao tratar Muricy Ramalho como única opção, clube permitiu ao técnico fazer exigência muito alta

Sem conseguir acertar com o ex-treinador do São Paulo, diretoria cogita até efetivar Jorginho; outra alternativa é Dorival Júnior, do Vasco


RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Sem Muricy Ramalho, o Palmeiras acumula duas preocupações. A primeira é achar um técnico. A segunda, minimizar o constrangimento de quem chegar para assumir o time.
Ciente de que qualquer nome anunciado será tratado como um "plano B", os dirigentes trataram ontem mesmo de valorizar o cargo ainda aberto.
"O tratamento ao profissional contratado será exatamente o mesmo que seria dado ao Muricy", disse o vice-presidente Gilberto Cipullo, em entrevista à rádio Jovem Pan.
A mudança provocada pela recusa de Muricy Ramalho, anunciada na madrugada de ontem, fez até o interino Jorginho ter sua condição reavaliada. Se antes os dirigentes rechaçavam a possibilidade de efetivá-lo, agora, sem um grande nome no mercado, ela passou a ser considerada.
"Sei que ele está indo bem, os jogadores gostam dele, não posso descartar essa hipótese, embora tenha de levar em conta o desejo dele", afirmou o presidente do clube, Luiz Gonzaga Belluzzo, ontem, ao Sportv.
O cartola se refere às declarações do próprio Jorginho, que disse não ter ainda a experiência necessária para assumir um time como o Palmeiras.
Fato é que a diretoria pretende mudar a estratégia na contratação do novo treinador.
Fala-se no clube que o fato de Muricy Ramalho ter sido tratado publicamente pelos cartolas como o preferido para ocupar o lugar deixado por Vanderlei Luxemburgo pode ter atrapalhado o negócio.
O fato teria deixado o ex-são- -paulino, atual tricampeão do Brasileiro, à vontade para pedir o seu preço, que, segundo o Palmeiras, foi muito acima do que o clube poderia pagar.
"[O problema] foi exclusivamente o valor. Ficou bastante distante entre a pretensão do Muricy e aquilo que o Palmeiras estabeleceu como limite na negociação", afirmou Cipullo.
Depois da experiência com Luxemburgo, que custava cerca de R$ 700 mil mensais aos cofres do clube, os dirigentes queriam reduzir a folha salarial e ofereceram aproximadamente R$ 400 mil a Muricy.
Na madrugada de ontem, o presidente palmeirense noticiou o término da transação na sua página do Twitter. Apesar da frustração, o mandatário buscou minimizar o episódio.
"Não me arrependo. O alvo do Palmeiras era o Muricy. Concentramos nele porque achamos que valia o esforço", declarou Belluzzo.
O procurador de Muricy, Márcio Rivelino, divulgou ontem uma nota na qual agradece à diretoria palmeirense pelo "alto nível nas negociações".
O objetivo dos cartolas, agora, é tratar internamente do processo sucessório.
Dorival Júnior -técnico do Vasco, que disputa a Série B do Brasileiro, e ex-jogador do Palmeiras- já era citado como uma opção caso o acerto com Muricy não fosse concretizado.
O problema, segundo Cipullo, é que o treinador dependeria do aval do clube carioca, que não pretende liberá-lo.
"Não acho fácil ele sair. Vamos analisar outras opções com melhores condições de vir", disse Cipullo, que rechaçou a possibilidade de o clube trazer um técnico estrangeiro.


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