São Paulo, sábado, 11 de julho de 2009

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MOTOR

Brincando de F-1


Zerado após oito provas no campeonato, Nelsinho corre sério risco de perder a vaga na Renault antes do fim do ano


FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE

O BRIEFING rolava solto após os treinos de ontem em Nurburgring. Nelsinho twittava. "Reuniao dos pilotos, com o @rubarrichello, tentando convencer o Felipe a entrar no Twitter!", escreveu de dentro da sala, com seu celular. Aproveitou, também, para postar uma foto: Barrichello fazendo careta, com Massa rindo ao lado.
O que foi discutido na reunião? Ele não postou. Talvez porque não soubesse. Provavelmente porque não estivesse prestando atenção. Para Nelsinho, algo normal.
Nelsinho não sabe nome de curvas, não lembra ou não sabe fatos que já ocorreram ali, nas entrevistas mostra sempre ares de "tô nem aí". Na Austrália, ele não sabia explicar o funcionamento do Kers. No Bahrein, revelou detestar a primeira volta de um fim de semana porque precisa fazer um check-list com o engenheiro pelo rádio, pontuando por onde está passando. Em Silverstone, no sábado, juntou amigos e amigas em seu motorhome e produziu um churrasco com música alta e pebolim que invadiu a madrugada. Para um piloto de F-1, é anormal. Por isso, sua condição de "piloto de F-1" talvez não dure muito mais, não passe deste final de semana.
A revista alemã "Auto Motor und Sport" afirmou que ele será dispensado nos próximos dias. O zero ponto no Mundial após oito corridas já daria a Briatore a condição de dispensá-lo sem multa -via de regra, os contratos da F-1 têm "cláusulas de performance". Com 2009 perdido, a ideia do dirigente seria preparar Grosjean para 2010. Coincidências ou não, Nelsão está por lá nestes dias, e Nelsinho ontem disparou contra a escuderia, dizendo que não cumpriram aquilo que prometeram.
Desde que começou sua trajetória no automobilismo, Nelsinho teve tudo muito fácil. Até a F-1, correu sempre em equipes montadas pelo pai cujos únicos objetivos eram torná-lo campeão -na GP2, não deu.
Mais: fora das pistas, espelha-se no jeitão relaxado do tricampeão. Dois erros. Porque não valorizou a chance como devia. E porque a F-1 de hoje, melhor ou pior, exige comprometimento total. Não Twitter.

BARULHO
O silêncio destacado na coluna passada foi quebrado, e Mosley proibiu as equipes da Fota de votarem no regulamento para 2010. Quer ganhar poder de barganha, tudo indica, para concorrer às eleições de outubro. Gênio do rali, Vatanen lançou sua candidatura, mas terá de contar com muito apoio interno para prosperar. Por ora, é um candidato sem lenço nem documento.

TERMÔMETRO
O que quer que aconteça em Nurburgring vai depender da temperatura. Quanto mais frio, melhor para a Red Bull. Quando mais quente, melhor para a Brawn. Esse será o mantra do fim de semana.

fabio.seixas@grupofolha.com.br


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