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Estilo de jogo opõe gêmeos holandeses
Frank é da comissão técnica do time e irmão, comentarista crítico de TV
DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO
Os gêmeos holandeses
Frank e Ronald de Boer compartilharam quase tudo na
vida, da data de nascimento
(15 de maio de 1970) aos clubes pelos quais atuaram. Menos a visão sobre futebol.
Hoje, Frank estará no banco de reservas da Holanda,
auxiliar que é do treinador
Bert van Marwijk. Ronald estará numa cabine da TV Al-Jazira, provavelmente criticando o trabalho do irmão.
Ex-zagueiro, Frank foi
contratado há dois anos para
fazer parte da comissão técnica da seleção holandesa.
Com suas mais de cem
convocações, ajudou a mudar a mentalidade de um time acostumado a jogar bonito, encantar... e perder.
Ex-atacante, Ronald virou
lobista. Há dois anos, encerrou a carreira no Al-Shamal e
ficou morando no Qatar, com
a mulher e as três filhas.
Além de comentarista, faz
lobby pela candidatura do
país asiático a sede da Copa
do Mundo de 2018.
Frank é um dos porta-vozes do novo discurso "resultadista" da Holanda-2010.
Sempre fala em "resultado
acima de tudo", em "mirar
apenas o grande prêmio".
Ronald mostrou nesta semana que faz oposição a tudo isso. "Não me divirto nem
um pouco vendo essa seleção jogar", declarou ele ao
jornal espanhol "El País".
"São quatro defensores e
mais dois volantes, são muitos homens defendendo, e isso é uma novidade no futebol
holandês", afirmou.
E acrescentou ironia às críticas que fez sobre a forma de
jogar da primeira seleção holandesa a chegar a uma final
de Mundial desde 1978.
"O engraçado é que eles
não perdem", comentou.
"Na minha época, jogávamos num 4-3-3. Mas, quando
jogávamos mal, perdíamos.
E às vezes jogávamos bem e
também perdíamos."
O ex-atacante atribui essa
forma "nada excitante" de a
Holanda jogar à pressão da
Copa. "Gio [Van Bronckhorst, lateral esquerdo] subia [ao ataque] 20 vezes por
jogo, e agora sobe três. Van
der Wiel [lateral direito], a
mesma coisa."
"BATE E ASSOPRA"
Apesar das críticas, Ronald elogia Frank e o incluiu
entre os cinco melhores futebolistas holandeses da história, ao lado de Johan Cruyff,
Marco van Basten, Ruud Gullit e Dennis Bergkamp.
A exemplo de vários compatriotas, o lobista e comentarista afirmou que a Espanha é a seleção favorita para
conquistar a Copa de 2010.
"A Espanha terá 80% da
posse de bola, e a Holanda
não pode ficar apenas em seu
campo, como fez a Alemanha", afirmou Ronald.
Arriscou uma fórmula para a vitória: "Se pensam que
vão ganhar só se defendendo
e jogando a bola para Sneijder e Robben, estão enganados. É preciso tentar atacar e
criar dificuldades para a Espanha".
(MARTÍN FERNANDEZ E PAULO COBOS)
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