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Palmeiras se previne para "plano B"
Avaliação é a de que, ao tratar Muricy Ramalho como única opção, clube permitiu ao técnico fazer exigência muito alta
Sem conseguir acertar com o ex-treinador do São Paulo, diretoria cogita até efetivar Jorginho; outra alternativa é Dorival Júnior, do Vasco
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Sem Muricy Ramalho, o Palmeiras acumula duas preocupações. A primeira é achar um
técnico. A segunda, minimizar
o constrangimento de quem
chegar para assumir o time.
Ciente de que qualquer nome
anunciado será tratado como
um "plano B", os dirigentes trataram ontem mesmo de valorizar o cargo ainda aberto.
"O tratamento ao profissional contratado será exatamente o mesmo que seria dado ao
Muricy", disse o vice-presidente Gilberto Cipullo, em entrevista à rádio Jovem Pan.
A mudança provocada pela
recusa de Muricy Ramalho,
anunciada na madrugada de
ontem, fez até o interino Jorginho ter sua condição reavaliada. Se antes os dirigentes rechaçavam a possibilidade de
efetivá-lo, agora, sem um grande nome no mercado, ela passou a ser considerada.
"Sei que ele está indo bem, os
jogadores gostam dele, não
posso descartar essa hipótese,
embora tenha de levar em conta o desejo dele", afirmou o presidente do clube, Luiz Gonzaga
Belluzzo, ontem, ao Sportv.
O cartola se refere às declarações do próprio Jorginho, que
disse não ter ainda a experiência necessária para assumir um
time como o Palmeiras.
Fato é que a diretoria pretende mudar a estratégia na contratação do novo treinador.
Fala-se no clube que o fato de
Muricy Ramalho ter sido tratado publicamente pelos cartolas
como o preferido para ocupar o
lugar deixado por Vanderlei
Luxemburgo pode ter atrapalhado o negócio.
O fato teria deixado o ex-são-
-paulino, atual tricampeão do
Brasileiro, à vontade para pedir
o seu preço, que, segundo o Palmeiras, foi muito acima do que
o clube poderia pagar.
"[O problema] foi exclusivamente o valor. Ficou bastante
distante entre a pretensão do
Muricy e aquilo que o Palmeiras estabeleceu como limite na
negociação", afirmou Cipullo.
Depois da experiência com
Luxemburgo, que custava cerca
de R$ 700 mil mensais aos cofres do clube, os dirigentes queriam reduzir a folha salarial e
ofereceram aproximadamente
R$ 400 mil a Muricy.
Na madrugada de ontem, o
presidente palmeirense noticiou o término da transação na
sua página do Twitter. Apesar
da frustração, o mandatário
buscou minimizar o episódio.
"Não me arrependo. O alvo
do Palmeiras era o Muricy.
Concentramos nele porque
achamos que valia o esforço",
declarou Belluzzo.
O procurador de Muricy,
Márcio Rivelino, divulgou ontem uma nota na qual agradece
à diretoria palmeirense pelo
"alto nível nas negociações".
O objetivo dos cartolas, agora, é tratar internamente do
processo sucessório.
Dorival Júnior -técnico do
Vasco, que disputa a Série B do
Brasileiro, e ex-jogador do Palmeiras- já era citado como
uma opção caso o acerto com
Muricy não fosse concretizado.
O problema, segundo Cipullo, é que o treinador dependeria do aval do clube carioca, que
não pretende liberá-lo.
"Não acho fácil ele sair. Vamos analisar outras opções
com melhores condições de
vir", disse Cipullo, que rechaçou a possibilidade de o clube
trazer um técnico estrangeiro.
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