|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Eles jogam
Final da Copa da África do Sul faz hoje tira-teima entre toque refinado da Espanha e eficiênciada holanda em jogo que definirá campeão inédito
Holanda x Espanha
Johannesburgo, às 15h30, abriga a
decisão da 1ª Copa na África
FÁBIO ZANINI
DE JOHANNESBURGO
MARTÍN FERNANDEZ
PAULO COBOS
RODRIGO MATTOS
ENVIADOS ESPECIAIS A JOHANNESBURGO
A Espanha é o que o Brasil
já foi. A Holanda, o que o time de Dunga queria ser. A final da 19ª Copa do Mundo,
hoje, às 15h30, em Johannesburgo, vai matar de inveja a
tradição ou o último sonho
do futebol brasileiro.
Além de apontar o oitavo
país a fazer parte do exclusivo clube dos campeões mundiais, o duelo na África do
Sul será um tira-teima entre
duas maneiras de jogar o
mais popular dos esportes.
A primeira, a espanhola, é
a do "jogo bonito", que quase sempre teve o Brasil como
principal expoente.
A segunda é a cirúrgica
Holanda, que, como o técnico Dunga, faz até jogadores
refinados, como o atacante
Robben, dizerem que o importante é ganhar, não jogar
um futebol que encante.
Os espanhóis são os que
mais trocam passes e com o
maior índice de acerto do
Mundial sul-africano. Também são avessos à violência,
tanto que somam apenas três
cartões amarelos em seis jogos. No lugar de brucutus,
têm jogadores leves e habilidosos no meio-campo.
Na Holanda, a fantasia fica
em segundo plano. O time
não toca tanto a bola e tem
como arma ofensiva os chutes de longe -anotou cinco
gols de fora da área. E é uma
equipe que marca bem e não
se desespera quando sai
atrás, como ocorreu contra o
Brasil, nas quartas de final.
Durante esta Copa, a escolha holandesa deu mais resultados. O time é o único
com 100% de aproveitamento e ainda tem o segundo melhor ataque, com 12 gols.
Na Espanha, que perdeu
na estreia para a retranqueira
Suíça, a beleza do toque de
bola não se traduziu na artilharia nesta competição.
O time ibérico fez apenas
sete gols. A média de 1,17 por
partida é a terceira pior de
um finalista de Copas.
Os estilo das duas equipes
deixou dividido o maior ídolo
holandês, Johan Cruyff. Ele
fez críticas ao time de seu
país e se disse mais próximo
do futebol espanhol, o qual
ajudou a desenvolver a partir
de trabalho no Barcelona.
O confronto de hoje também vai acabar com a fama
de eterno perdedor de um
dos finalistas do Mundial.
A Holanda até que chegou
perto, com os vice-campeonatos de 1974 e 1978, quando, ao contrário do estilo
pragmático da equipe de hoje, praticava um futebol revolucionário, especialmente no
Mundial da Alemanha.
Muitas vezes com jogadores badalados, mas sem um
conjunto como agora, a seleção espanhola foi até hoje sinônimo de fracasso nos Mundiais. Antes de 2010, o mais
perto que a Espanha havia
chegado da taça havia sido
um quarto lugar, em 1950.
O título de hoje fará justiça
ao bom futebol dos dois finalistas. Se for a Espanha, premiará o time atual. Se for a
Holanda, será também tributo às equipes do passado.
Texto Anterior: Painel FC na Copa Próximo Texto: Ranking da Fifa terá um novo líder hoje Índice
|