São Paulo, domingo, 11 de julho de 2010

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Ingressos caros para o padrão local foram problema

DE JOHANNESBURGO

Uma lição que a Fifa leva da África para o Brasil é a de como é difícil tratar uma nação com renda média e grandes desigualdades sociais como se fosse um país europeu.
Até o penúltimo mês antes da estreia, a procura por ingressos era fraca entre torcedores sul-africanos. Motivos: poucos postos de venda tradicionais, confiança excessiva na internet e preços salgados. A Fifa foi obrigada a recuar e até pedir desculpas.
A mudança de estratégia salvou do vexame os principais jogos, mas foi insuficiente para encher as arenas em cidades periféricas. Os estádios de Bloemfontein, Rustenburgo e Nelspruit tiveram partidas em que até 30% dos assentos ficaram vazios.
O impacto na economia foi menor do que o imaginado. Apenas 130 mil empregos criados, na grande maioria temporários, e o setor informal marginalizado. A mão pesada da Fifa em defender patrocinadores gerou ressentimento que ambulantes não esquecerão tão cedo.
A entidade também não percebeu que o verão europeu é diferente do inverno sul-africano. Os Fan Parks, com exceção do de Durban, cidade de clima ameno, tiveram público abaixo do esperado. No de Johannesburgo, 50 abnegados enfrentaram noite de frio cortante para ver ao ar livre a estreia do Brasil, contra a Coreia do Norte. (FZ)

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